Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



O mundo do trabalho é perfeito e eu não sabia

27.02.17

HATw.jpg

 Enquanto que hoje só se fala momento Humberto Bernardo no Óscares, vou falar de coisas mais sérias. Apareceu-me uma notícia "PATROCINADA" no Facebook.

 

A notícia chama-se " Como é trabalhar nas melhores empresas em Portugal?" Cativou a minha atenção.

 

O site escolheu as duas melhores empresas para trabalhar em Portugal eleitas por uma revista. Reparei que não há nenhuma crítica nem ponto de melhoria apontado aos Recursos Humanos daquelas duas multinacionais (Robinson, já viste que maravilha?). As declarações parecem escolhidas a dedo e expõem o melhor do mundo empresarial. Ora, será só o meu mundo que não é perfeito?  

 

Esta análise crítica fez-me reflectir sobre a dificuldade que uma empresa com má reputação pode ter em atrair talento. Uma empresa sem recursos talentosos, críticos e criativos não vai a lado nenhum.

 

Na área em que trabalho, há uma short list de departamentos em empresas que é a "evitar" (pelo menos no Norte). São empresas muito reputadas a nível nacional, mas a experiência de colegas anteriores é muito negativa, registando uma rotação assinalável, mesmo com um pacote salarial razoável.

Dizia-me uma amiga minha que, num desses departamentos críticos, no último ano passaram cinco pessoas altamente qualificadas em três postos e que não estavam a conseguir contratar, mesmo pagando acima da média. A razão é simples: os defeitos começam a ser falados em jantares e no passa a palavra. Quando se muda, quer-se mudar para melhor e não para pior. A imagem reputacional começa a ser extremamente importante.

 

Acho que não, sendo o conteúdo patrocinado no Facebook, a minha dúvida está praticamente desfeita. Já posso ir para o Carnaval. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:07


24 comentários

Imagem de perfil

De O ultimo fecha a porta a 01.03.2017 às 23:21

É mesmo. Achei curioso este marketing para passar uma imagem perfeita e quiçá ajudar captar talento. Acho que mais cedo ou mais tarde as nossas organizações vão acordar para esse problema. Não basta só um cheque chorudo para atrair um bom profissional porque ninguém vai querer mudar para pior devido à má reputação gerada no mercado de trabalho. No fim do dia, o trabalho pode aparecer feito, mas a qualidade é cada vez mais importante.

Como dizes, por muito que tentem patrocinar o contrário não há empresas perfeitas, há umas melhores, outras piores. Mesmo dentro da mesma empresa, há departamentos muito díspares em termos de condições e chefias.

Percebo a tua crítica aos "recursos humanos" empresariais, pois muitas administrações e patrões vêm esse departamento como: os processadores salariais, os controladores das faltas (para saber quem é preguiçoso absentista ou quem amada sempre a chegar atrasado), ou então o tipo que faz entrevistas. Descura-se todo o outro lado "b".
Sem imagem de perfil

De Robinson Kanes a 02.03.2017 às 10:00

É tudo uma questão de visão. O oferta de emprego, sobretudo em países como Portugal, vai continuar inferior à procura e isso tem sempre consequências boas e más. Associado a isto, num país como o nosso, onde a aparência é deveras importante, as pessoas estarão dispostas a tudo para ter um salário ao fim do mês, mesmo que não gostem do trabalho. Aí, cabe às organizações empresariais filtrarem essas pessoas ou até acolher as mesmas, depende muito do que a organização pretende.
Em relação aos RH, a minha critica, que espero construtiva ainda vai mais longe… penso que é a própria área que se desvaloriza a si própria e carece de bons profissionais.
Imagem de perfil

De O ultimo fecha a porta a 05.03.2017 às 11:59

Algumas empresas podem-se dar ao luxo de fazer essa triagem, mas acho que a imagem é importante para ambos os lados. Uma empresa com má reputação, não consegue atrair o (bom) talento e arrisca-se a ficar com que aparecer. E aí entra a gestão de risco de quem quer mudar. Por exemplo uma pessoa que queria trocar de emprego, vai arriscar deixar um seguro (ainda que insatisfeito), por uma empresa em PER ou com rotação elevada de quem se ouve dizer que tem mau ambiente? Só em desespero o faz.
Sem imagem de perfil

De Robinson Kanes a 05.03.2017 às 14:43

Aí já tocas noutro ponto, a questão da rotatividade, ou "turnover" para usar um termo mais "corporate made in US". Sim, as elevadas taxas de "turnover" são um problema, mas mais que isso é o bem-estar e o trabalho. Li recentemente, um artigo interessante, que falava da importância (muitas vezes ignorada) de conhecer o "manager" a quem se vai reportar… isso mais importante que salários e outras coisas mais.

Comentar post



Mais sobre mim

foto do autor


Pesquisar

Pesquisar no Blog

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.