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Pela primeira vez vou escrever sobre este tema que é bastante pessoal.
A minha avó vive com os meus pais. Já tem uma idade avançada e com o tempo os problemas de saúde começam a aparecer. Na Páscoa, apareceu-lhe uma infeção urinária causada por uma reação negativa do seu organismo à troca de um medicamento. Começou com diarreia e falta de apetite e terminou com uma infeção, com uma longa noite no Hospital de Gaia onde demorou 9 horas para ser atendida. Teve o azar de ter pulseira verde. A minha mãe acompanhou-a e ficou as 9 horas na sala de espera sem dormir (ao mesmo tempo, uma outra senhora desistiu às 02h da manhã com o seu pai, porque tinha de trabalhar no dia seguinte e o senhor foi doente para casa). Pior que isso, foi reparar no desprezo e arrogância do pessoal médico/auxiliar que até desvia o olhar para não encarar os utentes. Pode haver gente para atender e estarem atolados de trabaljho, mas não custa nada sorrir, ser eeducado, simpático, responder às pessoas quando lhe perguntam a situação...
A infeção tirou-lhe o andar e tornou a minha avó 100% dependente. Se em Junho, já conseguia ir pelo próprio pé, com as escaras agora apareceu uma erispela. Mais uma contrariedade e novamente uma situação de 100% de dependência física. Foram muitas as noites mal dormidas nas últimas semanas, com preocupação e mau estar noturno da minha avó.
A minha mãe está em pré reforma e felizmente tem tempo para cuidar da minha avó. A casa tem condições e não lhe falta nada. A própria segurança social dá incentivos financeiros aos cuidadores (com milhenta burocracia associada) e o SNS disponibiliza enfermeiro ao domicilio.
É claro que queremos o melhor para os nossos e ficamos incomodados quando os vemos com dores ou mal. Se por um lado o amor e carinho familiar prevalecem, por outro preocupa-me o desgaste físico e emocional da cuidadora, a minha mãe.
Acho que só quem passa por isto é que dá valor à exaustão que provoca.
Apesar de inconsciente, os mais velhos tendem a descarregar a sua frustração de dor e de dependência nos que lhe são próximos, seja com birras, com palavras ofensivas ou com um dramatismo para ter a atenção. Por muito amor que haja, a saúde mental sai afetada e chega-se a um ponto em que é muito dificil manter o equilibrio.
No passado fim de semana, fui ao Trail Solidário de São Roque em Oliveira de Azemeis.
O clube local organizou um trail gratuito com corrida e caminhada para angariar fundos para a construção de uma bancada no seu complexo desportivo.
Um percurso ao longo de um riacho muito engraçado. Nunca tinha ido para esta zona (na verdade foi a primeira iniciativa do género neste concelho) e pareceu-me haver muitos trilhos interessantes para explorar nessa zona.
Quem me conhece, sabe que gosto de passear. Poupo durante o ano para poder turistar, procurando promoções ou marcando com antecedência para ter preços melhores. Ao contrário de anos anteriores, quis algo mais tranquilo. Menos cultural e mais "papo para o ar" (também faz falta!) Este ano, tirei em férias em Julho e optei por ir para fora.
Duas razões para isso: a primeira é que nos últimos anos fiquei em Portugal e os preços estão cada vez mais exorbitantes. A nossa hotelaria está com o seu umbigo virado para para os turistas estrangeiros com preços absurdos para o que oferece (um quarto e pequeno almoço). A obcessão em aumentar a receita por quarto escorraça os portugueses para outras paragens.
Vendo as opções de alugar apartamento ou hostel, a situação não melhora. Preços igualmente exorbitantes, com a agravante de termos o trabalho de andar com a roupa de cama às costas, de nem sempre a higiene estar assegurada entre inquilinos e correr o risco de ser burlado.
À estadia, tem de se somar a deslocação (gasóleo e portagens no mínimo), as refeições (e aí depende das escolhas de cada um, mas é sempre um custo elevado), isto e aquilo.
Fica mais barato ir para o estrangeiro do que ficar em Portugal.
Ou se tem sorte de arranjar pechinchas ou promoções, ou para o português de média baixa classe, é impossível.
Para concluir, hoje ao ler esta notícia do Observador (na verdade é um re-post da Lusa) que nos diz que o Algarve, é a região do país com salários mais baixos leva-me a duas questões: i) será uma questão de média com rendimentos elevados no Verão e muito baixos no Inverno; ii) serão mesmo os baixos salários da hotelaria e restauração mesmo com os preços absurdos que praticam?
A escolha de leitura nestas férias recaiu sobre uma autora que já tinha lido e gostado: Paula Hawkins.
A minha irmã emprestou-me o "Um fogo lento".
Ao fim das primeiras 3 páginas dei por mim a ter um deja vu da "A rapariga do comboio" que já tinha lido. E assim foi até ao fim. Uma história ligeira, com um crime e descrição de personagens com a qual conseguimos identificar na realidade. A escrita é simples, mas achei mais do mesmo.
Parecia uma cópia do livro anterior - o mesmo enredo, a personagem toxicodependente esquecida e que baralha o discurso, o que leva a questionar se a autora não consegue sair do mesmo registo.
Uma última nota: tal como na Rapariga do Combooio, a personagem disfuncional mente polícia e usa palavrões com as autoridades (haverá mesmo necessidade disso?).
Sinopse:
Um homem é encontrado brutalmente assassinado em Londres, dentro de um barco, o que levanta uma série de questões sobre três mulheres que o conheciam. Laura é a jovem problemática que foi vista pela última vez com a vítima. Carla é a tia inconsolável, ainda de luto por outro familiar falecido pouco tempo antes. E Miriam é a vizinha bisbilhoteira que encontrou o corpo coberto de sangue, mas que claramente esconde segredos da polícia. Três mulheres com ligações distintas a este homem. Três mulheres consumidas pelo ressentimento que estão ansiosas por se vingarem do mal que lhes foi infligido. E, quando toca a vingança, mesmo as melhores pessoas são capazes dos atos mais terríveis. Até onde irão estas mulheres para encontrar a paz de espírito? E durante quanto tempo podem os segredos arder em fogo lento antes de irromperem em chamas descontroladas?
Não ligo muito a futebol, mas gosto de ver os jogos da nossa selecção, em particular nos Europeus e nos Mundiais.
Portugal ficou pelos quartos-final. Venceu as selecções mais fracas, mas não conseguiu derrotar a França. Curiosamente os gauleses também têm uma estrela na equipa - Mbapé e viria a ser arrumada logo a seguir pela Espanha.
No último jogo, surpreendeu-me a atitude da nossa estrela e supra-egocentrica Cristiano Ronaldo.
Na primeira parte, deixou Bruno Fernandes marcar um livre. Na segunda, com o jogo a continuar empatado, o seu egoísmo impôs que fosse ele a marcar. Falhou e viria a falar um golo cantado perto do fim.
Mais uma vez, a seleção das vaidades e do favoritismo deixou-se levar pelos egos. Tal como critiquei o de Sérgio Conceição (que continua desempregado, btw), critico o de Ronaldo e critico todos aqueles que buscam a sua realização individual (a dos recordes) em vez da coletiva. Critico também o treinador que parece olhar mais a nomes do que a talento no momento do jogo. Porque ficou Francisco COnceição no banco?
Bem, daqui a dois anos deve haver mais.
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