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Já escrevi sobre este tema em 2019 e vou repetir porque continuo com as mesmas críticas sobre a burocracia da CP nos comboios suburbanos do Porto. Passaram-se dois anos e nada simplificou.
- Os cartões da CP continuam com a validade de apenas um ano.
Custam 0,50 € e apesar de ter um na carteira não o pude usar, tendo de comprar um novo. Não fico mais pobre pelos 0,50 € mas não faz sentido esse desperdício burocrático.
- Continua a não ser possível pedir fatura com contribuinte nas máquinas automáticas.
Quem quiser, tem de se inscrever num site e colocar os dados do recibo para depois receber a fatura por email. Surreal...
Numa era tão tecnológica, porque não poder comprar os bilhetes através de uma app? Porque não adaptar os leitores do cartão Andante aos QR codes agora tão na moda? Porque não simplificar a vida (e a carteira) dos utentes?
Passei aqui apenas para desejar um Bom Natal
Ontem fui ao Porto, um passeio que faz parte da tradição cá em casa.
O percurso foi o habitual. Fomos de comboio até General Torres, descemos até ao Cais de Gaia, atravessamos o tabuleiro inferior da Ponte Dom Luís I, subimos a rua das Flores até ao Coliseu onde almoçamos a francesinha. Passeamos pela Rua de Santa Catarina, Trindade e da Rua da Cedofeita até as luzes dos Aliados acenderem. Apanhamos o comboio de regresso na Estação de São Bento.
Chamou-me a atenção a pouca quantidade pessoas que andava na rua.
O Cais de Gaia às 10h30 estava deserto, sem o mercadinho habitual e sem turistas. Ainda ponderei visitar o WOW, mas acabou por ainda não ser desta.
Ao atravessar a Ponte, verificamos que o tabuleiro inferior está em obras (dá para ver na foto acima). Era algo que se impunha porque o piso estava completamente esburacado e a precisar de manutenção. Sendo um local de passagem pedonal para muita gente, era mais do que necessário. Na Ribeira, a mesma coisa: sem pessoas, sem os vendedores habituais, sem artistas de rua. Talvez por ser muito cedo (cerca das 11h).
Ao subir cruzamo-nos com o Palácio da Bolsa e o Mercado Ferreira Borges. Sempre imponentes!
De seguida, a desilusão: a Rua das Flores está irreconhecível. Pré Covid estava cheia de turistas e lojas. Ontem tinha muita coisa fechada e não era da hora. Estabelecimentos desde multinacionais, gourmet a lojas tradicionais encerrados. Enquanto caminhava, pensava: o valor absurdo das rendas aliado a produtos muito caros para o bolso do português, levam a que haja mais olhos que barriga e que num cenário de confinamento não se aguentem.
Seguimos ao mercadinho da Batalha - o mais engraçado e composto dos que vimos.
Fomos almoçar a tradicional francesinha a um dos restaurantes da rua do Coliseu. Para digerir, passamos pelo mercado do Bolhão. Muito interessante o espaço provisório. Ainda não tinha lá ido, mas parece ter muito boas condições no centro comercial. Limpinho, quentinho, arejado e com condições de segurança.
Na Rua de Santa Catarina, o mesmo feeling: algumas pessoas na rua, mas as lojas sem ninguém. Também não fui às compras, mas quem tinha esse plano, não teria dificuldades. Não sei se é falta de dinheiro, se as pessoas optam pelo online, se a falta de turistas, mas a verdade é que estava muito insípido o ambiente.
Descemos até à Trindade e subimos até Praça Carlos Alberto - o mercado Porto Bello estava também irreconhecível. Quase sem tendas. E até estava bom tempo. Percorremos a Cedofeita e fomos ver as luzes.
Muito se fala em saúde mental, sobretudo com a pandemia, mas poucas ou nenhumas ações se fazem.
Não sou psicólogo nem parecido, pelo que o meu expertise é muito residual. Porém consigo ter o discernimento para perceber que a pandemia nos afetou a todos nós. Cada um à sua maneira, mas agravou o que já não estava bem.
Ontem assistimos a um filho que tentou assassinar a sua mãe e depois suicidou-se, após uma exaustão mental no seu papel de cuidador informal. Não é um mero caso para a CMTV explorar. É muito mais que isso. Reza a história que pediu ajuda ao Estado, mas que lhe foi sempre negada.
Venderam-nos a história que no pós pandemia haveria um plano para recuperar a saúde mental das pessoas. O único plano que vejo é vender um PRR para ganhar eleições. Este foi um caso, mas muito mais virão.
Estamos mais sensíveis, estamos saturados de estar em casa, de viver com medo e as pequenas coisas ganham dimensão.
Isto aplica-se sobretudo na nossa vida familiar, na nossa saúde física (os problemas do SNS continuam os mesmos - falta de resposta às necessidades da população - nada mudou!), no nosso circulo social, profissional e sobretudo na nossa mente.
O fantasma de novo confinamento, o medo do COVID e das restrições (muito empolada pelos noticiários diga-se de passagem - a SIC estes dias dedicou quase 1 hora em horário nobre ao vírus) atormentam ainda mais a população.
Este fim de semana foi sem chuva, apesar da humidade no ar que se fazia por aqui.
No sábado, precisei de comprar um tapete anti derrapante para a banheira. O último que comprei foi em 2015 e gastei 3 € nos chineses. Durou 6 anos com um uso diário. Não foi mau.
Fui ao mesmo bazar mas não encontrei parecidos. Comprei um igual a 7 € num supermercado (sempre ainda dá para recuperar alguma coisa no e-fatura). No espaço de 6 anos o preço mais que duplicou.
Não sei se também notam estas diferenças de preço nas vossas compras recentes.
Fui também à Decathlon comprar um copo dobrável para trail. Como não servem copos (e muito bem!) nas organizações em nome da diminuição da poluição e desperdício, encontrei um muito jeitoso nesta loja a 5 € que dá para levar no bolso. Teria-me dado jeito no feriado.
No domingo, fui à Serra de Negrelos correr com os meus colegas. Seria mais um treino se não nos tivéssemos confrontado com este cenário. A foto abaixo não é "fake"... Uns aventureiros resolveram ir com os seus jipes para a serra (quem a conhece sabe que é pequena, mas "carrossel", muito sobe e desce, com caminhos apertados e pejados de pedra. Claro que com as chuvas dos últimos dias, as terras estão movediças e a erosão dos solos faz-se sentir. O resultado foi o abaixo:
Quem se mete em atalhos, mete-se em trabalhos. Para quê inventar?
Uma pessoa anda sempre a aprender.
Achei muito estranho porque estava a pagar quase o dobro do gás nos últimos dois meses. Não tinha feito nada de especial que o justificasse.
Então, não é que andaram a fazer estimativas (muito) elevadas dos meus consumos. No mês passado abispei-me e submeti no portal da operador o valor da leitura real.
Este mês creditaram-me o excesso (ou seja mesmo com os consumos do mês de Novembro, deu um crédito).
Sempre a aprender para não facilitar no envio das contagens, sobretudo no Inverno.
Este feriado começou bem cedo.
Já andava para fazer algum tempo o Trail dos Pernetas, mas veio o covid e marcaram um treino gratuito para este feriado dia 8 de Dezembro (não vou escrever o nome do evento porque senão bloqueiam-me o post ). A tempestade fez-me hesitar, porém como davam aguaceiros lá pus o despertador para cedo no feriado e rumei até Canedo, Santa Maria da Feira.
As expectativas eram elevadas pois já tinha ouvido dizer muito bem da organização.
Levei a minha mãe comigo que tem lá uma grande amiga enquanto fui experimentar o famoso quintal. Muita gente conhecida da zona e que bom que foi relembrar algumas caras para pôr a conversa em dia. Às 9h começou a versão dos 10 km que eu me propus fazer.
Trilhos muito bem marcados, com uns aguaceiros a desafiar a coragem, mas felizmente não foi aquela chuva torrencial. Um bom monte para correr, sem descidas a pique (que é o que menos gosto) e com o brinde atravessar várias vezes o rio Inha (sempre em segurança, sem "invenções", o que saúda principalmente para quem vai por desporto e como amador). O percurso inclui muito arvoredo e parte é ao longo do leito do rio, sendo um deleite. Pelo caminho ainda houve dois abastecimentos com direito a uma bifana e uma bebida no fim. Sendo uma prova gratuita, nada mais se pode pedir ao nível da organização.
Fantástico! Adorei!
Agora, a tarde é para descansar.
Vamos voltar novamente ao confinamento e a incerteza volta a pairar no ar... já não há a esperança da vacina e começa a haver um padrão: um aumento de casos de covid no Inverno.
Ao fim de dois anos concluímos que há duas metades no ano:
- de Maio a Dezembro onde podemos fazer planos, cuidar da nossa saúde física e mental, viajar, socializar e ter alguma normalidade.
- de Janeiro a Abril confinados, com restrições, sob ameaça de limitações e a viver na ansiedade dos números que as televisões mostram (e a aturar o Ricardo Mexia e a Susana Peralta a comentar em tudo o que é canal ).
Posto isto, o que podemos fazer para inverter a situação: vacinamo-nos, cumprimos a tirania implícita nas limitações, resignamo-nos e adaptamo-nos a este padrão. A esperança de evitar estas restrições agora virou zero.
PS.: Mais uma vez o teletrabalho vai ser obrigatório em Janeiro (não acredito que seja "só" uma semana - devem ser 4 meses como em 202 e 2021), na altura de mais frio e lá vem o aumento na conta de eletricidade uma vez que se estivesse na empresa não gastaria tanto aquecimento.
O jogo Belenenses SAD- Benfica é paradigmático do estado em que país está e de como a vida é. Não me vou debruçar sobre táticas nem cores clubísticas, vou ver o jogo de outra forma.
Numa competição profissional de uma industria que movimenta milhões, entram 9 contra 11. Os 9 eram da equipa mais fraca contra os 11 da equipa mais forte.
- Naturalmente que o mais forte goleou o mais fraco. Apela-se muito ao fair play, criam-se cartões brancos, mas na hora da verdade, o mais forte não quer saber disso. Quer é ganhar a todo o custo. E assim foi.
- O regulador, a Liga, que é quem organiza o campeonato permitiu que isso acontecesse.
- Num jogo de passa culpas tão típico em Portugal, ninguém as assume. Morre sempre solteira. É assim em Portugal, sobretudo quando beneficia os mais poderosos. O jogo realizou-se inexplicavelmente e mesmo assim ninguém faz o correto: anular o jogo.
- Pelos vistos não há ainda um protocolo definido um ano e meio depois para casos de COVID num plantel. Os presidentes foram tão exímios em manter uma luta conjunta com direito a almoço de leitão na Bairrada com as televisões chamadas ao restaurante e o mais importante que é definir regras, não o fizeram.
- Os jogadores não estão isentos de culpa. A partir do momento em que sobem ao relvado e aceitam jogar estão a compactuar com esta injustiça. Não é profissionalismo, é cobardia.
E assim, continua tudo na mesma. Os mais fortes a calcar os mais fracos e não se passa nada.
Tudo errado aqui.
Por fim uma nota para um disparate que ouvi. Um dos paineleiros do costume, na CNN Portugal (pouco ou nada mudou face à TVI 24 - muito futebol só com triquisses) disse que chamar este episódio, página "negra" do futebol português era racista!!!! Está tudo louco? E branquamento de capitais é insulto aos caucasianos?
Eu bem digo que viemos piores da pandemia.
Do fim de semana político, três coisas chamaram a atenção.
- PSD
Já critiquei várias vezes Rui Rio (uma na escolha dos candidatos autárquicos como na Amadora ou em Freixo de Espada à Cinta, outra na sua inexistência enquanto líder da oposição a um Governo que faz o que quer, outra na sua aliança a um partida xenófobo nos Açores e outra ma persistência em ter Salvador Malheiro conhecido pela história das carrinhas de votantes no PSD Ovar).
Não gosto da sua postura postura teimosa e arrogante, mas é o que temos como oposição e com maior probabilidade de alternância democrática ao poder.
Diria que muito do sucesso ou insucesso de Rui Rio dependerá de duas coisas: o seu projeto para país ser melhor que o do PS e se se vai aliar ou não a André Ventura (perdão, ao Chega). Será esse o "clique" para votar, ou não, nele, porque uma mudança parece ser necessária. Noto um PS acomodado e o risco de continuar a ter Eduardo Cabrita à frente de um ministério é grande.
- Chega e Bloco de Esquerda
Ambos tiveram congressos/mesas nacionais com incidentes, mostrando o que sempre acho: nos extremos pouco de bom se pode esperar e democracia não é com eles.
No Chega, vi na TV uma pessoa crítica à direção com o microfone a ser desligado enquanto falava.
No Bloco de Esquerda, os críticos da direção recusaram-se a aprovar as listas ao Parlamentos com acusações de "vícios de ilegalidade" e abandonaram a votação. Não sei se foi birra, mas em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
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