Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Esta semana precisei de me deslocar a um serviço na cidade. Um calor abrasador e com o estacionamento todo pago nas ruas principais, tive de estacionar um pouco mais afastado.
Uma rua que outrora tinha árvores, que além da questão ambiental, faziam sombra, deram lugar a uma ciclovia. Asfalto e cimento.
Em 2020, quando ainda estávamos atordoados pela pandemia, a Câmara cometeu um arboricídio. Comentei o seguinte:
Para fazer a obra de "regime" e inaugurá-la a tempo das eleições autárquicas, a Câmara decidiu abater todas as árvores da Rua 19, o já chamado "arboricídio" em nome de uma ciclovia. A notícia do Público é desgastante: "árvores colidem com ciclovia e Câmada manda arrancá-las". Levou-me refletir: se queremos cidades mais verdes, qual o custo em termos de segurança, localização e sacrifícios que é preciso fazer para ter as ciclovias? Até que ponto a sua localização é exequível para as pessoas circularem em segurança? Até que ponto faz sentido "plantar" no meio da cidade e do caos do trânsito ciclovias de poucos metros? Já morreu pelo menos uma pessoa? Em Espinho, custou a vida a dezenas de árvores saudáveis.
Nas eleições, o partido que tomou esta decisão foi corrido da Câmara. Não sou arquiteto paisagista, mas sinto duas coisas: i) aversão à presença de árvores nas novas empreitadas públicas; ii) a aversão dos políticos que aprovam a ausência de verde.
Nestes dias de calor, senti falta dessa sombra. Uma ciclovia parece valer mais que sombra e oxigénio.
Ontem, em zapping cruzei-me com um programa da RTP que estava numa cidade a fazer um direto de um parque municipal. Relva (seca devido ao calor) e sem árvores. Um parque que mais parecia um descampado.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.