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A consequência do sorriso de orelha a orelha

22.10.25

Não deixa de ser irónico e triste, que passados exatamente dois dias depois de uma estação de televisão ter a sua pivot de noticiários a anunciar com um sorriso de orelha e orelha, que a sua estação ganhou as audiências devido a uma agressão num reality show, um adolescente mate a sua mãe a tiro.

Mais irónico é quando vemos um diretor de escola a silenciar um suicídio coletivo de crianças, em vez de discutir e evitar novos casos.

Discute-se muito a saúde mental, mas quando o exemplo não vem de cima nem dos quem tem influência, nada feito.

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publicado às 20:22

Um sorriso de orelha a orelha

20.10.25

Casa_dos_Segredos.jpg

Nem de propósito.

Na semana passada, ao fim da tarde, estava a chegar à cozinha e a minha avó tinha sintonizada o televisor num canal onde se ouvia uma grande algazarra. Entre gritos, berros e muitos "piiiiis", em segundos, percebi qual era o programa. O reality show da TVI.

 

Hoje, na hora de almoço, no noticiário da estação, a pivot anunciava com um sorriso de orelha a orelha e tom vitorioso: a TVI ganhara as audiências da noite anterior, que contou uma agressão entre dois concorrentes da Casa dos Segredos. Uma mulher esbofeteou um homem (Deus nos livre se fosse o inverso!).

 

Quem vai para um reality show, nos dias de hoje, sabe perfeitamente ao que vai e com táticas bem estudadas. As produções levam as manipulações ao extremo, em nome das audiências, da polémica e dos memes. As famosas "cadeiras quentes", as votações do "mais falso", o "mais intriguista" e o "esta noite tudo vai mudar" são exemplos. Os reality shows deixaram de ter o encanto de outros tempos e uma coisa que nunca perceberei é: como é que num país com baixos rendimentos como o nosso, há pessoas que perdem tempo e dinheiro em votações telefónicas e clubes de fãs.

 

Esta espuma revela bem os tempos que vivemos. Ninguém quer saber de diversão e do entretenimento positivo. Às 6 de tarde, hora em que muitas crianças vêm TV depois da escola ou enquanto os pais preparam o jantar, promovem-se discussões de adultos com todos os palavrões e insultos da pior espécie. Procura-se a polémica, o espalhafato e as piores emoções do ser humano.

Para quê?

Para a pivot anunciar que ganhou as audiências com um sorriso de orelha a orelha

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publicado às 20:22

O preço da água

05.10.25

Ontem fui abastecer à Galp. 

Quando estava na caixa, tinha sede e perguntei o preço das garrafas de água de 1.5 L.

 

Paguei 1.684 €/litros pelo combustível.

Pediram-me 1.80 €/1.5 litros de água.

 

Daqui a pouco fica mais caro a água que o gasóleo. Como é óbvio, não comprei a garrafa mas dei por mim a pensar no disparate disto. O preço de custo da garrafa devem ser uns míseros cêntimos, mas há que alimentar a pesada administração da Galp e respetivos accionistas. Assim, é fácil fazer dinheiro. Compra quem quer, mas não deixa de ser exagerado.

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publicado às 13:17

Turistando pela Galiza (parte 2)

10.09.25

Depois do dia 1 (Lugo) e dia 2 (Corunha, Muxia e Finisterra) descrito aqui, vamos continuar o nosso roteiro de 4 dias na Galiza.

Roteiro.PNG

Dia 3

Santiago de Compostela

Era "o" sítio que me fez fazer este passeio. Desta vez foi de carro. A cidade de Santiago de Compostela é muralhada, tendo, claro, o seu epicentro na Catedral. Não é difícil de a encontrar, pois são às centenas os mochileiros que seguem para lá, em todas as ruas. Claro, que fomos à Catedral.

A entrada, não sei bem porque razão, não é feita pela fachada principal. As portas estão fechadas. Tem de ser pela porta lateral e é gratuita. As mochilas não podem entrar.

Santiago.PNG

À volta, as ruelas medievais têm um pouco de tudo à venda e há um mercado bastante tradicional, com comes e bebes para turistas e locais. Já fora das muralhas, é possível ir ao Jardim e tirar a foto de miradouro da praxe.

De tarde, continuamos a descer e regressamos à costa. Começamos por Cambados, mais uma cidade piscatória, mas tivemos azar pois fomos na hora da siesta com as ruas desertas.

Sanxenxo

Seguimos pela costa até uma das cidades mais populares aqui na zona para férias: Sanxenxo. Famosa pela sua praia de qualidade e boas temperaturas (o famoso "micro clima"). A cidade fica de facto muito protegida, com ruas muito amplas, estacionamento gratuito e tem uma marginal bastante asseada e renovada. Porém, fiquei desiludido com duas coisas: a praia estava interdita a banhos devido a um surto de caravelas portuguesas no mar e Sanxenxo resume-se à esplanada. Para trás, apenas apartamentos e hotéis ...

sanxenxo.PNG

Cambarro

Seguimos para a ria de Pontevedra, em particular Cambarro. Pela estrada da costa, as paisagens valem a pena e permitem aferir quão deslumbrante é a Galiza.

ria de pontevdra.PNG

Cambarro é uma vila conhecida pelos seus espigueiros. É possível, percorrer a pé, uma pequena rua com dezenas de espigueiros, intercalados com restaurante e lojinhas de souvenirs.

cambarro.PNG

Dia 4

O último foi reservado ao descanso depois tantos quilómetros percorridos. Vimos nos reels a Praia de Aerocova. Uma praia de areia clara, paradisíaca na ria de Pontevedra. Chegamos cedo, pois o estacionamento não abunda. Águas cristalinas, temperatura agradável q.b. e descanso.

praia de areacova.PNG

 

O regresso foi por Valença do Minho já no lado de cá da fronteiro que também não conhecia. Muitos caminehiros para Santiago pro aqui passam devido à ponte. Valença é uma cidade que também fica dentro de muralhas e tem imensas lojas tradicionais de texteis, sobretudo toalhas. Muito bonito e preços interessantes.

Assim, fica um roteiro de 4 dias, aqui a poucos quilómetros de distância. Honestamente, comparando com o sul de Portugal, poupei bastante dinheiro porque o combustível fica mais barato do lado de lá da fronteira, praticamente não há portagens (neste percurso que fiz) e a hotelaria tem preços mais em conta (optei por hotéis mais familiares sem ser de cadeias). A nível gastronómico, não fiquei muito contente: polvo, polvo e mais polvo em todos os restaurantes. Mas já se sabe que estas considerações são muito subjetivas.

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publicado às 17:43

Turistando pela Galiza (parte 1)

07.09.25

Apesar de ser aqui "ao lado", nunca tinha ido à Galiza. 

Aproveitei uns dias de férias e fiz um roteiro de 4 dias.

As redes sociais, virtuais e físicas, ajudaram a tirar ideias. Optei por ir de carro, uma vez que a distância foi curta. Deu flexibilidade na escolha de alojamentos mais em conta e há muito poucas portagens na Galiza. Estrategicamente, optei por atestar o carro numa low cost do lado de lá na fronteiro, com uma diferença de preço muito grande mesmo face aos nossos hipermercados.

Roteiro.PNG

Dia1

Ribadavia

Vimos esta pequena vila nos Reels. Foi antiga sede do Reino da Galiza e tem o seu castelo a servir de entrada à zona histórica. No fim de semana anterior, houve um mercado medieval e as ruas estreitas e de pedra estavam ainda decoradas a preceito. 

Lugo

Foi a maior surpresa destes dias. Não é uma cidade muito conhecida, mas onde demoramos mais tempo a visitar. A cidade fica dentro de muralhas romanas, o que atesta bem a sua importância noutros tempos.

É possível fazer o percurso circular a pé em cima das muralhas, que são bem largas e conservadas.

A cidade muralhada é grande e não tem automóveis. Todo o espaço é para os peões e lá dentro além da Catedral, tem bastante comércio, habitação e serviços públicos. A vida começa às 5 da tarde depois da la siesta

lugo 5.PNG

Corunha

Este foi o último destino do dia. Como chegamos ao fim do dia, apenas conhecemos a praia marítima e a zona histórica populada de bares e restaurantes.

corunha.PNG

Dia 2

Corunha

A manhã foi passada a conhecer a pé a cidade, na zona histórica. Esta liga a frente de mar à zona da marina. Ruas mais estreitas,  medievais, mas super limpas e seguras. Os caminhos vão dar à Praça Maria Pita e ao imponente Ayuntamento. Um verdadeiro palácio com mais de 100 anos.

corunha 0.PNG

De seguida, fomos à Torre Hércules, respetiva Rosa dos Ventos e aos Menires Pela Paz que ficam mesmo ao lado.

Descobri a lenda da Torre Hércules na redes sociais: construída no tempo dos romanos, estratégica para a defesa do território, diz a lenda que foi para imortalizar um dos feitos de Hércules na proteção dos oprimidos. A Torre mete respeito e mesmo em frente tem a rosa dos Ventos.

Corunha 1.PNG

Mesmo ao lado temos os Menires Pela Paz, uma homenagem aos assassinatos durante a ditadura de Franco. 

corunha 5.PNG

Muxia

Começamos então a descer na mapa para conhecer mais belezas da Galiza. Obrigatório, claro, Muxia e Finisterra.

Muxia é uma vila pesqueira na "Costa da Morte", por onde passam alguns caminhos de Santiago. A atração de Muxia é o Santuário da Virgem da Barca. A igreja fica erigida nas rochas, junto à linha do mar bravo.

muxia.PNG

Finisterra

Conhecido pelo farol, embora a vila também merecesse uma visita. Com o nome a vir do latim "fim da Terra" ou "fim do mundo".

O seu farol fica na extremidade e serve de advertência aos marinheiros da proximidade de uma costa extremamente perigosa (a sua luz chega a atingir 65 Km de distância). Aqui vimos muitos peregrinos em ambos os sentido para Santiago.

Cascatas de Ezaro

O destino para o Dia 3 era Santiago de Compostela e optamos por ir pela estrada da costa marítima para conhecer mais algumas paisagens da Galiza. Destaco Curcuvion, uma pequena vila piscatória, e as Cascatas de Ezaro, onde um rio desagua em cascata no mar.

cascata de ezaro.PNG

E entretanto, chegamos a Santiago de Compostela (continua no post seguinte).

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publicado às 17:21

Leituras: Pela noite dentro de José da Xã

01.09.25

pelanoitedentro.PNG

Começo por um agradecimento ao nosso parceiro de escrita no Sapo Blogs, o José da Xã que me ofereceu um exemplar do seu livro de contos.

"Pela noite dentro" é uma colectânea de pequenas estórias que nos fazem recuar no tempo. Regressamos ao Portugal de antigamente. Contextos rurais, onde a tecnologia não existia. Contos que nos transportam facilmente para a situação real que lhe possa assemelhar.

Um livro que dá vontade de ler mais e que é acessível a qualquer idade. 

Com tanto conto, elogio a criatividade do José em arranjar tanto nome para personagens e localidades, com nomes típicos de aldeias e aldeões.

 

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publicado às 11:40

A pontualidade da CP

31.07.25

cp.PNG

critiquei várias vezes e não me canso de critica: a CP parou no tempo ao nível de avanço tecnológico, pois obriga o cliente a comprar um cartão todos os anos, os bilhetes urbanos só podem adquiridos nas "máquinas" que estão muitas vezes avariadas e nem fatura com NIF emite. Em pleno 2025, a app não permite compra de bilhetes. Por outro lado, a CP está constantemente em greve, não permitindo previsibilidade ao cliente ao nível do serviço.

 

Porém, chamou-me a atenção o índice de pontualidade oficial da empresa: apenas 65% em média dos comboios chegam a horas. É inacreditável e isso espelha bem a cultura portuguesa e porque não saíamos da cepa torta enquanto país e ao nível de produtividade.

O escândalo é ainda maior quando se olha para os comboios de longo curso: apenas 40% dos comboios é pontual. Isto é chocante! Como pode um serviço público, do qual somos accionistas (orgulhosamente como um líder partidário frisava), gerar um serviço tão incompetente?

 

Quando estudava, andei anos de comboio. Sou um entusiasta desse meio de transporte, só lamento que funcione tão mal no nosso país. 

Claro que vêm as desculpas como as obras, o excesso de greves, etc. mas se queremos ser melhores, termos melhores salários, o Estado tem que dar o exemplo. Não me admira nada que o Governo queiram mexer nos serviços mínimos de greve porque aceitar esta incompetência, é perpetuá-la.

 

Fonte oficial da CP: aqui 

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publicado às 20:22

Leituras: A Mulher do Dragão Vermelho de José Rodrigues dos Santos

27.07.25

dragao vermelho.PNG

A Mulher do Dragão Vermelho é o primeiro livro que leio de José Rodrigues dos Santos.

 

Superou as minhas expetativas.

A narrativa acaba por ser um pouco pesada.

A história, que de ficcionada tem pouco, leva-nos à China, ao Partido Comunista chinês e à forma como se posicionam na geopolítica global. A personagem principal pertence a uma das minorias existentes na China. Lemos o crescimento da personagem e é exposto de uma forma clara ao leitor como a China e o seu partido estão a potenciar-se no Mundo. Quais os meios que usa, quais as estratégias mais ou menos subtis que utiliza, como age para neutralizar os inimigos e qual o controlo que usa sobre a população.

É descrita com clareza a perseguição, censura, tortura e campos de concentração a quem ousa contrariar o regime. Mostra igualmente quão avançada está a tecnologia no controlo da população e de como ajudam os regimes ditatoriais a controlarem a população para se perpetuarem no poder. Chegamos a um ponto em JRS no spõe a refletir sobre como o Globo se está a organizar e tem um quê de teoria de conspiração.

 

Durante a leitura, lembrei-me várias vezes das notícias que fomos ouvindo durante o covid, das privatizações que o Governo de Passos Coelho fez a empresas públicas chinesas (e quais os interesses por trás) e do livro 1984 de George Orwell. Parece que afinal a distopia não está assim tão distante.

Quando damos palco a partidos extremistas nas eleições portuguesas, talvez fosse útil perceber quais as consequências quando estes ascendem ao poder.

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publicado às 19:44

Conflito no Médio Oriente

24.06.25

As consequências disto são enormes para a economia mundial, com a inflação natural do petróleo e os efeitos em cadeia daí decorrentes. Ainda agora começou e o preço dos combustíveis já aumentou. Nem uma semana esperaram...

A escalada da tensão e represálias era esperada. Se os EUA (Trump) continuar a bombardear o Irão, corremos o risco de, no curto prazo, termos mais desestabilização no Médio Oriente, risco de atentados terroristas na Europa e EUA e uma potencial crise de refugiados a chegar à Europa.

Se isso acontecer, a extrema direita continuará a crescer e a ganhar peso na urnas dos países europeus.

 

Isto é muito grave e sério. Questiona-se a detenção de quem e com que direito de armas nucleares - para que serão usadas? 

 

Por outro lado, continua a miséria humanitária na Faixa de Gaza, onde imagens horrorosas nos chegam todos os dias sem que possamos fazer nada. Vêm-se umas campanhas solidárias, mas o problema não é a falta de dinheiro. A falta de empatia dos líderes mundiais é chocante. E se fossem os nosso filhos?

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publicado às 14:28

Tinta verde

12.05.25

Estou surpreso.

Atirar pó ou qualquer coisa na cara de alguém não é ativismo. É covardia, é agressão

Não é admissível esse tipo de comportamento, sobretudo contra quem tem a coragem de se expor, de representar pessoas e de participar politicamente em tempos tão difíceis e isso independente de partidos ou posições políticas.


Podemos discordar das ideias e criticar. Mas há uma linha que nunca podemos ultrapassar: a do respeito pelo outro enquanto pessoa. Diria a linha da democracia.


Quem ultrapassa essa linha não está a defender causa nenhuma. Está a destruir o que ainda resta.


O problema não é só político. É cultural. É social. E é também judicial. Deixemos que a Justiça faça o seu trabalho e de forma exemplar porque já não é a primeira vez.

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publicado às 17:03


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