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Hoje é o dia da mulher

08.03.20

mulher.jpg

 

Hoje é o dia da Mulher.

Um dia que deve servir de reflexão para o caminho que a sociedade portuguesa, europeia e mundial quer seguir.

Haver dias dedicados e oferecer rosas não chega. De todo. Há um longo caminho a percorrer. Alguns passos felizmente já estão a ser dados. 

 

Se olharmos para os cargos mais influentes em Portugal, vemos poucas mulheres. É melhor que nada, mas não chega.

 

Nas empresas, as mulheres que lideram grandes empresas, estão lá por descendência familiar, nomeadamente Cláudia Azevedo e Paula Amorim. Mérito ou dinastia?

Na Banca nem uma mulher presidente.

Nos accionistas, Isabel dos Santos e a dona do Santander mais uma vez ascenderam pela família. 

Isabel Vaz, Manuela Medeiros e Manuela Tavares de Sousa são algumas exceções.

Nas chefias há poucas mulheres, mas aí sou sincero, o perfil de liderança depende muito da pessoa. Já teve reportes femininos muito complicados e prefiro a liderança masculina. É mais simples e objetiva.

 

Na política, o melhor que houve foram 3 dirigentes partidárias mulheres nos últimos 10/20/30 anos: Manuela Ferreira Leite, Catarina Martins e Assunção Cristas. Apenas uma resiste.

Primeira Ministra nenhuma recentemente, Presidente da República nenhuma e apenas uma na AR:  Assunção Esteves.

Uma ministra, a dos incêndios, disse que se sentiu discriminada quando foi criticada por chorar num funeral e o seu sucessor homem tem feito trinta por uma linha e assobia-se para o lado.

 

Na Justiça, Maria José Morgado, Joana Marques Vidal e Lucília Gago tentam se impôr.

Porém juízes e juízas com acórdãos ridículos como o de Neto de Moura e a discriminação da juíza que tratou carrilho por "Doutor" e a vítima mulher por "Bárbara" envergonham-nos enquanto sociedade.

 

No Desporto, estamos a anos-luz de uma sociedade igualitária. Uma outra atleta se destaca a nível individual (Telma Monteiro, Vanessa Fernandes), mas nos desportos coletivos só agora e apenas o futebol começa a dar os primeiros passos. Mesmo assim, o FC Porto nem essa modalidade abraça.

Na vertente amadora, onde participo, quem anda à mais tempo e as organizações das provas destaca que hoje há muito mais mulheres a correr e a participar em corridas. Ótimo!

 

No mundo milionário da televisão, Cristina Ferreira tem feito a diferença. Muito porque as revistas cor de rosa, também dirigidas por mulheres como na Cofina, lhe dão projeção e polémicas.

No entanto, ainda esta semana, uma jovem youtubber foi humilhada pelo namorado num vídeo em que participou voluntariamente para se vender a uns likes.

 

Já defendi mais as quotas que defendo agora.

O que temos visto são escolhas de mulheres para fazer número. Algumas seleções são apenas para cumprir a lei, mas que não chateiem. Escolhe-se a sogra (como na presidência atual do CDS), a mulheres da família (como no PS de Barcelos) e a primeira que aparecer mesmo que não conheça nem perceba nada do programa que representa (como no PAN Setúbal e que foi eleita deputada).

 

Defendi as quotas como um mal necessário para trazer mais a mulher para os cargos relevantes. Mas o lado negativo desta opção está-se a evidenciar cada vez mais. Li este artigo de opinião e hoje concordo com a conclusão: "a presença quantitativa de mulheres em listas não é, por si só, sinónimo de coisa nenhuma. Na escolha para cargos de responsabilidade, fica à vista a falta de preocupação com o perfil ético e o rigor demonstrado no percurso político. Ou para isso também é preciso criar quotas?"

 

Deixa-me triste estas escolhas e as sobretudo as mulheres que se prestam a este papel!

 

Defendo a igualdade entre homens e mulheres. Hoje, o caminho a percorrer já encurtou mas tem muitas pedras, muitas colocadas pelas mulheres que se prestam a papeis.

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publicado às 11:31


20 comentários

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De Luísa de Sousa a 08.03.2020 às 14:59

Excelente texto!!!
Ainda há muito a fazer para caminharmos lado a lado!!!
Beijinhos
Feliz Domingo!
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De cheia a 08.03.2020 às 17:30

Ainda há muito por fazer, para que lado a lado, possamos, um dia, uma maior igualdade, ver.
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De MJP a 08.03.2020 às 17:31

Concordo contigo!
Resto de dia Feliz!
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De HD a 08.03.2020 às 18:59

O caminho é longo, mas têm sido superados muitos obstáculos... :-)
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De O ultimo fecha a porta a 09.03.2020 às 23:25

Sem dúvida. Poucos passos, mas alguns já foram dados :)
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De Cláudia a 08.03.2020 às 19:34

É bonito da tua parte fazeres esta reflexão.

Beijocas
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De João Silva a 08.03.2020 às 20:34

Gostei do texto pela abrangência. Naturalmente, há sempre pontos de discórdia, como o caso das chefias. Apesar de ter tido uma chefe complicada, achava-a menos noveleira do que os chefes que a sucederam. Claro que são experiências e não dá para generalizar. Quanto às quotas, curiosamente, era contra, precisamente porque obrigação não é sinónimo de mudança de mentalidade, mas agora, num Podcast há dias, percebi o outro lado: havendo quotas, marca-se a importância. O que se pode fazer para ajudar as quotas e a qualidade é definir parâmetros que permitam atestar pertinência às escolhas.
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De O ultimo fecha a porta a 09.03.2020 às 23:23

Nalguns casos, quantidade não é sinónimo de qualidade. Mas acho tbm que é "mal" necessário.
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De Andreia Morais a 08.03.2020 às 21:35

O caminho ainda é longo. Apesar de já termos encurtado algumas distâncias, não é possível virar as costas a uma luta que é de todos
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De O ultimo fecha a porta a 09.03.2020 às 23:16

Disseste tudo: é uma luta de todos e diária :)
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De Nala a 08.03.2020 às 22:48

Nunca defendi quotas exatamente porque sempre me saltou à vista esse "lado mau" do qual falas. E porque o caminho não pode ser linear e mas devia ser por mérito. Segundo o formato de quotas tens um homem mais bem preparado para o cargo mas é uma mulher que é escolhida porque é mulher. Isto também é discriminatório (sim, juro que sou uma mulher...) e escolher uma mulher por escolher não serve para nada sem ser mostrar um "bibelot".

Acredito que a igualdade tem de passar por aceitar as diferenças e as competências de cada um enquanto individuo e nunca enquanto género. E isso só acontecerá quando homens e mulheres se recusem a entrar nestas casas e seja a uniao que faça a força.

Bom texto! :) Bom Domingo
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De O ultimo fecha a porta a 09.03.2020 às 23:12

De acordo. Boa semana! :)
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De Pedro Coimbra a 09.03.2020 às 02:28

Retomando as rotinas depois de uma semana em correria em Portugal.
Boa semana

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