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Tinha alguma curiosidade em ler este autor português mais contemporâneo. Procurei no Doutor Google e as críticas sobre este "Livro" eram bastante positivas. Li-o e não me arrependi.
A primeira parte da ação "Livro" passa-se numa vila rural portuguesa no Estado Novo e explora a emigração portuguesa no anos 60 e 70. O estereótipo do português pedreiro e da portuguesa empregada de limpeza, pouco instruídos e com novo-riquismo, estão presentes na trama.
As personagens só são apresentadas pelo primeiro nome, refletindo a simplicidade e generalização social das mesmas.
O rapaz chama-se Ilidio e a moça Adelaide e vivem um namoro de adolescência, mas presos pelo preconceito e timidez próprio do regime. Ambos, sem futuro sorridente na ruralidade, são obrigados a emigrar para França, onde seguem caminhos diferentes. É feita uma descrição com peripécias da viagem entre ambos os países, sendo dada ênfase ao peso da adaptação ao novo país e que muitos portugueses devem ter sentido.
Depois, vem a segunda parte do livro, já após o 25 de Abril, com uma carga muito mais leve e de leitura mais rápida. As personagens regressam à aldeia, encontram-se, já no usufruto da reforma e do que ganharam.
Fiquei agradavelmente surpreendido com a escrita do autor, fluida, realista e criativa. Com alguns toques de humor, conseguiu retratar uma época qua ainda é familiar com uma história muito interessante e emocionante.
Recomendo.
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