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A imposição da liderança por mulheres

26.06.17

É sensívelmente 10% o número de mulheres que estão na adminstração de empresas cotadas. E fora destas, apenas 29%. Os números são gritantes!

 

Um estudo interessante pode ser lido aqui. Foi aprovada estes dias uma nova lei que as força a integrar 33% de mulheres na sua liderança. A lei é muito relevante quando se olha para os números e para a realidade.

 

A grande conclusão é que a mulher trabalhadora portuguesa é vista como boa executante, mas sem capacidade/vontade/reconhecimento de liderança. Acho estas conclusões graves, sobretudo quando já passaram 43 anos do de 25 de Abril e da liberalização do acesso à literacia por ambos os géneros.

 

Muitos debatem (em surdina, para não serem "mal intrepertados" se faz sentido uma lei impôr esta limitação de género.

 

Na minha opinião, sim. Faz todo o sentido.

Porque se nada for feito, nunca se sairá deste status quo de predomínio do sexo masculino na tomada de decisão. Continuará tudo na mesma e a sociedade não evolui. Considero que igualização de oportunidades, de acesso a salários mais elevados e oportunidades de carreira por todos faz parte da evolução da sociedade. Mesmo em empresas privadas, mas com responsabilidade com as do PSI-20. Na minha perspetiva existem condições para essa mudança.

 

Importa refletir também porque é que essa mudança não se deu até hoje.

Por um lado acho que existe um certo conservadorismo de quem manda, numa espécie de círculo vicioso homem nomeia homem (mentalidade).

Por outro lado, a dificuldade de discernimento na tomada de decisão. A mulher-líder tem mais tendência a se deixar levar-se por picardias pessoais ou pormenores, não conseguindo ter a frieza e esclarecimento necessário. Mas aqui, já se consegue contornar pela escolha dos perfis mais adequados.

Em terceiro lugar, a maternidade. Muitos accionistas receiam que o nascimento de um filho torne a profissional mais ausente ou com menos disponibilidade para a Empresa. Acho uma falsa questão - depende muito das condições, personalidades e da exigência que os cargos e as chefias impõem.

Em quarto, o chamado Teste de Bechdel.  Consiste em analisar se uma obra de ficção ou filme possui, pelo menos, duas mulheres que conversam entre si sobre algo que não seja um homem. Transportado para a realidade do trabalho e da liderança, será que o homem consegue isolar mais a componente afetiva ou amorosa do que as mulheres e ser mais racional e prático? Acho que sim, mas depende das personalidades.

 

Atualmente, apenas três mulheres se destacam, mas duas delas já nasceram viradas para a lua: Paula Amorim (Galp) e Claudia Azevedo (Sonae). Isabel Vaz (Luz Saúde) é a exceção.

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publicado às 19:06


17 comentários

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De HD a 26.06.2017 às 19:27

Já se vê mais igualdade neste aspeto, mas ainda há muito a fazer...
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De O ultimo fecha a porta a 26.06.2017 às 22:08

Por algum lado tem de se começar para se dar esses passos, se não não passam de "passitos" :)
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De HD a 26.06.2017 às 22:14

E de passitos... estamos nós fartos :D
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De Marta Elle a 26.06.2017 às 20:12

Acho que o mal é a educação que os pais dão aos filhos. Quantos é que criam as raparigas para serem líderes ? São uma minoria.
Eu ficava chocada, quando era adolescente, e sabia de raparigas que tinham de limpar e arrumar o quarto do/s irmão/s. Isso passa a mensagem que as mulheres são subalternas dos homens.
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De O ultimo fecha a porta a 26.06.2017 às 22:06

Concordo plenamente contigo. O problema começa nas bases. A mãe autónoma e trabalhadora começa aos poucos a ser cada vez mais frequente e acho que assim deve ser. Estas leis são um empurrão nesse sentido.
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De Fred Somiar a 26.06.2017 às 22:36

Esta é matéria que muito requer ainda de uma mudança de mentalidades.
Ainda há muito a fazer pela igualdade no campo laboral!
A imagem real em muitos locais de que a mulher tem de zelar pela casa e pelos filhos, retira-lhe imenso tempo para assumir um cargo relevante numa empresa. Contudo não compactuo com esta ideia!
Direitos iguais, deveres iguais, seja homem ou mulher.
Abraço
Eterno Sonhador
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De O ultimo fecha a porta a 26.06.2017 às 22:41

É isso que acontece ainda na nossa sociedade daí que concorde com esta "lei", que vem contribuir para a mudança de um status quo que emperra o desenvolvimento social.
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De cheia a 26.06.2017 às 22:49

Só, premiando o mérito, se fará justiça. Enquanto isso não acontecer, que se imponham as cotas.
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De mami a 26.06.2017 às 22:52

Enquanto mulher te digo: nós somos as nossas próprias inimigas!
Não sei, honestamente, o que acho sobre estas cotas. Tenho receio que nos retire o "merecido e conquistado" mérito
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De O ultimo fecha a porta a 28.06.2017 às 23:44

Acho que isso na teoria é muito bonito de se falar e apregoar, mas depois na prática há sempre qualquer coisa que faz preterir uma mulher em prol de um homem num alto cargo em situação de igualdade.

Concordo com a tua primeira expressão. A minha experiência laboral perante as mulheres da minha empresa é precisamente essa :(
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De mami a 17.07.2017 às 13:53

achas que as cotas vão garantir a justiça "entre as mulheres" ?
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De Lady a 27.06.2017 às 08:53

Já temos alguma evolução, pois hoje em dia o homem já não ajuda a mulher, há partilha de tarefas, quer nas de casa, quer com os filhos. Relativamente aos filhos a legislação também está a mudar, com as licenças de paternidade mais alargadas. Há uma tendência de mudança, mas muito ainda a percorrer.
A minha hierarquia é uma exceção, pois é praticamente toda no feminino. Marina
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De O ultimo fecha a porta a 28.06.2017 às 23:38

é uma empresa progressista. Mas uma liderança mista quanto a mim é mais equilibrada :)
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De Anónimo a 27.06.2017 às 10:59

Comentário apagado.
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De Chic'Ana a 27.06.2017 às 11:28

Há estudos que vêm comprovar que a maternidade ainda torna a mulher mais responsável profissionalmente e mais dedicada...
Mas mudar mentalidades é muito difícil..
Beijinhos
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De O ultimo fecha a porta a 28.06.2017 às 23:33

Acho que torna a mulher mais segura e responsável, muitas vezes pela necessidade de segurar o emprego. Mas também mais avessa à mudança. Esta lei um passo nesse sentido, porque se nada for deito fica-se sempre na mesma.
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De Cláudia a 27.06.2017 às 11:50

Tu já disseste tudo.
As mulheres dificilmente vão para grandes cargos por esses motivos todos mas concordo, por ser mulher apesar de não ser assim, que a maternidade e aquela falta de frieza/entrarem em picardias são os grandes entraves.

Beijocas

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