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Todos os anos é a mesma coisa no Verão: incêndios a destruírem floresta, populações em apuros e a perder bens, bombeiros no terreno e o país nas bocas do mundo.
Este sufoco demonstra a falta de visão, de políticas de ordenamento florestal e sobretudo um sistema penal branco com pirómanos e irresponsáveis, demonstrando que o crime compensa. Recordo que uma das motivações dos pirómanos é ver o nome das suas terras nas media. Mesmo que isso seja numa espécie de masoquismo com a população.
Achei curioso ver o nosso Presidente da República a assumir o papel da Proteção Civil a fazer o ponto de situação dos incêndios na hora de abertura do telejornal... pareceu-me sede do protagonismo perdido. Do Governo, muitas fotos nos centros de decisão, mas sem respostas efetivas e este problema estrutural.
Quanto à vaga de calor, confirma-se aquilo que as previsões ditam fruto do aquecimento global e da irresponsabilidade quanto às alterações coimáticas: as ondas de calor serão cada vez frequetes e duradouras. Tal e qual.
Quem sofre? Os países menos desenvolvidos e os mais pobres.

Vejo muitas virgens ofendidas a teclar com o faitdiver do momento: uma cantora que pegou na bandeira de Espanha no Rock in Rio. Muitas das partilhas das redes sociais são de pessoas que não viram o momento. Limitam-se a gerar e comentar seguindo as indicações extremistas e depreciativas de site de fake news.
Enquanto isto, em Melilla, aqui ao lado, aconteceu um massacre neste fim de semana.
37 mortos (oficiais), elevada violência, maus tratos e um massacre sobre muitos migrantes que tentaram passar a fronteira entre continentes, vítima de mafiosos que prometem o que não podem cumprir. Tiram o pouco que esta gente tem.
Curiosa, a empatia que as pessoas têm pelos refugiados ucranianos (vítimas de uma guerra que não pediram, muitos deles com formação superior e capital) e a falta dela pelos refugiados magrebinos (pobres e vítimas de extorsão).
Crimes destes não podem ser ignorados.
P.S.: Sobre o crime da pequena Jéssica, mais uma vez parece haver falhas do Estado. Claro que não se adivinha o futuro, porém é de uma crueldade muito chocante. Um horror.

Se há tema controverso é o do assédio.
Esta semana, vi que um professor foi expulso da FEP devido a acusações de xenofobia, assédio, .... Conheci-o, foi professor, não tenho nenhuma história para contar, mas surpreendeu-me algumas acusações. Os exemplos dados pareceram-me mais graçolas sem piada do que propriamente assédio e quem conhece os corredores universitários sabe que há jogos de poder. E nesses jogos, uma gota transforma-se num oceano com gente ressabiada se for para ajustar contas do passado. Sobretudo quando este foi candidato a alguns órgãos de faculdade afrontando alguns catedráticos.
Já agora, gostava de saber se os mesmos alunos de jornalismo que se queixaram, também fizeram queixa à ERC pelo programa da TVI pelo programa "Roast" com graçolas racistas ainda piores... Ah, a TVI é futura empregadora desses mesmos queixosos...
E leva-me a perguntar o que é o assédio?
Diz o dicionário "perseguir com insistência, molestar, importunar" . Um dos posts com mais visitas no meu blog é um onde reflito se olhar para uma pessoa do sexo oposto é assédio. A resposta é sempre subjetiva e é sempre, depende! Depende se importuna ou não.
Se queremos levar o assunto a sério, não podemos banalizar e não podemos dizer que um homem olhar para as formas de uma rapariga é assédio só porque sim. Ou vice versa. Depende de como a outra pessoa vê se olhar e quão intruso pode ser.
Na Faculdade de Direito de Lisboa, denúncias foram feitas, umas mais graves que outras. As pessoas têm o direito de se sentir importunadas com mensagens privadas de professores com segundas intenções. Bem como têm o direito de se sentir assediadas quando há insinuações sexuais de um professor para aprovar uma aluna.
Até porque há um desequilibro de poder: o professor avalia os alunos e pode reprová-los. Quanto aos arquivamentos de processos, não me surpreende muito por uma razão: há interesses entre professores na obtenção de apoios a eleições e promoções na carreira.

Em 2018, escrevi aqui no blog e nos comentários de outros bloggers, que não iria contribuir com um cêntimo em ações de solidariedade para as vitimas dos incêndios que assolaram o país.
Se o fizesse seria ajuda direta a quem conhecesse e com as minhas próprias mãos.
Infelizmente, os meus receios de fraude confirmaram-se.
Foi um dos maiores flagelos nacionais e foi precisamente, por insistência de Marcelo Rebelo de Sousa na sequência dos mesmos, que António Costa substituiu a então ministra da Administração Interna por Eduardo Cabrita. Mais uma herança ... ![]()
Na altura, desconfiei se os fundos angariados em concertos, linhas de chamadas de valor acrescentado, isto e aquilo iriam chegar a quem precisava.
4 anos depois e quando as atenções estão todas viradas para a Guerra da Ucrânia, foi divulgada as conclusões de uma auditoria do Tribunal de Contas que nos deve encher a todos de vergonha.
Fraude, lesão do erário público com uma baixa taxa de execução, xico espertismo tuga de aproveitamento de fundo em moradias de 2ª habitação e uma enorme opacidade na aplicação de fundos. Não surpreende e vem mostrar duas coisas: i) fiz bem em não contribuir e ii) porque nos afundamos no rankings de transparência e níveis de corrupção no país.
Ouvi na Antena 1 uma notícia mais desnvolvida, mas na internet encontro apenas esta.

Já escrevi sobre este tema em 2019 e vou repetir porque continuo com as mesmas críticas sobre a burocracia da CP nos comboios suburbanos do Porto. Passaram-se dois anos e nada simplificou.
- Os cartões da CP continuam com a validade de apenas um ano.
Custam 0,50 € e apesar de ter um na carteira não o pude usar, tendo de comprar um novo. Não fico mais pobre pelos 0,50 € mas não faz sentido esse desperdício burocrático.
- Continua a não ser possível pedir fatura com contribuinte nas máquinas automáticas.
Quem quiser, tem de se inscrever num site e colocar os dados do recibo para depois receber a fatura por email. Surreal...
Numa era tão tecnológica, porque não poder comprar os bilhetes através de uma app? Porque não adaptar os leitores do cartão Andante aos QR codes agora tão na moda? Porque não simplificar a vida (e a carteira) dos utentes?

O jogo Belenenses SAD- Benfica é paradigmático do estado em que país está e de como a vida é. Não me vou debruçar sobre táticas nem cores clubísticas, vou ver o jogo de outra forma.
Numa competição profissional de uma industria que movimenta milhões, entram 9 contra 11. Os 9 eram da equipa mais fraca contra os 11 da equipa mais forte.
- Naturalmente que o mais forte goleou o mais fraco. Apela-se muito ao fair play, criam-se cartões brancos, mas na hora da verdade, o mais forte não quer saber disso. Quer é ganhar a todo o custo. E assim foi.
- O regulador, a Liga, que é quem organiza o campeonato permitiu que isso acontecesse.
- Num jogo de passa culpas tão típico em Portugal, ninguém as assume. Morre sempre solteira. É assim em Portugal, sobretudo quando beneficia os mais poderosos. O jogo realizou-se inexplicavelmente e mesmo assim ninguém faz o correto: anular o jogo.
- Pelos vistos não há ainda um protocolo definido um ano e meio depois para casos de COVID num plantel. Os presidentes foram tão exímios em manter uma luta conjunta com direito a almoço de leitão na Bairrada com as televisões chamadas ao restaurante e o mais importante que é definir regras, não o fizeram.
- Os jogadores não estão isentos de culpa. A partir do momento em que sobem ao relvado e aceitam jogar estão a compactuar com esta injustiça. Não é profissionalismo, é cobardia.
E assim, continua tudo na mesma. Os mais fortes a calcar os mais fracos e não se passa nada.
Tudo errado aqui.
Por fim uma nota para um disparate que ouvi. Um dos paineleiros do costume, na CNN Portugal (pouco ou nada mudou face à TVI 24 - muito futebol só com triquisses) disse que chamar este episódio, página "negra" do futebol português era racista!!!! Está tudo louco? E branquamento de capitais é insulto aos caucasianos?
Eu bem digo que viemos piores da pandemia.

Este mês fiz anos.
De uma conhecida marca de vendas privadas francesa, recebi um voucher de 10 € para compras superiores a 20 €.
Cativou-me o desconto de 50%.
Não preciso de nada em concreto, mas fui dar uma vista de olhos aos calções de desporto. Gostei de uns, seleccionei e no momento da entrega, verifiquei que apenas tinha a opção de "domicilio" e o valor dos portes é 10 €.
Um absurdo! O que ia poupar no produto iria gastar na mesma medida nos fretes.
Além disso, não gosto da entrega do domicilio porque nos obriga a estar em casa e o carteiro nem sempre toca à campainha.
Verifiquei depois que existe uma opção de entrega "rápida" nalgumas "lojas" que permite ao consumidor levantar o artigo num ponto pickup ou CTT mediante o pagamento de 4 €. Ao ver que marcas estavam abrangidas pela "campanha", pouco me interessou com exceção de uma marca de roupa em que o preço mais barato eram uns boxers+meias por 23,90 €. Deduzindo o desconto de 10 € e somando os portes ficaria em ... 17,90 € - excessivo para o que é.
Não gosto de gastar dinheiro por gastar e nestas condições, não aproveitei a campanha. Ninguém dá nada a ninguém.
Pelo menos a mim não interessou.

Uma coisa é discordarmos de uma medida governativa.
Outra coisa é anarquia, selvajaria ou hooliganismo.
O que vejo nos negacionistas são pessoas que não medem o bom senso.
Vi um juiz com um discurso medieval (quando havia classes sociais) a destratar polícias. Fiquei com a dúvida que se não fosse um juiz e fosse um adepto de futebol ou um mendigo, a reação seria a mesma... mas os próprios polícias devem ter ficado tão parvos como nós, comuns cidadãos, a ver tal disparate.
Vi uns anarquistas a insultar um cidadão enquanto este almoçava tranquilamente com a sua esposa num restaurante. Insultos gratuitos, ameaças e uma selvajaria sem qualquer razão de ser. O vídeo apareceu de imediato.
Vi novamente uns anarquistas a tentar agredir o cidadão responsável pela task force durante os diretos nas televisões.
Já não estamos a falar de opiniões diferentes. Estamos a falar de comportamentos que começam a ser perigosos e põem em causa a segurança dos cidadãos, havendo já, parece-me, outras intenções implícitas.
Duas coisas chamaram-me a atenção este fim de semana.
i) a agressão de dois membros do partido CH a um ex-homossexual em Viseu e a reação absurda do seu líder AV.
Em vez de condenar o óbvio, justifica as agressões gratuitas culpando a vítima pela sua opção sexual.
Deixo aqui o print-screen para não acharem que estou a mentir. Teria razão se tivesse havido provocações ou vitimização mas não foi o caso.
Mais uma vez, omito propositadamente os nomes para não entrar nas estatísticas de popularidade nos motores de busca.

Não percebo esta sociedade cada vez mais intolerante, agressiva e radical. O pior é quando vemos coligações políticas de toda a direita com estes partidos preconceituosos.
ii) Boaventura Sousa Santos foi indigitado para presidente da Conselho Nacional de Ética.
E quem é que nomeia para o Conselho? O seu ... filho. Ver aqui
Chegamos à república das bananas.

A diretora pedagógica do Colégio Ribadouro foi suspensa dois anos e o colégio forçado a encerrar por um devido ao empolamento de notas do ensino Secundário
Surpreende alguém? Ninguém.
Toda a gente sabe que quiser ir para Medicina, o ingresso no Colégio Ribadouro no Porto é uma importante ajuda. Um ensino muito orientado para o exames e confirma-se agora que empola as notas nas restantes disciplinas.
Já tinha falado disso aqui há dois anos atrás.
E o que foi detetado:
É por esta razão que eu defendo os exames. É a forma possível de garantir alguma equidade dos alunos.
Se os pais que pagam a mensalidade, anseiam por estes atropelos é saudável e justo que haja punições para o xico espertismo dos que acham que o dinheiro tudo justifica e tudo compra. Mesmo que isso signifique injustiças.
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