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Quando houve a manifestação anti-Troika se não estou em erro, num sábado em 15/Set/2012, imensa gente aderiu. Muitos deslocaram-se à Avenida dos Aliados e mostraram o seu desencanto. Tudo calmo, ordeiro e com uma razão para ali estar.
Se alguma coisa mudou, não. Mas também não houve anarquismo.
Em França, nas últimas semanas, houve manifestações violentas, num ambiente anárquico e selvagem e o poder político cedeu. Um precedente grave, mas havia uma medida concreta a justificar a revolta da população.
Em Portugal, começaram logo a surgir as montagens e comparações. Quem elaborou os gráficos, mostrou o que se convém. Comparam-se salários, preços de combustíveis (cuja escolha da foto não é clara: data da foto, o tipo de gasolineiras escolhidas - a BP/Galp tem preços muito superiores às marcas de supermercado...), mas não se compara o resto. As notícias, em busca do click bait, escolhem títulos incendiários e desenquadrados.
Para 6ª feira, dia 21, vai-se contestar alguma medida concreta? Vai-se pedir a demissão de alguém?
A resposta é não.
Vai-se protestar por protestar.
Sem um fim, sem um objetivo e uma manifestação só faz sentido se houver razão de ser. Não é o caso.
Portugal tem muitos problemas, mas será que quem vai para a frente com o colete vestido quer de facto uma Justiça mais célere? Uma Saúde mais universal e com melhor capacidade de resposta? Ou quer apenas dar porrada e pregar rasteiras à polícia como alguns selvagem e anarquistas em França?
Não sei o que se pretende ao certo com este manifesto, as reais intenções de quem o organiza? Sei que na 6ª feira vou trabalhar e me vou ver lixado para fazer as viagens.
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