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Por mero acaso, comentei uma foto do Jogos de Raiva do Rodrigo Guedes Carvalho, onde referia que era um dos melhores livros que tinha lido ultimamente e que retratava a sociedade portuguesa da década de 20 dos anos 2000.
Sugeriram-me este livro, como sendo também marcante.
Não conhecia a autora, mas identifico-me mais quando são narrativas em Portugal, com a nossa cultura. A simplicidade da história cativa.
A personagem principal, Eliete, é uma mulher com 40 anos com uma vida rotineira, agente mobiliária em Cascais, com as filhas crescidas, um marido caseiro que gasta de caçar pokemons e um perfil do Facebook onde se entretem.
Escreve sem pudores da inveja que tem das melhores vendedoras da sua agência, escreve sem pudores que aparenta uma família feliz nas redes sociais para marcar pontos na agenda social e descreve sem pudores que vai ao Tinder engatar homens casados para contornar a rotina da sua vida sexual com sexual.
Ao introduzir estes temas tão contemporâneos, ou melhor anos 2015-2019 com personagens tão banais, que facilmente identificamos alguém conhecido, torna o livro muito curioso.
No livro, houve outra coisa que me tocou: relação entre avó e neta. Vemos o desprezo da mãe da personagem que abandona a sua mãe com Alzeimer, a dificuldade da neta em cuidar e trazer a sua avó para casa e o dilema de lhe escolher um "bom" lar.
Se acho o livro brilhante. não acho. Se cria suspense, também não. Se é excitante, não, mas é uma escrita simples, portuguesa e um retrato da influência das redes sociais na vida das pessoas comuns.
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