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Conforme prometido ontem partilho algumas fotos da capital parisiense
No Verão, depois de Amesterdão, fomos de comboio até Paris, onde ficamos também uns dias.
As impressões que fiquei de Paris são completamente opostas. Se adorei Amesterdão, de Paris não gostei.
Dizem-me que foi por ter ido em Agosto... talvez.
Eis as minhas impressões:
- Gare du Nord
As vistas à chegada são feias. Vêm-se muros grafitados, casas abandonadas e uma paisagem feia. Parecia um pronuncio para o que viria.
Depois de entrar à estação, a primeira surpresa: as pessoas eram revistadas à entrada de cada comboio. Como nos aeroportos ... devia ser por questões de segurança terrorista
A segunda surpresa: é um verdadeiro labirinto de pessoas e mais pessoas até encontrar a saída.
- O Metro
Talvez o que menos gostei na cidade.
i) o cheiro
Como poderei descrever o cheiro no interior do Metro...? Intenso ...a suor.
Já tinha ouvido dizer isso, mas nunca pensei que fosse tão mau. Quero acreditar que foi por ser em Agosto.
ii) a multiculturalidade
Numa das viagens, nós éramos os únicos ocidentais na carruagem. Ela vinha cheia com pessoas de raça negra e islâmicos. Não quero ser mal interpretado, mas foi a primeira vez que me vi num cenário em que me senti "à parte" numa capital europeia por ser branco e usar uma t-shirt e uns calções.
iii) os pregadores
Existem uns senhores que vêm com uma lenga-lenga, a falar de "malades" a pedir dinheiro. Todos desviavam o olhar.
- O Sacré-Coeur
Em 3 dias, picamos o ponto nos principais centros turísticos. Subimos a escadaria e os preços dos "souvenirs" até são baratos. O problema foram uns vendedores ambulantes africanos agressivos que me agarraram no braço para comprar umas pulseiras e me cercaram. Não tirei a mão dos bolsos senão ainda ficava sem carteira. A minha irmã até teve que gritar "no!" Fiquei assustado!
- Os Campo Elísios
Uma desilusão! Imaginava algo diferente.
Muitos carros, lojas extremamente caras (uma garrafa de água 33 cl custava 3,80€), muitos arábes endinheirados com marcas de luxo e a loja da Disney que é muito banal (estava à espera que fosse tipo a loja dos M&M's em Londres. Nada disso ... uma lojita. A do Norte Shopping é mil vezes mais envolvente que a de Paris).
- Revista nas lojas à entrada
Surpreendente não é? Nas lojas das principais marcas mundiais (mesmo as mais baratuxas como a H&M ou a Pull&Bear) tinham à entrada seguranças a pedir para as pessoas mostrarem a carteira. À saída não.
Secalhar era para ver se alguém levava alguma bomba para a detonar na loja.
- As margens do Sena
Foi o que mais gostei. Junto ao rio, existe em ambas as margens uns passeios de cimento, com bares, bebedouros e longos quilómetros onde as pessoas podem passear, aproveitar a brisa do rio e descansar.
- A cena mais estranha que vi
Nos Campos Elísios, três polícias estavam com um casal islâmico com boa apresentação, calmos e senhora estava grávida. Pelo menos era o que dava a entender, porque vi a Polícia a destapar a barriga à moça para se certificar que era mesmo assim. Fiquei parvo para a minha vida!
Enfim, não fiquei com muita vontade de lá voltar em passeio.
Amanhã publico algumas fotos!
O Conde de Abranhos foi escrito por Eça de Queirós.
Tinha as expectativas elevadas. Foi-me recomendado por dois professores do Secundário e mais recentemente por um amigo. Digo-vos vale bem a pena. É um livro de crítica e sátira à classe política do século XIX, mas podia ser de 2017.
História
A história é uma biografia do Conde de Abranhos, que chegou ministro da Marinha. É escrita pelo seu secretário, sempre muito elogioso e glorificador do Conde (ora não ficasse para a posteridade). É-nos relatado o percurso de vida, desde a família onde nasceu, a vida de estudante, a negação dos pais pobres e analfabetos, o casamento sem amor (ou melhor por amor ao dinheiro e aos amigos influentes do sogro), a ascensão partidária e na carreira, a esperteza dos "amigos" e a nomeação a ministro, sem que perceba nada de Marinha.
Opinião
As elevadas expectativas cumpriram-se.
Este livro é um deleite, relativamente curto e o Conde Abranhos parece inspirado numa história real.
- Ironia
Os exageros, a vassalagem, o realismo cru na podridão política e a crítica implícita são do melhor.
- O "ministro" que nega os pais pobres e plebeus
"Como estadista, a presença na sua casa daquele pai de feição reles, a comer arroz com faca, a escabichar os dentes com as unhas, só serviria a autoridade moral do Conde e o prestígio do seu talento". "Só receberia o pai em sua casa, com a condição de nunca aparecer aos jantares". Claro que a compaixão tinha de estar presente, como homem cristão, enviando a esmola ao pai plebeu.
- O abandono da amiga colorida grávida
O Conde estudou Direito em Coimbra e envolveu-se com uma empregada da casa onde estava hospedado. Esta engravidou e este ignorou-a, pois não tinha o estatuto nem lhe traria qualquer beneficio. "naquele espírito nobre sempre houvera horror a miseráveis".
- O casamento por interesse
É intencional o modo como é descrita a família e o que despertou o interesse do Conde na sua futura mulher. Uns sogros de feitio intragável e uma jovem desinteressante, mas com influência política e financeira que o ajudariam a subir na vida e carreira.
- A aproximação interesseira ao padre
Para ganhar crédito de genro perfeito, o Conde foi viver para casa do padre, pois este tinha influência positiva na família. Todas as famílias influentes tinham o "seu" padre.
- Os meios para ser eleito deputado por Freixo de Espada à Cinta
Vivendo em Lisboa, renegando a familia de Penafiel e estudando em Coimbra, propuseram-lhe chegar a deputado por ... Freixo de Espada à Cinta: "tendo-se informado com cuidado dos nomes das pessoas influentes de FEC, a todas escreveu, oferecendo a sua influência, os serviços da sua eloquênicas e a sua casa" "Naturalmente logo que o conde foi nomeado Par do reino, esta benevolência findou e livrou-se para sempre "daquela cambada de carrapatos"".
- A ânsia do poleiro
Eis como é descrito o desejo de todos os que rodeiam o conde que ele chegue a ministro: " a pensão de reforma da D. Amália, o emprego do sobrinho da D. Joana, as ascensão canónica do Padre Augusto, os serviços do "Doutor", a ascensão social da esposa e da sogra à corte.
- A troca de favores na política
"Todos sabiam por compromissos antigos que a pasta da Marinha seria dada a Abranhos.
- A ascensão sem mérito
O conde era de Direito, mas foi nomeado Ministro da Marinha sem perceber nada da Marinha: "Notai que o Conde não era um Homem do Ofício". Só viu o mar aos 21 anos, tinha "antipatia" por ele", "sempre detestou o mar", "o horror do conde a navios era invencível", desvaloriza a geografia "nunca compreendeu cálculos estranhos de graus, latitudes e longitudes, nem dava grande crédito à ciência da navegação" e para perante uma gaffe de não saber onde ficava Moçambique (à época, colónia), diz "que fique na costa ocidental ou oriental, nada tira a que seja verdadeira a doutrina que estabeleço".
O livro é uma sátira à classe política do século XIX, mas podia ser de 2017, pois como o próprio dizia, as moscas mudam, mas a ... é a mesma. Portugal não evoluiu muito, pois conseguimos rever a classe política portuguesa, os "jotinhas" nesta personagem de fictícia tem muito pouco. Vale bem a pena!
Ser guia turístico é muitas vezes identificado por um dos melhores empregos.
Conheço uma antiga professora minha que com os problemas de colocação, mudou de vida e passou a trabalhar como guia turística. Trabalha em regime de outsourcing de grandes companhias de circuitos em Portugal.
Olhar para o Facebook e Instagram dela mete inveja, muita inveja. Fotos diárias de sítios diferentes de Portugal, desde o Algarve a Bragança. Muitos pormenores, muitas fotos panorâmicas, muito conhecimento, muitas experiências diferentes: pessoas, sabores, vistas, etc.
Dizia-me estes dias que adorava o que fazia, sentia-se realizada, mas que o reverso da medalha. Tinha de se sujeitar às marcações de última hora das empresas que a contratavam, aturar pessoas mal criadas e sobretudo não tinha muito tempo para a sua vida pessoal. Estar com os amigos, constituir família e quando os outros estão de férias, ela trabalha.
De facto, não há almoços grátis...
A Espanha é a nossa única fronteira terrestre e o nosso principal parceiro comercial, cultural, económico e onde estão muitos portugueses a trabalhar. O que lá acontece é naturalmente relevante para nós.
A verdade é que primeiro o País Basco, agora a Catalunha. Ambos estão a provocar instabilidade interna na Espanha e ambas regiões muito ricas.
Não vou discutir a legitimidade de um povo em se tornar autónomo, nem dos mecanismos usados por Madrid para evitar isso mesmo. Mas creio que a debandada recente das empresas sediadas na Catalunha é preocupante (sem receitas próprias e influência não se vai lado a nenhum) e para Portugal e empresas que exportam para Espanha, esta situação de instabilidade não augura nada de bom.
Penso ser importantepensar no que levou à Espanha estável, unida e pujante financeiramente. Foi o pacto de cooperação pós atentado terrorista islâmico em Atocha em 2005. Uma ameaça externa fez muito da Espanha o que é hoje. Mas uma cisão interna, pode deixar a Espanha numa manta de retalhos, em que o ego, rivalidades e um desejo legitimo de independência falem mais alto.
Parte boa: Barcelona é mais um destino que os turistas mundais começam a riscar se a situação deteriorar. Numa lista cada vez mais "short", quem pode beneficiar? Pois é, este cantinho à beira mar plantado.
Na 6ª feira tive a primeira consulta pós-cirúrgia.
O médico parabenizou-me para recuperação. Está com bom aspeto, não tenho dores e consigo fazer a minha vida normal, embora sem abusar.
Porém, a má notícia foi que estimou mais 2 meses até ficar totalmente bom e praticar desporto estar fora de causa. A minha intenção de ir a alguns minitrails, já ficou posta de parte e tenho de ter muito cuidado com a balança.
Na 6ª feira, foi o dia do solteiro. É justo. Há o dia dos namorados e há o dia dos solteiros.
Acho que na nossa sociedade existe muito preconceito com os solteiros, sobretudo os que não têm relação assumida e têm mais de 30 anos.
O adjetivo solteiro passa automaticamente para o grau aumentativo para o "solteirão" ou "solteirona". No escárnio e maldade, um homem ou é um homossexual que saiu do armário ou não tem a virilidade suficiente para segurar um mulher. Uma mulher solteira é logo uma "tia" é igual ou não consegue ter um homem que a ature.
Que pensamentos mais estúpidos, provincianos e mesquinhos!
Porque é que a sociedade entende que uma pessoa só é feliz se casar ou tiver um amante? Há pessoas que são solteiras por opção, porque não encontraram quem as complete ou por traumas do passado.
Pior, quantas pessoas são casadas e são infelizes? Com discussões constantes, violência física, sexual ou psicológica? É preciso ter sorte e depende muito das personalidades.
Mais e aquelas pessoas que passam a vida a perguntar e pressionar os outros se já têm namorada/o, fazendo-os sentir mal com tanta insistência. Será que é tão direto associar uma relação amorosa à felicidade? Acho que não. Pode ajudar, mas pode ser o oposto.
Ontem houve eleições no poder autárquico, mas só se fala do poder central. A abstenção baixou, as pessoas decidiram o futuro das suas cidades, mas os media só falam do Passos Coelho e apenas para deitar abaixo. É mais fácil criticar.
Alô? E que tal falar das cidades? Dos movimentos cívicos? Das ideias vencedoras?
A primeira notícia fora de Lisboa que foi a eleição de Rui Moreira surgiu apenas à 20h25m. Como podem os portugueses estar contentes com a política e em vez de se discutir os sues problemas, discute-se a liderança do ... PSD.
Várias notas de ontem:
- Existe Lisboa, Porto e.. Loures e Oeiras
Ou seja, só os candidatos polémicos merecem holofotes.
- Afinal o presidente não voltou
Qual um dos piores defeitos do ser humano? Ser arrogante. Valentim Loureiro assim se portou na campanha achando que eram favas contadas.
- O concelho do país com maior % de licenciados elegeu democraticamente um candidato condenado por corrupção precisamente no cargo de vereador da Câmara. Serei só eu que acho que os portugueses só se podem queixar de si próprios.
- Derrota de preconceito
Dois candidatos (um no Porto outro em Loures) usaram um discurso preconceituoso na campanha (um contra os monárquicos, outro contra os ciganos). Nenhum alcançou os seus objetivos
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