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Leitura de Verão: A Máquina de fazer espanhois

23.07.21

máquina de fazer espanhois.jpg

Nestes dias, li "A máquina de fazer espanhois" de Valter Hugo Mãe.

 

Aluguei este livro na biblioteca após uma sugestão da Andreia: um autor português com uma história portuguesa. O que me cativou? O protagonista ser um idoso enviado pela família para o lar após ter ficado viúvo.

 

O lar chama-se Casa Feliz Idade e toda a ação é relatada a partir da visão de um idoso "despachado" pela filha. Desde o dia em que chega, a negação inicial, o sentimento de abandono, de perda, de vitimização e as novas amizades que as pessoas são forçadas a ter. A história mostra que até para ser idoso é preciso ter sorte no lar que a família escolhe (e paga), nos auxiliares que se encontra e na ganância de quem o gere.

 

Assim, as personagens são os residentes do lar e as relações humanas que é possível construir na reta final da nossa vida, bem como as diferentes perspetivas dos utentes. Desde os que vêm como umas férias com os serviços de cuidado, os que vêm abandonados e os que são forçados.

Adicionalmente, é feito um exercício muito interessante de memória da personagem principal, quando pensando nas decisões mais importantes da sua vida, recorda o momento em que denunciou um dissidente à PIDE durante o Estado Novo. 

 

Houve uma coisa que chamou a atenção neste livro: não haver travessões para diálogos nem letras maiúsculas no inicio das frases.  

Não é comum, nem comercial e muito menos cinematográfico a escolha destas personagens e estes sítios tão esquecidos para uma história. Acaba por ser um livro de leitura portuguesa, forte mas bonita, sem traumas e que nos dá uma perspetiva que na correria do nosso dia a dia nem nos apercebemos. Só por isso já valeu a pena.

 

Review da Andreia aqui.

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publicado às 17:01

Leituras do Último: O monge que vendeu o seu Ferrari

13.03.21

O Monge que vendeu o seu ferrari.PNG

Foi o primeiro livro do género (auto-ajuda/inspiracional) que li.

O Monge que vendeu o seu Ferrari de Robin Sharma.

 

O nome do livro deixa antever o que nos espera: uma história e um conjunto de conselhos e instruções para relativizar a nossa vida e o stress do nosso dia-a-dia. Depois de ler, há coisas que fazem todom o sentido e que nos só pensamos nelas quando as lemos.

 

Com o stress do dia a dia, quantas vezes não valorizamos as pequenas coisas e temos dificuldade em nos concentrar, em pensar em nós e naquilo que faz realmente falta?

Porém, vou ser muito honesto, apesar da reflexão e auto-ajuda dada, não me disse mais muito.

A grande conclusão que tirei é que livros deste género só fazem sentido quando precisamos deles ou estamos numa situação emocional que o justifique.

E vocês que experiências têm com livros de auto ajuda? Leram por ler? Ou apenas quando fez "sentido"?

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publicado às 18:44

Leituras do Último: O triunfo dos porcos de George Orwell

06.01.21

Triunfo dos porcos.PNG

Descobri este livro na estante da sala do meu pai na noite da passagem de ano.

Esta história é uma fábula onde os animais personificam os atores políticos da ascenção ao poder da extrema esquerda. Dado o contexto histórico, a associação é direta à implementação do comunismo na Rússia durante a primeira metade do século XX. 

 

A história passa-se numa quinta onde um porco inspirador tem o pensamento teórico do Rebelião: uma revolução em nome de uma quinta com mais liberdade, igualdade, qualidade de vida e felicidade. A ideia é todos os animais se juntarem e expulsarem os humanos exploradores, castradores e capitalistas.

 

Do pensamento, passa-se à ação depois da morte do porco mentor. Todos os animais atuam em conjunto sendo o processo liderado pelos porcos que se assumem como as personagens mais cultas, inteligentes e dinamizadoras do processo de Rebelião.

 

Com o tempo, os porcos tomam o poder, gerando-se uma disputa a dois. O argumento de que é preciso um líder forte  leva a alianças estratégicas acabando por ganhar um deles, o Napoleão. A partir daí, começam os abusos de poder, as manipulações de comunicação, leis feitas à medida e os porcos a enriquecer e os outros animais escravos e submissos. Enquanto os primeiros se alimentam bem e têm boas condições de vida, são cortadas as rações aos outros animais, lembrando-se de que com os humanos capitalistas era e seria pior.  Quem ousa trair ou criticar o líder porco, é assassinado pelos cães ao serviço do mesmo.

 

A ilusão prometida de felicidade e liberdade é substituída pela ganância do poder, manipulação e a teoria da conspiração dos opositores. Enquanto os "porcos" estão intocáveis, os outros animais definham manipulados, infelizes e impotentes. 

Existe inclusivamente a personagem do cavalo. Um animal forte, trabalhador e leal que quando fraqueja é abatido.

 

A moral da história é clara: não há sistemas perfeitos e os vícios do poder político são transversais à extrema esquerda e à extrema direita.

Em conclusão, é um belíssima história que usando animais ajuda a compreender o que foi o Comunismo na Rússia do século passado e de como na hora da verdade os vícios são todos. Fiquei a saber entretanto que este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura

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publicado às 18:15

Leituras do Último: O tatuador de Auschwitz

15.05.20

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Depois de má experiência com Um oficial de Malta, a minha irmã comprou este livro e arrisquei lê-lo.

Falar e ler de Auschwitz e dos horrores do Nazismo não é das coisas que mais me interessam. Um período negro da nossa história, muito negro e muito maldoso. Já tinha lido elogios no blog da nossa querida blogger Marta Elle.

 

Li o livro numa tarde, tal forma cativante, bem escrito, um retrato de uma história real, mas sem ferir o leitor. Fala dos sentimentos, angústias, modo de funcionamento e do que cada um fazia para viver mais um dia no campo de concentração. Admirei isso na escrita de Heather Morris.

 

Nestes tempos de confinamento, em que a nossa liberdade está confinada a uma casa leva-nos a conhecer outras realidades e faz-nos pensar: podíamos estar bem piores.

Um bom livro e dos melhores que já li. Dá sempre vontade de ler a página a seguir, conhecer o detalhe seguinte.

 

Esta é a história assombrosa do tatuador de Auschwitz e da mulher que conquistou o seu coração - um dos episódios mais extraordinários e inesquecíveis do Holocausto.

Em 1942, Lale Sokolov chega a Auschwitz-Birkenau. Ali é incumbido da tarefa de tatuar os prisioneiros marcados para sobreviver - gravando uma sequência de números no braço de outras vítimas como ele - com uma tinta indelével. Era assim o processo de criação daquele que veio a tornar -se um dos símbolos mais poderosos do Holocausto.
À espera na fila pela sua vez de ser tatuada, aterrorizada e a tremer, encontra-se Gita. Para Lale, um sedutor, foi amor à primeira vista. Ele está determinado não só a lutar pela sua própria sobrevivência mas também pela desta jovem.

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publicado às 21:09

Leituras do Último: Um oficial em Malta

08.05.20

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Sou daquelas pessoas que não gosta de começar um livro sem acabar o anterior.

 

Um oficial em Malta de Mark Mills é daqueles livros cuja sinopse é interessante. Cativa. Mas quando se começa a ler, a coisa não puxa. Não há mistério, não há interesse, a história nem aquece nem arrefece. As páginas sucedem-se, com muito texto acessório e sem cativar. Não gostei da escrita nem da criatividade do autor.

 

Corre o Verão de 1942. Para os habitantes de Malta, sujeitos a bombardeamentos diários, os Britânicos representam a última linha de defesa contra os Nazis. Max Chadwick, o oficial de informação, tem como função assegurar que os Malteses recebem notícias que fortalecem a sua relação com os Britânicos.
Quando lhe apresentam provas de haver um oficial britânico a assassinar mulheres maltesas, Max tem, melhor do que ninguém, noção das consequências desastrosas que tal revelação acarretaria. Enquanto a violência dos ataques à ilha cresce de dia para dia, Max embarca numa investigação, à revelia de ordens superiores, às escondidas dos amigos e da mulher que ama.
Max sente-se, contudo, dividido entre princípios morais e o dever patriótico durante os seus esforços para descobrir o assassino… uma personagem esquiva, sempre um passo à frente do seu perseguidor.

Têm aqui outro feedback oposto do meu

Tinha tudo para ser uma história boa, mas não é. Não tornarei a ler este autor.

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publicado às 20:47

Vale a pena comprar livros?

20.08.19

Já me coloquei a mim mesmo esta pergunta.

 

Atualmente estou a ler os contos incoporados nos "Serões da Província" de Júlio Dinis num livro perdido aqui em casa. Ainda é do tempo de solteira da ... minha mãe. Enquanto o lia na praia, dei por mim a pensar: há quanto tempo não compro um ,livro?

 

A verdade é que já não compro um livro há muito tempo. Nos últimos dois/três anos, os livros que li ou foram emprestados ou aluguei-os na biblioteca. A razão é simples: muitas vezes gastamos 10 a 20 euros num livro e depois de o lermos, deixamo-los na prateleira a ganhar a pó. Não pegamos mais neles! Uns anos mais tarde pomo-nos a pensar o que fazer com eles ...

 

Oferecer no Natal é sempre uma boa opção. Quantos de nós já releu um livro? Ou é algum que nos marca mesmo muito, ou nunca mais pegamos nele.

 

Daí que ultimamente alugue na biblioteca municipal. Claro que nos temos que sujeitar às limitações de escolha e aos tempos de devolução, mas a reutilização do livros fica garantida. Além de que é gratuito. Quando ficar muito marcado por algum, há sempre a opção de o comprarmos.

 

Claro que esta opção levanta questões como a sobrevivência da industria livreira, mas sobre isso respondo com o preço elevado de um livro que mais que paga o autor, o papel e os custos de distribuição.

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publicado às 18:32

Leituras do Último: A queda dum anjo

23.07.19

Pela primeira vez li uma obra de Camilo Castelo Branco: A queda dum anjo.

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Quando comecei a ler a obra, chamou-me a atenção o vocabulário de Camilo. Muitas das palavras já não se usam hoje em dia o que constitui um desafio, embora se vá percebendo perfeitamente o significado da frase.

 

A personagem principal é um deputado que troca Trás os Montes pelo Parlamento em Lisboa. Estamos a falar do final do século XIX, altura de Camilo.

 

O "anjo" caracteriza-se por ser um acérrimo defensor da moral e bons costumes. Muita retórica, muito blá blá inútil e conservador, como os saudosistas e guardadores da moral e bom costumes gostam.  Vai subindo na vida e nas cortes políticas, arranjando uma amante. Uma brasileira, avantajada, o oposto da sua mulher provinciana e campónia. O dilema da personagem coloca-se na sua imagem política e no dinheiro da sua esposa de casamento. Para viver, o "anjo"  preciso do sustento da mulher que o envergonharia em Lisboa. A piada do livro é perceber como será a queda do anjo. Camilo fugiu ao cliché das novelas e foi pela via mais ética. O deputado prescindiu e deu o divórcio à mulher traída e ambos seguiram o seu caminho sem ficarem presos ao passado e a vinganças.

 

Sobre a escrita de Camilo constatei que revela tal e qual a mentalidade portuguesa: ineficiência.

Páginas e páginas "à volta". A acção não avança. 150 páginas a engonhar, para depois nas 100 finais a história ganhar emoção e ter o seu interesse. O português é assim: deixa tudo para a última. É na seleção, é no trabalho, é na pagamento de impostos. Até nas literatura...

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publicado às 18:15

Leituras: O Casal do Lado

09.01.19

Recebi este livro de Sharin Lapena no Natal e é deste género que gosto.

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Um crime logo no primeiro capítulo, poucas personagens, um detetive, um polícia e 300 páginas no máximo.

 

A história é fluida e com revelações ao longo da história que não deixam tudo para o fim (detesto livros que enrolam e enrolam e a história não avança). 

 

A história começa com o rapto de uma criança e envolve uma mãe em depressão pós parto, um pai falido, uma vizinha  ninfomaníaca, uma avó conservadora e um avô novo rico. Quem raptou a criança?

Sinopse aqui

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publicado às 18:18

Leituras: Cinco quartos de laranja

25.12.18

Neste dia de Natal, andei a fechar a porta pelo Stone Art Books. 

 

Foi a primeira vez que li um livro de Joanne Harris e quando li a sinopse na contracapa na biblioteca, achei ...

Para continuar a ler aqui

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publicado às 19:44

Leituras do Último: Jogos de raiva

08.11.18

Este livro foi sugerido pela Magda Pais e arrisquei as 437 páginas.

 

Não me arrependi.

 

Muito bem escrito, é um reflexo da sociedade portuguesa e quiçá europeia dos finais da segunda década dos anos 2000.

O enredo da história aborda os perfis falsos nas redes sociais, a crítica gratuita (seja de índole sexual, racista, social), a dificuldade em distinguir o verdadeiro de não verdadeiro e as diferentes forma como os caça likes nos pode atingir tomando de exemplo as diferentes personagens da história.

O livro refere também o lado bom das redes:a possibilidade das nossos perfis e comentários nos tornarem conhecidos e tem uma relação deliciosa: a quantificação de quanto os outros gostam de nós com o nº de likes nas nossas publicações.

 

Assim, este livro do Rodrigo Guedes de Carvalho é uma reflexão sobre a dependência da sociedade atual dos ecrãs e todas os seus defeitos.

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publicado às 18:17


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