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Em adolescente li o livro " A Pérola" numa das férias de Verão.
Escrito por John Steinbeck, em 1947, faz parte do Plano Nacional de Leitura. Um livro curto, de leitura fácil, conta a história de uma família humilde que se dedicava à apanha de pérolas no mar para sobreviver. Até ao dia em que apanhou uma pérola tão grande e valiosa que ninguém a queria comprar. A inveja e malvadez dos outros tornaram a sua vida num Inferno.
Lembrei-me desta história já com alguns anos ao ver as notícias de Cristiano Ronaldo. Quando era jovem e potente, todos o queriam mas poucos podia pagar-lhe. Hoje, com 37 anos, poucos o querem e pode ver-se em apuros para arranjar clube. Já vários clubes/treinadores o rejeitaram explicitamente em público. E não é só pelo salário ou condições ... não estou a ver Rúben Amorim ou Sérgio Conceição a "perder" o balneário porcausa da estrela.
A vida dá muitas voltas...
Esta semana precisei de me deslocar a um serviço na cidade. Um calor abrasador e com o estacionamento todo pago nas ruas principais, tive de estacionar um pouco mais afastado.
Uma rua que outrora tinha árvores, que além da questão ambiental, faziam sombra, deram lugar a uma ciclovia. Asfalto e cimento.
Em 2020, quando ainda estávamos atordoados pela pandemia, a Câmara cometeu um arboricídio. Comentei o seguinte:
Para fazer a obra de "regime" e inaugurá-la a tempo das eleições autárquicas, a Câmara decidiu abater todas as árvores da Rua 19, o já chamado "arboricídio" em nome de uma ciclovia. A notícia do Público é desgastante: "árvores colidem com ciclovia e Câmada manda arrancá-las". Levou-me refletir: se queremos cidades mais verdes, qual o custo em termos de segurança, localização e sacrifícios que é preciso fazer para ter as ciclovias? Até que ponto a sua localização é exequível para as pessoas circularem em segurança? Até que ponto faz sentido "plantar" no meio da cidade e do caos do trânsito ciclovias de poucos metros? Já morreu pelo menos uma pessoa? Em Espinho, custou a vida a dezenas de árvores saudáveis.
Nas eleições, o partido que tomou esta decisão foi corrido da Câmara. Não sou arquiteto paisagista, mas sinto duas coisas: i) aversão à presença de árvores nas novas empreitadas públicas; ii) a aversão dos políticos que aprovam a ausência de verde.
Nestes dias de calor, senti falta dessa sombra. Uma ciclovia parece valer mais que sombra e oxigénio.
Ontem, em zapping cruzei-me com um programa da RTP que estava numa cidade a fazer um direto de um parque municipal. Relva (seca devido ao calor) e sem árvores. Um parque que mais parecia um descampado.
Todos os anos é a mesma coisa no Verão: incêndios a destruírem floresta, populações em apuros e a perder bens, bombeiros no terreno e o país nas bocas do mundo.
Este sufoco demonstra a falta de visão, de políticas de ordenamento florestal e sobretudo um sistema penal branco com pirómanos e irresponsáveis, demonstrando que o crime compensa. Recordo que uma das motivações dos pirómanos é ver o nome das suas terras nas media. Mesmo que isso seja numa espécie de masoquismo com a população.
Achei curioso ver o nosso Presidente da República a assumir o papel da Proteção Civil a fazer o ponto de situação dos incêndios na hora de abertura do telejornal... pareceu-me sede do protagonismo perdido. Do Governo, muitas fotos nos centros de decisão, mas sem respostas efetivas e este problema estrutural.
Quanto à vaga de calor, confirma-se aquilo que as previsões ditam fruto do aquecimento global e da irresponsabilidade quanto às alterações coimáticas: as ondas de calor serão cada vez frequetes e duradouras. Tal e qual.
Quem sofre? Os países menos desenvolvidos e os mais pobres.
Tive curiosidade e fui ouvir o podcast do Miguel Milhão.
Não pela sua opinião em relação ao aborto. Honestamente acho que ele é livre de ter a sua opinião, tal como eu tenho a minha. Achei exagerada a atitude de algumas pessoas quebraram acordos comerciais só porque o homem é a favor do aborto.
O que me levou então a querer ouvi-lo?
O facto de ter uma das mais bem sucedidas e internacionais empresas portuguesas com marca própria. Tive curiosidade em ouvir o que tinha para dizer porque admiro o crescimento da Prozis.
O resultado foi uma enorme desilusão.
A começar pelo nome brejeiro do podcast (ou monólogo). Que necessidade há em colocar palavrões no título?
Ao ouvi-lo parecia que estava a ouvir o tradicional patrão português: erros gramaticais, palavrões, sem contraditório e aquela desvalorização do que é português. Quando diz que não precisa de Portugal e que nos EUA é que é bom, para mim é arrogância.
A Prozis esteve sediada na Zona Franca da Madeira com um regime fiscal muito benéfico (não percebo como cumpriu os requisitos). Com sorte ainda tem elevados benefícios fiscais (Sifides, interioridade, primeiro emprego) e ao ter as suas fábricas cá ainda paga salários mais baixos do que se fosse na América. Além disso, tem pouca concorrência no país. Não gosto destas pessoas que quando sobem mais um pouco, desvalorizam o que a sustenta e as levou ao sucesso.
Engraçado que quando vamos ao Portal da Queixa, lemos que há clientes que se queixam de censura das reviews que fazem no site quando são críticas. Faz sentido com esta liderança.
Depois questiono-me como será reportar, ser liderado e reportar a uma pessoa assim? Discutir decisões com ela, propor alterações, ...
Fico triste com estes novos lideres. Uma geração com produtos diferenciados, com redes sociais, um manancial de informação, mas cuja mentalidade permanece nos anos 70.
Não sou cliente da Prozis, admiro o crescimento da empresa, mas fico triste com esta mentalidade tacanha.
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