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Já muito foi dito e escrito, mas aqui vai a minha visão das eleições.
- Voto antecipado
Uma excelente medida que permite às pessoas votar noutro local e noutra data. Se virmos, não fica assim tão dispendioso e facilita a vida às pessoas. Porém, não percebi porque razão nas autárquicas pode-se votar até às 20h e desta vez não.
- Sondagens
Mais uma vez falharam. Já tinha acontecido na CM Lisboa e agora tudo ao lado. O povo é quem decide. Nota positiva para a abstenção que diminuiu.
- O PS venceu com maioria absoluta.
Por esta não esperava. Creio que mais do que mérito da António Costa, é demérito do PSD. Em geral, acho que foi um prémio pela gestão da pandemia e o medo que se repetisse a coligação dos Açores levaram as pessoas a optar pelo PS. Da extrema esquerda, pouco de novo se esperava a nãos er instabilidade.
- Rui Rio vítima da sua incoerência
A escolha de Suzana Garcia, o apoio à candidata de Freixo de Espada à Cinta, o autoritarismo e sobretudo a coligação dos Açores tornam Rui Rio muito imprevisível. Não saberia o que contar desse candidato. Esse medo fez com que muita gente evitasse votar nele.
- O Chega
O Chega conquistou mais 300.000 votos. É assustador olhar para o currículo e para as polémicas dos deputados eleitos. Um saco de gatos com um em particular. Será que os ribatejanos que votaram e elegeram Pedro Frazão sabem o que ele fez a uma deputada na Assembleia da República? Sobretudo as mulheres?
Descobri ontem no Google: Pedro Frazão colocou um papel com a palavra "Desco[lo]nizar" com o "lo" escondido na porta de uma deputada e ainda partilhou isto nas redes sociais. Porque será que Ventura escolhe este tipo de preconceituosos para estarem consigo? Muitos milhares foram na cantiga do Chega e infelizmente algo me diz que ainda vamos ouvir falar muito destes deputados e não pelas melhores razões. Além disso não podemos esquercer que tem negacionistas e extremistas de direita nas suas fileiras.
- CDU
Já critiquei nas europeias e critico agora. O tempo passa e nada muda. O CDU está velho, imóvel no passado, decadente e sem inovação. Já esperava perdesse pois a população está mais velha e estes eleitores têm mais receio do vírus. Porque não se renova?
- O Livre elegeu Rui Tavares fruto do bom desempenho dos debates. Inês Sousa Real também se mantém no Parlamento. O Bloco leva uma abada fruto da irresponsabilidade do chumbo do orçamento. Então Catarina Martins rejeita o orçamento provocando eleições para na última semana de campanha já abrir a porta ao diálogo. Uma esquizofrenia inacreditável. A Iniciativa Liberal cresceu com bons quadros e que prometem uma nova visão à política.
- Chicão
O Chicão destruiu o partido e agora sai de mansinho. As suas ideias diluíram-se na sua imaturidade e no seu estilo horrível de debate com Ventura e Inês Real. Detestei ver aquela luta de galos. Com António Costa esteve bem, mas o seu valor acrescentado esbateu-se no meio de tanta polémica. Ainda assim, fará falta ao Parlamento.
Se é o fim do CDS - não, não é. Depende das pessoas que o liderem e das suas ideias.
Agora veremos como Costa se comporta com a maioria absoluta e sem debates quinzenais. Cá estaremos para acompanhar.
Em Outubro fiz uma viagem de uma semana a Malta.
Já partilhei que construo um mealheiro durante os meses para gastar em viagens.
Comprei os bilhetes com 4 meses de antecedência numa companhia low cost, conseguindo assim uma boa poupança. Apenas reservei hotel com uma semana de antecedência. Outubro é um bom mês: já não há confusão de turistas (em tempos de covid é critério), os preços são muito mais baixos, embora haja o risco de apanhar mau tempo. Escolhi Malta por ser baratinho, ver bonitas fotos nas redes sociais e pelo bom feedback que fui ouvindo entre amigos.
Malta é constituída por duas ilhas: Malta e Gozo.
Comecemos por Malta.
Todas as viagens foram feitas de transporte público. Por 21 € compramos um cartão com viagens ilimitadas de autocarro por 7 dias. É a melhor opção. A rede é muito completa, boa, vai a todas as cidades e pontos de interesse. Não aconselho alugar carro pois além do custos, conduz-se pela direita.
O primeiro dia foi dedicado à capital La Valetta.
Fomos de autocarro e passamos a manhã no centro histórico. É uma espécie de península com uma mar azul lindo de ambos os lados.
À hora de almoço há a parada militar com o disparo de canhão para turista filmar...
A zona costeira de La Valetta é muito recortada com inúmeras marinas. À tarde fomos à zona sul, calcorrear a parte do Forte. Por isso posso também dizer que é a zona mais faustosa.
O regresso foi feito a pé, por um longo e sugestivo calçadão. Com hotéis e lojas turísticas, temos pista vermelha durante alguns quilómetros para desfrutar.
No 2º dia e para aproveitar o bom tempo, fomos às duas maiores atrações turísticas da ilha: a Lagoa Azul (Cominhos) e aldeia do Popey.
Lagoa Azul
Para aceder à Lagoa Azul é preciso ir de barco. Há muita oferta e por isso o preço é baixo.
A Lagoa Azul tem este aspeto maravilhoso.
Se a Lagoa enche as medidas, a zona envolta desiludiu-me um pouco. Tem WC, uma roulottes com os famosos abacaxis, mas não tem areal. Tem uma escarpa onde as pessoas se vão alapando, sem grandes espaço entre elas (guarda sol e estender a tolha está fora de questão). Se em Outubro, já tivemos calor, imagino a tosta que deve ser no Verão. Estivemos lá cerca de 3 horas. Vale muito a pena, mas cuidado com o sol!
Muito perto do cais de embarque é a aldeia do Popey. O filme foi rodado numa aldeia construída para o efeito numa das falésias da ilha. Depois do filme realizado, manteve-se as construções que hoje são um parque temático. É muito engraçado e está muito bem construída. O acesso é pago, mas optamos por não entrar. A parte mais bela é vista do lado oposto da falésia.
No terceiro dia, fomos a uma das cidades mais bonitas, mas que não entra em muitos roteiros: Marsaxlokk. É uma vila piscatória, no Sul da ilha, com uma feira de artigos caseiros e souvenirs tradicionais de Malta. Foi das coisas que mais gostei e onde conseguimos comprar coisas mais engraçadas do que os tradicionais imans.
Daí, fizemos mais um passeio de barco. Desta vez à famosa St Peter's pool. Mais um aproveitamento de uma baía construída pela natureza. Uma piscina improvisada para onde o pessoal salta.
No regresso à capital, fomos ao miradouro fotografar o sunset.
No quarto dia, fomos às cidades históricas de Mdina e Rabat. Tomada pelos árabes na época medieval, a antiga cidade de Melita foi dividida na parte fortificada, Mdina e a cidade externa, Rabat.
Chegados ao terminal de bus, mesmo à entrada da fortificação, vamos experimentar uma das cidades mais bonitas.
No quinto dia, fomos a uma das poucas praias de areia da ilha: Golden Bay. E quem é que encontramos? Um grupo de portugueses que estava a participar numa prova de triatlo que estava a decorrer nessa manhã nessa praia!
Ver uma prova de triatlo, num clima ameno, numa água cristalina e quentinha, cenário perfeito! Durante a tarde fomos a outra praia nas redondezas.
O dia seguinte foi dedicado a Gozo. Por não haver tantos autocarros disponíveis, compramos um passe de uma cadeia de autocarros turísticos válido por um dia. Primeiro demos uma volta no circuito completo e depois demos uma segunda volta com paragem na cidade de Malsarforn.
Aí perto tem as famosas salinas de Gozo.
Algumas notas:
- o passe dos autocarros públicos em Malta revelou-se a solução mais prática e económica para este passeio. Apesar da excelente cobertura horária e de locais, os motoristas não são muito prestáveis nem simpáticos.
- Achei os preços da alimentação e dormidas bastantes acessíveis. São mais baratos do quem Portugal. Estava à espera de encontrar restaurantes de peixe, só que não. Apesar de haver mar por todo o lado, nem nas vilas piscatórias há peixe fresco. Vêm-se muitas pizzarias e hamburguerias.
- Outubro confirmou-se ser uma boa opção: apanhamos bom tempo, sem confusões, nem aglomerados de turistas. Com o COVID, pediram certificado de vacinação e o preenchimento prévio da documentação num site criado para o efeito.
Já votei hoje.
Esta medida de dar a possibilidade de se votar em dois fins de semana só pecou por tardia na nossa democracia e espero que seja para ficar. Se nas autárquicas é impossível, nas restantes eleições parece-me bastante prático.
Nestas eleições legislativas, não tinha ninguém na minha mesa de voto. Cheguei cerca das 12h, mostrei o cartão de cidadão e deram-me o boletim de voto do meu distrito. A abstenção é um dos maiores riscos da democracia e por isso exerci, exerço e exercerei sempre o meu direito que puder.
Antes, porém fui fazer a minha corrida ao Europarque, Santa Maria da Feira. Aos poucos felizmente estas atividades começam a voltar. Esta semana foi o dia das Fogaças (20 de Janeiro) e estando perto não podia deixar de trazer uma cá para casa.
E para quem não conhece aqui fica a foto da fogaça (espécie de regueifa doce mas com 4 bicos que representam as torres do Castelo da Feira).
Ao correr do Facebook, cruzei-me com uma crónica de um debate do jornal Público. A curiosidade levou-me a clicar nos "203 comentários" e chocou-me o que li.
Insultos gratuitos à forma física de um dos debatentes vindos de perfis sem rosto.
"Popota" e "Miss Pigy" foram os mais simpáticos. Dei por mim na sanita da vergonha humana. E entramos no domínio da liberdade de expressão versus censura.
- Até que ponto o Facebook pode permitir este bullying infantil?
- Até que ponto um jornal prestigiado pode deixar que os comentários ao seu trabalho seja inundado de insultos?
Isto numa semana em que um aluno espancou outra numa escola pública e partilhou nas redes sociais. Logo na semana de regresso às aulas. Para quem sofre deste tipo de agressões, a escola que deveria ser um lugar de aprendizagem torna-se um lugar de opressão. Não é de hoje, mas não melhora e esse é o problema: aceitar isto como normal.
Comparo estes dois casos para assinalar a banalização do insulto e da violência física e moral. As redes sociais devem dar liberdade às pessoas, mas não ser um espaço de normalização de agressões.
Ontem, fui a um bar depois de jantar e partilhei no Instragram este desabafo:
Pelos vistos não sou o único e parece que piora com a idade...
Não sei se têm visto dos debates das Legislativas. Eu tenho visto alguns e ainda com pouca amostra há coisas que me têm chamado a atenção:
- Reduzido tempo dos debates
Cada pessoa só fala 12 minutos e 25 minutos não dá para debater nada. Não acho nada esclarecedor o tempo que as pessoas têm para falar, expôr ideias e debater projetos para o país.
- André Ventura e Francisco Rodrigues dos Santos
Não gosto do estilo. Não se impõem ideias pelo grito nem pela interrupção. Parece uma peixeirada e ataques sistemáticos. FRS parece o aprendiz de AV. Não é assim que vão captar votos.
Gostei da postura de Rui Tavares a colocar André Ventura no lugar de um debate moderado e não gostei de João Cotrim a ir para a lama com FRS. Desnecessário.
- Ideias para o país
Nos 12 minutos, pouco ou nada se debate. Lava-se roupa suja. Ontem, dos 12 minutos, 4 foram gastos por Rui Rio a responder à jornalista sobre prisão perpétua. Realmente é isso que preocupa os cidadãos...
- Pontualidade
Agora deu às televisões não cumprirem horários, fazendo assim render as audiências? Uma mau exemplo.
Até agora, ainda não houve nada que mudasse a minha opinião para o sentido de voto nas Legislativas. Já tenho em mente em que vou votar.
Volta e meia, somos surpreendidos com uma espécie de pânico coletivo.
Esta correria aos testes, nalguns casos "porque sim", faz-me lembrar o pânico gerado pela greve dos motoristas de combustível.
É uma espécie de stress emocional que vem abalar o normal funcionamento das nossas vidas.
Os dirigentes do país ordenaram "testar, testar, testar", instruindo as pessoas com o medo e alguns postos gratuitos. A população aderiu, mas como é habitual faltou o planeamento: não se garantiu pontos de testagem suficientes e, pior, não se reforçou a linha Saúde 24.
Vemos pessoas que se vão testar por medo e que não têm qualquer sintoma, tirando a vez a pessoas que contactaram infetados ou que estão sintomáticas.
O pior vem a seguir: há um entupimento da linha Saúde 24 e esta não responde a casos não covid, bloqueando as urgências.
As restantes doenças e maleitas das pessoas ficam por tratar, sobretudo os que não podem aceder aos hospitais e clínicas privadas. Por aqui se vê uma das formas de como o covid pode aumentar as desigualdades sociais.
Mais uma falta de planeamento e de comunicação sempre a pensar nas eleições. Enquanto se fala no COVID, não se fala de outras coisas.
Bom 2022!
Desejo-vos muita saúde e estabilidade familiar e profissional! :) Acho o mais importante.
Esta manhã fui com os meus colegas da corrida assistir ao primeiro banho do ano na Praia da Baía, em Espinho. Não mergulhei, limitando-me a molhar os pés.
Não ligo a essas superstições até porque não quero ficar escravo delas. Porém, é sempre um momento do convívio.
Estava menos gente do que em 2020, talvez fruto das restrições, mas houve uma ausência que notei. Precisamente o mesmo político que me chamou a atenção há dois anos, Luís Montenegro, em vésperas de eleições no PSD. Como não sou de intrigas , limito-me a constatar a sua falta.
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