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O caso da Ricon

01.02.18

cdtrofense.jpg

É exemplar no que aos defeitos do empresário português, a falência da Ricon revela.

Quando o têxtil sai da crise, a Ricon afunda. A razão: deslumbramento.

 

Os gastos no futebol, os gastos em negócios sem pernas para andar como o automóvel de alta gama e os jactos privados, fizeram com quem se desbaratasse dinheiro em coisas supérfluas. Isto é o que é público.

 

O empresário português vive muito de egos e gosta de gastar dinheiro em luxos privados.

 

Com a abertura dos mercados à China, os que mais sofreram foram precisamente os empresários mais resistentes à mudança e que mais olhavam para o seu umbigo. Os da Rincon não aprenderam com a desgraça alheia.

 

Acredito que os humores da Gant não tenham ajudado, mas que sirva de lição!

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publicado às 22:53


13 comentários

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De Carlos a 01.02.2018 às 23:39

Eles afundam ou deixam-se afundar?
É sabido também que este tipo de empresa, fecha aqui para abrir ali! Será?
Houvesse mais fiscalização por parte do governo e talvez não víssemos tantas insolvências acontecerem!
É lamentável o número de desempregados que a cidade vai ganhar...
Grande abraço.
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De O ultimo fecha a porta a 03.02.2018 às 20:01

Acho que não é bem o caso, mas são famílias com muito património pessoal (o endividamento fica na empresas). Muitos investimentos mal feitos, que deveriam ser um "abre-olhos" para outros empresários, que gostam de pisar o risco. Espero que a Quebramar não seja a próxima.
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De Psicogata a 02.02.2018 às 10:20

Apontaria outra razão igualmente importante - falta de competência e visão.
Uma empresa que tem um cliente que é responsável por 80% da sua produção não é saudável, era uma questão de tempo, aliás foi o que aconteceu à maioria das empresas do sector com produções dedicadas a um cliente.
Portugal nunca terá um tecido empresarial saudável enquanto não tiver gestores competentes e orientados ao consumidor, que construam marcas fortes e diversifiquem negócios.
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De Felis a 02.02.2018 às 10:52

Não é saudável, de facto, esta limitação a um só cliente, mas a verdade é que a grande parte das texteis assim funcionam, porque não é fácil andar-se a saltitar. Com 800 trabalhadores é um pouco diferente, teriam margem para uma gestão um pouco melhor, mas as pequenas empresas não têm essa margem e é normal ficarem vinculados a um ou dois clientes, porque não lhes querem falhar e depois precisarem deles!
O impacto desta falência, na região, vai notar-se significativamente. Teriam certamente famílias inteiras ali a trabalhar.
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De Psicogata a 02.02.2018 às 11:13

O problema do sector é precisamente esse trabalhar para outras marcas, ter uma política exclusiva de marquismo não é solução, poderia ser se existisse um fator de diferenciação pela qualidade e tecnologia, mas nem aí marcamos pontos suficientes.
Basta aparecer um local que ofereça a mesma qualidade a um preço mais baixo e perdem-se clientes, temos empresas têxteis com marcas próprias que têm bons resultados, especialmente nos têxteis lar, no vestuário, do que conheço não há visão, não há investimento, não há inovação, estavam à espera de quê? Milagres?
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De Felis a 02.02.2018 às 11:23

Há texteis e texteis, Nem todas têm dimensão para marcas próprias (são apenas confeções).
O caso da Ricon nem dá para perceber muito bem, porque tinham a marca Decenio que, tanto quanto sei, era bem vista no mercado.
No vestuário tens a Salsa, com grande aposta na inovação. A Tiffosi também é portuguesa, assim como a Sacoor e a Lanidor. Todas casos de sucesso, acho eu (até ver, claro).
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De Psicogata a 02.02.2018 às 11:33

Essas têm de se esforçar para diversificar clientes, estando dependentes de um arriscam-se a fechar caso o cliente deixe de lhes dar trabalho.

Não é bem assim a Salsa esteve muito mal, a Tiffosi pelo que tenho visto mais de metade da roupa não é fabricada em Portugal, até se sente no cheiro da loja, Sacoor e Lanidor parecem estar a aguentar-se bem, mas a produção creio não 100% portuguesa e não pode ser se querem concorrer com as gigantes internacionais.
Mas todas têm um comum uma coisa, marcas bem implementadas com notoriedade, a marca em último recurso vale sempre alguma coisa, às vezes mais do que a própria empresa.
Somos um país pequeno, não temos grandes possibilidade de competir em escala, o caminho é a especialização, não é física quântica, é simples, mas para isso é preciso que em vez de patrões passemos a ter gestores.
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De O ultimo fecha a porta a 03.02.2018 às 19:56

A Saccor compra a China pelo menos calças, porque tenho duas de lá "Made in China". A Tiffosi para praticar os preços que pratica tem de importar. Porém são empresas com marca própria, com o centro de decisão, pagamentos de impostos e e equipas de design, administrativas e de suporte em Portugal.

Manter uma marca própria fica muito caro e demora muito tempo a construir. Para muitos empresários, a margem do "private label" é bem mais compensatória e sem chatices do que construir uma marca própria (gerir lojas de shopping, gerir uma loja online, com muita volatilidade de vendas e atrair o cliente a pagar pela marca em detrimento de outras).

No caso dos setores tradicionais portugueses (sobretudo têxtil e calçado), muitas das empresas que faliram foi por má gestão. O investimento em património pessoal, nos Ferraris, nos Porches e nos palácios com piscina, deixaram as empresas descapitalizadas e não se investiu na inovação nem na robustez financeira.
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De HD a 02.02.2018 às 18:58

Nunca se aprende com gastos desnecessários... -.-
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De O ultimo fecha a porta a 03.02.2018 às 19:50

No caso dos setores tradicionais portugueses (sobretudo têxtil e calçado), muitas das empresas que faliram foi por má gestão. O investimento em património pessoal, nos Ferraris, nos Porches e nos palácios com piscina, deixaram as empresas descapitalizadas e não se investiu na inovação nem na robustez financeira.
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De HD a 04.02.2018 às 20:27

Quantos casos desses aconteceram em muitas empresas que pareciam poder continuar de boa saúde financeira por muitos e bons anos...
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De Cláudia a 02.02.2018 às 20:53

Admito, não faço a mínima do que falas, mas fico feliz por um lado.
Sinal que não me ando a enervar ao ver a tv... =/

Beijocas

P.S: Sim, eu falei no blog e era para te ter contado, mas acabei por me esquecer.
Basicamente não aceitei porque senti que não devia aceitar.
De qualquer modo, apesar de o que ofereciam não ser mau, nada era de extraordinário e comecei a pensar nas horas perdidas no trânsito. Essa foi a principal razão para recusar o trabalho.
E o 1º contrato era de 1 ano, com termo certo. Acredito que fosse correr bem, mas não sei, apenas senti....
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De Lady a 02.02.2018 às 22:00

E com isto estragam a vidas das pessoas, ficam sem emprego e sem rumo :(. Enfim ... bjs

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