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A banalização da violência

15.01.22

Ao correr do Facebook, cruzei-me com uma crónica de um debate do jornal Público. A curiosidade levou-me a clicar nos "203 comentários" e chocou-me o que li.

 

Insultos gratuitos à forma física de um dos debatentes vindos de perfis sem rosto.

"Popota" e "Miss Pigy" foram os mais simpáticos. Dei por mim na sanita da vergonha humana. E entramos no domínio da liberdade de expressão versus censura.

- Até que ponto o Facebook pode permitir este bullying infantil?

- Até que ponto um jornal prestigiado pode deixar que os comentários ao seu trabalho seja inundado de insultos?

 

Isto numa semana em que um aluno espancou outra numa escola pública e partilhou nas redes sociais. Logo na semana de regresso às aulas. Para quem sofre deste tipo de agressões, a escola que deveria ser um lugar de aprendizagem torna-se um lugar de opressão. Não é de hoje, mas não melhora e esse é o problema: aceitar isto como normal.

 

Comparo estes dois casos para assinalar a banalização do insulto e da violência física e moral. As redes sociais devem dar liberdade às pessoas, mas não ser um espaço de normalização de agressões.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:44


25 comentários

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De cheia a 15.01.2022 às 20:09

Totalmente de acordo!
Um braço
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De Lola Hurricane a 15.01.2022 às 21:34

Esses perfis sem foto ou perfis falsos são aqueles que se mostram mais ousados em suas colocações. Acreditam que por estarem protegidos através de uma tela de computador, estão insentos de terem etiqueta virtual.

Uma escola que sabe que o aluno fez isso deveria expulsá-lo imediatamente e ter algo publicado na página do colégio que eles não aceitam e não toleram bullying.


Lola Hurricane
www.lolahurricane.blogspot.com (http://www.lolahurricane.blogspot.com)
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De José a 16.01.2022 às 17:03

Não há nada que lhe garanta de que uma determinada imagem seja efectivamente a do autor. Na Internet o que não faltam são falsidades. Eu mesmo não vejo necessidade de recorrer à minha imagem; a educação, formação e o respeito pelos outros, impede-me de insultar ou maltratar seja quem for, sem ter de enxovalhar alguém. Uma coisa é defender as nossas ideias e ser censurado por isso - e, hoje somos mais do que nunca, não faltam "comissários" e "vigilantes" anti-democráticos do livre pensamento. Coisa bem diferente é ser-se insultado e rebaixado por quem se acovarda na anonimidade ou não demonstrar qualquer empatia pelo próximo.
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De Maria Araújo a 16.01.2022 às 10:27

Em tempos, lia os comentários de uma ou outra notícia.
Ficava chocada com o que lia.
Não só sobre a própria notícia, como entre "comentadores".
Deixei de ler.
Deveriam bloquear as caixas de comentários.
Quanto ao procedimento das escolas, acho que é medo da tutela, medo dos pais e educadores.
Vivemos um sem valores.
É triste.
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De O ultimo fecha a porta a 16.01.2022 às 16:10

É realmente desconcertante ler as aberrações depositadas nesses espaços.
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De Kruzes Kanhoto a 16.01.2022 às 13:15

Não me parece que censurar seja o melhor remédio. Por mim preferia resolver o assunto como no tempo do Eça. À bengalada. Nos meu tempos de escola resolvi alguns assim. Não muitos, é verdade, apenas os necessários e não me arrependo disso.
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De cheia a 16.01.2022 às 18:19

Muitos parabéns pelo destaque!
Boa semana!
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De Di a 16.01.2022 às 19:18

As pessoas andam todas ou quase todas descontroladas, e a pandemia justifica tudo... é frequente eu ser insultada no trânsito, e porquê? Simplesmente porque mesmo sem atrapalhar ninguém, cumpro a velocidade... enfim
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De Lobos disfarçados de cordeiros a 16.01.2022 às 20:59

Há "A banalização da violência", e há a banalização da censura e da hipocrisia.

Você parece que também é "Maria vai com as outras", muitos comentários chamam-lhe a atenção e vai ver.

Disse, "A curiosidade levou-me a clicar nos "203 comentários" e chocou-me o que li".
É interessante que eu tive de insistir consigo para ir ver assuntos importantes, e mesmo assim não quis ver todos. Agora diz que a curiosidade levou-o a clicar! A sua curiosidade é selectiva!

E quando vamos ver o que o chocou foi: "Insultos gratuitos à forma física de um dos debatentes".
Ou seja as chamadas agressões verbais cuja gravidade eu já critiquei e com razão, e que você não contestou.

E acrescenta, "Dei por mim na sanita da vergonha humana". Isto apenas por insultos!

E queira que fosse censurado.

Não percebeu mais um dos problemas são alguns que andam nas redes sociais e não só, a brincar. Se estivessem a fazer outras coisas, ou isto não acontecia ou não viam.

E mete agressões verbais e físicas todas "no mesmo saco" quando são claramente diferentes.

E termina com: "As redes sociais devem dar liberdade às pessoas, mas não ser um espaço de normalização de agressões".

Será que a tecnologia está assim tão avançada que já é possível sair do ecrã um braço e dar uns socos no outro! Há, são as agressões verbais ou será virtuais?

E é interessante que fala em dar liberdade às pessoas num blogue quando sabemos que existe censura.
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De O ultimo fecha a porta a 17.01.2022 às 21:57

A violência não se resume a "dar um soco". É muito mais que isso. o arsénio é que as acabou de colocar no mesmo saco "quando são claramente diferentes".
E quem escreve isto não está a brincar, está a ofender com o insulto gratuito.
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De Lobos disfarçados de cordeiros a 20.01.2022 às 20:26

Quando você disse, A violência não se resume a "dar um soco", devia dizer não se resume a violência física pois deve ser isto que queria dizer.
Ou seja está a querer dizer que há alguns tipo "flores de estufa", muito sensíveis, coitadinhos, ouvem uma palavras e ficam ofendidos. Esses parece que nunca tiveram problemas a sério.

Mas é interessante que você no seu comentário disse "É muito mais que isso", mas não deu exemplos.

E disse que eu acabei de as colocar no mesmo saco "quando são claramente diferentes". Mas eu disse: "E mete agressões verbais e físicas todas "no mesmo saco" quando são claramente diferentes".

Está a usar a minha frase para se referir a mim quando eu a usei para si e eu próprio disse que elas são claramente diferentes. Como é possível que eu as esteja a colocar no mesmo saco???

Eu disse aqui e já noutros posts que você contradiz-se. Por exemplo não respondeu ao meu comnetário no post "Pânico coletivo" onde eu indiquei uma contradição sua.

No post "Coisas que chocam", você disse: "Não raras vezes estamos tão focados em pormenores que não levam a lado nenhum, quando ao nosso lado são cometidas atrocidades".
Mas depois está preocupado com "agressões verbais" o que equivale a estar focados em pormenores que não levam a lado nenhum.

Onde é que eu ofendi?
Não me diga que você também é uma "flor de estufa".

E eu indiquei-lhe alguns posts do meu blogue, após eu insistir você foi ver alguns mas outros não. Você é muito correcto, ignora silenciosamente o que não lhe interessa.

Mas está a seguir o meu blogue sem sequer ter visto posts que eu lhe indiquei.

Como eu já disse, você parece que vive no mundo quase perfeito da fantasia.
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De O ultimo fecha a porta a 20.01.2022 às 23:08

A ofensa a que me referi não é sua nem nada do que escreveu. É sim de quem vai para as redes sociais insultar gratuitamente, assunto original do post.
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De Lobos disfarçados de cordeiros a 03.02.2022 às 19:30

Você continua a ignorar parte dos meus comentários.
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De s o s a 16.01.2022 às 21:14

essa do "moral" levanta muitissimas questoes, sendo a mais simples : exagera, o mundo é como é, nao é uma sacristia.

Claramente tambem exagera, caso tipico, pega num caso ou em duzia de casos, pega numa nuvem escura e garante que o tempo está todo estragado.

A banalizaçao por si só, fora dos casos que aponta, é salutar, torna-nos iguais e tolerantes.

concretamente os insultos e os insultos por "nada", como bem conta, sao por todos repudiados, mas ainda nao existe forma de os impedir.
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De O ultimo fecha a porta a 17.01.2022 às 21:59

Não creio que seja só "um caso". Eu vi e expus um caso.
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De mitologia.pt a 16.01.2022 às 21:47

Depende. Platão, na "República" e na sequência da história do "Anel de Giges", dizia que as pessoas apenas não fazem constantemente coisas estúpidas porque temem uma punição. Temem ser descobertas e punidas por algo que fazem. Contudo, o que a internet faz é dificultar muito essa punição, e então as pessoas sentem-se mais à vontade para fazer o que lhes dá na cabeça.

Há, na verdade, um documentário giríssimo sobre isso, em que se foram procurar essas gentes e confrontá-las com o que fizeram online. Em 100% dos casos, elas negaram tudo, dizendo sempre que foi um amigo que está agora no estrangeiro, um irmão, o gato (!), etc.

As pessoas são parvas, isso é que é a verdade.
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De vawos la ver a 16.01.2022 às 22:17

Muito bem. Ponto.


Mas que diria o platao sobre as "outras" pessoas leitores que sao ofendidos ?

Já nao lembro o que disse platao sobre reaçao, causa-efeito etc .

Pois eu continuo a defender a criaçao do provedor do leitor !!!
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De O ultimo fecha a porta a 17.01.2022 às 22:00

Não conhecia esse documentário, mas a maioria (e nesses comentários que vi eram casos desses) são perfis sem rostos e com nomes estranhos.
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De Pedro Coimbra a 17.01.2022 às 02:19

Quando a escola permite a violência o caminho à frente só pode ser tortuoso.
Boa semana

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