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Li o título deste artigo da revista sábado e logo me prendeu a atenção. Abri o link e logo me identifiquei porque me está a acontecer exatamente a mesma coisa.
Há seis anos atrás, por razões profissionais, tive de sair de casa dos pais. Passei a ir apenas ao fim de semana. Em Março de 2020, com a imposição do teletrabalho obrigatório, a solução foi inevitável: voltar para casa dos meus pais. O sótão virou escritório e por aqui tenho estado no último ano.
Durante este tempo continuei a pagar a renda e as despesas fixas do apartamento alugado
.
Voltar para casa dos pais impôs-se pela incerteza e porque não havia necessidade de estar sozinho nem isolado numa outra cidade longe dos meus. Como tudo na vida, uma mudança implica adaptações.
As coisas boas de ter mesa, cama e roupa lavada, constataram com a rigidez dos horários e a redução da autonomia. Para mim não foi um problema, mas neste desconfinamento progressivo já tinha saudades da minha rotina, poder fazer as minhas compras e as minhas refeições, preparar a marmita, ir ao fast food de vez em quando e jantar às horas que me apetece.
Até os nossos animais de companhia sentem porque já nos deixam de ver tão amiúde como há umas semanas atrás.
Posto isto, não sei como vai ser o futuro, se será um misto de trabalho presencial ou virtual, se não. Vivemos tempos de muito incerteza. Até lá, vou alternando umas semanas lá, outras nos pais.
Ao ver as imagens destes 2 dias na RIbeira do Porto, a obrigatoriedade do teletrabalho até a 13 de Junho e as restrições ainda vigentes, por exemplo, em lojas, fico confuso. Muito confuso!
Dizia uma amiga que provavelmente não vai poder ir comer uma sardinha no S. João mas há liberdade para os ingleses fazerem do Porto o seu parque de diversões em imcumprimento com as regras sanitárias.
Vejo dois pesos e duas medidas.
Uma para os cidadãos nacionais, outra para os cidadãos internacionais.
É óbvio que a realização da final da Liga dos Campeões seria (e está a ser) uma benção para o chamado canal HoReCa e setor do turismo. Apesar do teste negativo e de regressarem ao seu país nas próximas horas, veremos se não deixam "marcas" por cá.
Por falar em marcas, mais uma semana com vítimas mortais de violência doméstica. Mais pessoas morrem devido a este flagelo, juízas com decisões chocante de proteção do agressor.
Uma denúncia da SIC referia que continuam os lares ilegais sem condições, de pessoas que fecham uma casa e abrem outra aproveitando-se da vulnerabilidade dos mais velhos. Nós vamos fazer manifestações ... climáticas para a Torre do Relógio.
Sortelha é daqueles sítios que merecem tempo.
Onde cada minuto e cada passo nos entusiasma porque é diferente de outras aldeias e é lindo de se explorar e descobrir.
Sortelha pertence ao concelho de Sabugal e tem duas "partes" chamemos-lhe assim. Tem a parte mais moderna que fica fora da muralha. É a parte habitada e onde se pode estacionar. E tem a parte histórica que fica dentro da muralha. Apesar de estarmos no topo do monte, não implica subidas acentuadas. Porém, ainda são uns metros para caminhar e valem bem a pena.
Comecei na parte residencial e à medida que seguíamos para o início da muralha a pé, paramos logo para ver a Torre do relógio. Fica do lado de fora e é possível subir até lá.
De seguida encontramos esta capela.
Entramos então na parte fortificada pela porta medieval.
O primeiro contacto deixa-nos logo deliciados. As casas são todas em pedra numa harmonia linda.
Subindo em direção ao castelo, deparamo-nos com este largo. O pelourinho no centro, o castelo tradicional, faz-nos viajar no tempo.
Neste largo, tem uma loja comunitária de artesanato manual e produtos regionais. Diz-nos a senhora que a aldeia só tem 2 habitantes na zona fortificada. Efetivamente não nos cruzamos com quase ninguém.
É possível visitar a aldeia (é pequenina) e um dos pontos obrigatórios é o campanário.
Do mesmo passeio:
Esta semana, dois atos irrefletidos mostraram que estamos a promover uma sociedade cada vez menos inclusiva e estamos piores no pós confinamento.
- "Preta" numa notícia da Ag. Lusa
Um jornalista de política que costuma noticiar a extrema direita publicou uma notícia em que numa lista de nomes colocou entre parêntesis o adjetivo "preta" para assinalar que pessoa tinha côr de pele negra. Intencional e racista.
O facto passou despercebido ao editor e a todos os jornais que se limitaram e se limitam a fazer copy paste das notícias de agências para encher páginas e mostrar conteúdos aos anunciantes. Desta vez a preguiça saiu cara (aliás irrita-me os jornais obrigarem a fazer o login num "Nonio" para depois se limitarem, em 90% dos conteúdos, ao copy paste da Lusa - chegamos ao ponto de termos a mesma notícia exatamentr igual em todos jornais). Uma falha grave não foi detetada e levaram todos por tabela. Rolou a cabeça do editor, mas não sei o que aconteceu ao jornalista. O despedimento era o certo numa empresa privada, mas sendo a Agência Lusa...
- "Gorda" numa novela
Tanto se quer ter piada, que a graçola se torna em ofensa. Uma personagem ridiculariza e inferioriza as pessoas com excesso de peso, sem qualquer reprovação da contrapersonagem, na circunstância um padre. Representam o "vale tudo" de guionistas e atores que não questionam criticamente o texto apenas para aparecerem na ribalta e captar mais um like ou audiência.
Dois exemplos levianos que mostram a sociedade: o preconceito gratuito, o extremismo e repito o que disse no texto da ditadura da imagem do Diogo Piçarra. Neste pós confinamento, estamos a distanciarmo-nos de uma sociedade inclusiva e daquilo que os nossos pais e a escola nos ensina, que é respeitarmos os outros como eles são, a pormo-nos na pele do outro e a não gozar.
Texto publicado a 12 de Maio de 2020
A 14 de Maio de 2021, a opinião é a mesma.
Somos tão céleres a entrar a despiques nas redes sociais pela Cristina Ferreira, a entrar em manifestações por causas racistas dos Estados Unidos, mas tão passivos com a realidade nacional. Mesmo que nos saia do bolso
Os prémios do Novo Banco (2020)
Os prémios de desempenho atribuídos pelas empresas servem para premiar os funcionários mais competentes. Seja pelo atingimento de metas individuais ou pelas metas da empresas (geralmente vendas e resultados).
No caso do Novo Banco foram 2 Milhões a Administradores o que levanta indignação pelo facto de:
- o Banco estar a ser intervencionado com dinheiros públicos,
- estar semi privatizado (Lone Star),
- o atual contexto de privação de fontes de rendimentos de muita gente,
- o próprio banco ter prejuízos de 1.058 milhões de Euros (!!! - um poço sem fundo).
Mesmo com este montante a ser pago em 2022 e mediante certas condições - alguém acredito que eles não serão pagos?
Se os subsídios públicos já estavam contratualizados, a mim causa-me desconforto a dimensão dos prémios para a realidade portuguesa. Se pode haver mérito na execução de objetivos comerciais e métricas económico-financeiras, é imoral quando tantos portugueses estão em lay-off, desemprego e com corte de vencimentos, dar 2 Milhões de Euros de prémios com dinheiro dos impostos. Não sei quanto vai caber a cada um (entre executivos, não executivos e afins), mas pouco não será.
Parece um tacho onde todos comem e ganham, com o povo português a pagar. Não seria solidário pela Administração abdicar de parte desses prémios? Não diria da totalidade porque é justo que recebam pelos objetivos atingidos, mas valores razoáveis e morais.
Aos poucos começamos a regressar à normalidade.
Vou partilhar o que tenho visto nos últimos dias. Tenho verificado duas diferentes reações.
Na 6ª feira, de 120 pessoas, no trabalho, estavam fisicamente 8. Apesar de ainda estar previsto o teletrabalho, como era encerramento do mês de Abril, a Empresa deu a possibilidade de quem quisesse voluntariamente ir às instalações. Praticamente ninguém foi. Apesar da rede ser mais lenta em casa, se perderam dinâmicas de equipa, as pessoas parecem valorizar a poupança no combustível e o comodismo.
Algumas usam a desculpa de que vivem com os pais, têm medo, etc - honestamente parece-me o argumento que dá jeito. (Para quem tem funções mais individuais, até me parece bem continuar quem quiser em trabalho remoto).
Eu regressei logo mal pude, para criar rotinas e notei logo que consegui desligar mais cedo e deixar o computador no escritório. Podem não acreditar, mas ou é pela rede, ou pela falta de compromissos, mas trabalho muito mais horas e tenho mais dificuldade em me desligar em casa do que no escritório! Esta semana elucidou-me a conclusão acumulada de um ano.
No sábado, fui com o meu pai e a minha irmã jantar fora. Chegamos às 19h45m e já estava o restaurante lotado (e não é propriamente pequeno). Queríamos matar saudades de uma francesinha seis meses depois, enquanto fazíamos horas passamos na zona dos bares da praia de Espinho. O que vi? Imensa gente acotovelada, a falar umas em cima das outras sem máscara e nem sequer estava nortada a justificar as pessoas a protegerem-se do vento.
Na volta, os principais restaurantes estavam cheios incluindo os mais careiros de marisco. Estava bom tempo, início do mês, mas mesmo assim, não vi crise.
Conclusão: há pessoas que continuam receosas, mas muitas estão acomodadas para o que lhes convém, com cada vez menos perceção do risco e vejo pouca crise.
PS: No regresso a casa na 6ªf, apanhei imenso trânsito. No regresso à normalidade, verifiquei que nada foi feito pelos Institutos e organismos que regulamentam o mesmo no sentido de o melhorar...
Sabem aquelas coisas que toda a gente sabe que existem? Onde os direitos fundamentais são violados e se assobia para o lado? Onde se ameaçam os jornalistas que ousam denunciar?
Mais uma "bomba" que estourou a semana passada, mas a surpresa será só para o poder central e local. Refiro-me à escravatura existente nas estufas agrícolas do Sul do país.
Assim de repente lembro-me no último ano do abrigo ilegal de cães de Santo Tirso, lembro-me dos maus tratos nos lares, do (des)ordenamento do território e os incêndios, ... São elefantes na sala para os quais fechamos os olhos seja por inércia, seja por incapacidade, seja pelos poderes instalados, seja por não nos afetar diretamente.
No caso dos imigrantes ilegais nas explorações agrícolas, é assustador a passividade das autoridades quando se ouve falar em escravatura, mercado de negreiros e ilegalidade. Onde anda a ACT? E depois do COVID, vai mudar alguma coisa? Andamos sempre tão preocupados em alinhar nas manifestações (sem máscara) por causas antiracismo dos Estados Unidos (critiquei aqui) e depois com o que se passa em Portugal estamos quietinhos que nem uns ratos.
Pior, em Lisboa há um ano atrás até se andou a vandalizar estátuas de figuras históricas (critiquei aqui).
Acho a nossa sociedade de uma hipocrisia elevada. Para os maus tratos e mortes negligentes de idosos em lares, com funcionários mal formados, mal educados e negligentes, está tudo bem. Temos cada vez mais acesso à informação, mas somos cada vez mais carneiros atrás de modas.
Monsanto pertence a Idanha a Nova e fica na mesma estrada que Monfortinho. Ao longe na estrada já começa a chamar a atenção os telhados vermelhos nas casas camufladas. Sendo de pedra, confundem-se facilmente com a montanha.
Monsanto fica num dos poucos montes da Beira Baixa, concelho de Idanha a Nova. A vila "mais portuguesa de Portugal" designação dada num concurso propagandistico do Estado Novo é muito sui generis.
As casas da aldeias são construídas entre as pedras da montanha.
Todas as casas são em pedra e é possível ver a lógica comunitária das aldeias, havendo ainda mercearias à moda antiga com os produtos essenciais e regionais para os locais.
A vista é linda e vale a pena calcorrear a aldeia (muito acidentada). Porém subir ao castelo implica caminhar bastante.
Acrescente-se que tem pouco estacionamento, sendo necessário deixar o carro ao longo da "subida".
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