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Estou surpreso.
Atirar pó ou qualquer coisa na cara de alguém não é ativismo. É covardia, é agressão
Não é admissível esse tipo de comportamento, sobretudo contra quem tem a coragem de se expor, de representar pessoas e de participar politicamente em tempos tão difíceis e isso independente de partidos ou posições políticas.
Podemos discordar das ideias e criticar. Mas há uma linha que nunca podemos ultrapassar: a do respeito pelo outro enquanto pessoa. Diria a linha da democracia.
Quem ultrapassa essa linha não está a defender causa nenhuma. Está a destruir o que ainda resta.
O problema não é só político. É cultural. É social. E é também judicial. Deixemos que a Justiça faça o seu trabalho e de forma exemplar porque já não é a primeira vez.
Ups, falhou a luz!
À volta, tudo a ver o que se passava. Em pleno horário de trabalho, todas as reuniões, produções e tarefas ficaram suspensas. O computador continuou a trabalhar com a bateria. O instinto imediato foi ir ao carro e ligar a rádio. A Antena 1, rádio pública, foi a escolha intuitiva . Fiz um zapping por outras rádios, mas só falavam de Lisboa.A rádio pública tinha repórteres em todo o país. Um excelente trabalho de improviso de todos os profissionais do Grupo RDP.
Às tantas, para desmarcar compromissos, apercebi-me que não havia rede de telemóvel. O almoço foi improvisado e durante a tarde, fui à praia.
O meu velhinho de guerra, já com muitos anos, o MP4 da Sony fez-me companhia (foto da direita). Por acaso estava carregado de bateria e fui ouvindo pela rádio as novidades, ou falta delas.
Muda a cor do Governo, mas a comunicação não melhora. Critiquei o Governo socialista na altura do Covid pela comunicação confusa.
Agora, muda o Partido, mas a comunicação com a população não existia. Chegou-se ao ridículo de o Primeiro Ministro passar informação (segundo a rádio) pelo Twitter, quando ninguém tinha acesso à Internet e muito menos ao Twitter. Nisto, veio a loucura do povo a correr feito doido para os supermercados e postos de abastecimento. Mais uma vez os egoístas a açambarcarem o que podiam (Foto da direita retirada de influencers). Nem com o Primeiro Ministro a assegurar que seriam apenas horas, a inteligência prevaleceu. Hoje, uma cidadã dizia na televisão que ia devolver o que comprou em excesso...
Sem redes sociais, as pessoas tiveram de se socorrer à vida primitiva: ao contacto social físico, à luz das velas, ao amor e ida para a cama "sem televisão" e acho que as pessoas mais velhas do Interior devem-se ter rido do desespero da vida citadina que não conseguiu sobreviver sem eletricidade nem telemóvel durante 12 horas.
Uma locutora de rádio, Catarina Moreira da RFM, partilhou esta semana comentários depreciativos que recebeu pela sua pronúncia.
Não criticaram o conteúdo das suas intervenções, a sua respiração ou dicção, mas sim a sua pronúncia!
Li os comentários da sua publicação e havia muitas pessoas a queixarem-se que já foram discriminadas no trabalho, nos estudos e em entrevistas de emprego pela sua pronúncia.
Conheço cinco pessoas que defendem orgulhosamente a sua pronúncia. Curiosamente quatro mulheres e um homem no panorama mediático: Cristina Ferreira, Isabel Silva, Beatriz Gosta, a Catarina Moreira e o político Rui Rio.
Os quatro são linchados nos comentários das redes sociais e pelas rubricas de humor pela sua pronúncia. São apelidados de "saloios", "parolos", "broeiros" entre outras coisas mais depreciativas apenas e só pela forma como falam. Todos eles tiveram e têm dificuldade em singrar no mundo das elites.
A pronúncia é considerada um ponto fraco e por onde os pseudo-humoristas pegam nas suas caricaturas - a começar pela obsessão de Herman José. Será que ter pronúncia do Norte é razão de piada? Porque se associa a pronúncia do Norte a pessoas menos formadas? E pior, quando se satiriza com pessoas do Norte vêm os palavrões associados. Não, nem toda a gente diz palavrões no Norte.
No passado fim de semana, às 5 da manhã, um jovem de 19 foi morto à facada quando denunciou e tentou pôr fim à colocação de droga em bebidas de raparigas num bar em Braga.
O tema passou despercebido, numa espécie de sobranceria de alguma imprensa, para quem noticiar o crime é desprestigiante e fica apenas a cargo da CMTV.
Adiante, o Manu fez o que qualquer pessoa de bem faria (?)
Ao antecipar um crime e algo que prejudicaria inocentes, procurou pôr fim à manipulação das bebidas. Resultado: acabou morto à facada pela tribo, para quem a noite não é para se divertir, é para violar mulheres. Quando comecei a sair à noite, um dos conselhos que me deram foi não largar o meu copo e não aceitar bebidas de estranhos. Não é de hoje que este risco e estes tarados existem. Surpreende a forma tribal como agem e a frieza como se mata uma pessoa.
Lembro-me daquele programa do "E se fosse consigo?" em que se media as reações de anónimos perante discriminações e crimes públicos. A tendência é julgar quem não age por inérica ou por medo. O Manu foi destemido e pagou com a própria vida.
Não é mais um crime da noite! Não houve condecorações póstumas do Presidente da República. E logo Marcelo que espalha selfies e medalhas a torto e aditeito. Nem houve sequer uma palavra do Ministério da Juventude, de Administração Interna nem do Ministério dos Heróis. Diz-e que dos fracos não reza a história e é verdade.
Estes dias, ouvimos mais um "influencer" a vender a sua alma ao diabo, ao admitir publicamente que tinha atropelado uma pessoa e que fugiu. Confirma com um "a sério!". Num podcast, em troco de uns minutos de fama e um "bota like", assumiu um crime.
Com uma leviandade inexplicável, como se de uma piada ou heroísmo se tratasse.
Foge do país, com medo, e ainda se gaba de ser o rei do marketing pessoal. Das coisas mais "sem noção" que já vi. A Justiça portuguesa que faça o seu trabalho.
É chocante o perfil deste e de muitos outros "pseudo" influencers que se deixam deslumbrar por minutos de fama e sobre qual a mensagem que passam aos seguidores. Se há os que seguem por se identificam nalguma coisa com ele, há também os seguidores sem espírito crítico que idolatram estas figuras.Se dermos uma vista de olhos, por exemplo, nos "afiliados" das marcas de nutrição, reparamos que vemos de tudo. Desde pessoas com conteúdos interessantes a outras onde nos questionamos sobre o valor das páginas.
Nas redes sociais também noto que há opinadores com uma falsa superioridade moral nas respostas que dão. E isso irrita-me. Pessoas inteligentes, que muitas vezes provocam e depois destratam quem ousa discordar delas nos comentários. Uma coisa é receber insultos, outra é mera discordância. Como é sempre mais fácil ler o "tens toda a razão", bloqueiam. Enfim, como dizia alguém "presunção e água benta, cada um toma a que quer". E é mesmo.
O primeiro livro de 2025 foi A vila dos tecidos de Anne Jacobs.
Pelos vistos é um thriller, mas li o primeiro livro. Gostei do livro.
Uma leitura leve, sem grande mistério e cuja personagem principal é uma empregada doméstica que viveu no orfanato e que foi ganhando a confiança dos patrões e das suas filhas. Apaixona-se pelo "princípe", filho dos patrões e no fim de contas é herdeira de um império fruto de traições antigas.
Confesso que ao fim dos primeiros capítulo lembrei-me da história infantil da Gata Borralheira e assim foi numa versão mais comercial e adulta.
Um livro leve, tranquilo, envolvente, humano, passível de muitas novas histórias à volta das personagens, mas sem grande moral associada.
Foi uma boa escolha para começar o ano.
Vi pela primeira vez no Jumbo e agora todos os hipermercados têm: as caixas do self check out.
Basicamente, são as caixas de supermercado que não têm operadores e é o cliente a registar os artigos e e a processar o pagamento.
A minha experiência de compra diz que a parte do pagamento é o que demora mais no processo e já dei por mim a evitar ir a supermercado precisamente pelo tempo que irei ter de esperar nas caixas. Acho que só o Mercadona não tem esse defeito.
O princípio das caixas automática seria bom, pois traria mais fluidez, mas pode tornar-se um pesadelo. Não sei se é só comigo, mas as balanças de precisão milimétrica são a pior invenção - não há uma única vez que se tenha de registar algo manualmente (fruta, padaria, legumes), em que não se tenha de chamar um assistente. E se nao se seguir a sequência com os segundos certos, também dá erro e tem que vir o assistente.
Ou pior ainda quando a máquina fica em erro e não há nenhum funcionário que a desbloqueie.
Ontem, fui ao Pingo Doce. Uma senhora idosa, ao meu lado, foi para as caixas automáticas. Ao fim do segundo artigo, deu um erro, para não variar: o erro da balança. Olha em frente e ... nenhum funcionário para ajudar. Vai à fruta e lá encontra um colaborador. Desbloqueia, não desbloqueia, ajuda, não ajuda, acabei a minha compra e a senhora lá ficou com a assistente.
Moral da história: um processo que viria simplificar a vida do cliente e poupar tempo e custos, acaba por ser penoso e ter efeito inverso devido à complexidade das máquinas e à falta de apoio ao cliente nas posições de caixas.
O único supermercado onde tem um posto fixo com funcionários que eu já tenha visto é o Jumbo ... mas lá as máquinas também são implicativas.
Estamos em 2025, mas CP parece estar em 1995...
Na semana passada precisei de ir ao Porto e queria ir de comboio.
Procurei comprar o bilhete de ida e volta com antecedência, tendo inclusive um cartão SIGA na carteira.
Pois bem, fui ao site e não é possível comprar bilhetes para comboios urbanos.
Fui à app, também não é possível comprar bilhetes para comboios urbanos.
Desloquei-me à estação e na caixa automática mais próxima da entrada, havia um erro no ecrã. Ou seja, a caixa estava inutilizável.
(Será que não conseguem monitorizar à distância os erros das máquinas e resolve-los remotamente como acontece na maioria das empresas?)
Fui à segunda caixa da estação do outro lado da linha e, surpresa, o cartão SIGA estava fora da validade. Pelos vistos e absurdamente só tem um ano de validade. Tive de comprar um cartão novo. Fiquei chateado não pelos 0.50 Euros mas pelo desperdício e inutilidade de comprar um cartão novo quando já tinha um e de a CP ainda obrigar a cartões físicos para viagens.
Pior ainda, nem existe a possibilidade de pedir contribuinte na máquina de venda automática - tem de se pedir por um site depois da viagem! Vá lá que deu para pagar com Multibanco....
Será que não há uns Euros para permitir um consultor configurar bilhetes electrónicos em comboios urbanos?
Estamos em 2025!
Hoje começa o novo ano.
Os mesmos desejos de sempre: clichés mas realistas.
Esta manhã multiplicaram-se os eventos do "primeiro banho do ano" pelas praias do país.
Não sou supersticioso, mas fui molhar os pés depois de um treininho à beira mar. O tempo estava ótimo. Coincidência, encontrei o primeiro ministro, um habitué nestes dias de bênção. Não tinha câmaras nem voyeurs. Simpático, acedeu ao pedido de fotografias e selfies às pessoas que lhe iam pedindo. Desejou "saúde", pois no fim é isso que interessa.
À tarde, dei por mim a fazer zapping e poisar no Rei Leão na SIC. Que saudades quando tínhamos filmes ao domingo à tarde! Porém, não gosto muito desta versão "live action". Prefiro a versão de desenhos animados e a inconfundível voz de Rogério Samora a fazer de Scar.
Hoje é o último dia.
Estou sentado no sofá a escrever este post. É a minha última noite na casa que acolheu em 2015 quando mudei de trabalho e tive que sair de casa dos pais para viver mais perto.
De 2015 para cá muita coisa mudou: o emprego que troquei em 2018, o covid, a possibilidade de teletrabalho e o aumento das rendas (ou como também lhe chamam a "crise da habitação").
Foi em Outubro de 2015 que criei este blog. Uma espécie de escape para me entreter, à noite, depois do jantar. Por aqui fui partilhando algumas peripécias, problemas pessoais, opiniões sobre tudo e sobre nada, integrei-me numa comunidade virtual de pessoas muito interessantes. Algumas já conheci pessoalmente e outras com quem mantenho contacto regular no dia a dia.
Ao fim de 9 anos e meio, chegou a notícia de aumento muito significativo da renda. Um valor incomportável para quem vive sozinho e que não considero justo. Isto aliado à possibilidade de fazer teletrabalho, leva a que tenha de regressar à casa dos pais.
Ir e vir uma vez por semana à empresa compensa mais do que alugar o apartamento em 2025.
Vai ter prós, vai ter contras. Vou perder alguma autonomia, sair a que horas, comer quando e o que me apetece, etc, mas vou poupar algum dinheiro. Pondo tudo na balança é o que faz sentido neste momento.
Olhando para trás, não me arrependo. Foi a decisão certa em 2015. Mesmo a ganhar um salário menor e com muito mais despesas. O que ganhei em sanidade mental, em crescimento pessoal, compensou a parte financeira que perdi. Acho que o dia que mais me custou ao longo do tempo foi sempre o domingo à noite. É aquela noite em que não há nada para fazer, não anda ninguém na rua. Fazer aquela viagem de carro, chegar ao apartamento frio e estado de espírito triste de um semana que aí vem.
Fecha-se um ciclo e vamos regressar ao porto de abrigo.
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