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O teletrabalho e a não legislação

20.03.21

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O teletrabalho tornou-se obrigatório há um ano.

 

Não foi uma opção, foi uma obrigação legislativa. Com maior ou menor dificuldade, tivemos que nos adaptar. Já o disse e repito, abdicava dele. O facto do local de trabalho ser exatamente o mesmo do de lazer gera-me desconforto e dificulta a dificuldade em desligar, aind apor cima de Inverno que anoitece mais cedo e temos menos sensibilidade.

É bom de vez e quando mas estar há doze meses nisto, não é nada bom.

 

Porém, apenas um ano depois ... é que os nossos partidos se lembraram de legislar e apenas um tem falado disso, o que atesta a (não) proximidade dos governantes e classe política dos problemas reais da população.

 

Vamos por partes:

- Uma das iniciativas em cima da mesa é a entidade patronal comparticipar algumas despesas fixas.

Da minha experiência pessoal, ao nível da conta da Internet não tive qualquer impacto. Pode estar um pouco mais lenta devido ao peso dos ficheiros, mas não tive qualquer custo adicional.

Ao nível da eletricidade, senti diferença em Janeiro. Foi a primeira vez em 32 anos que senti quão fria é a casa dos meus pais no Inverno. Naquelas duas semanas de vagas de frio, sempre em casa e sentado, ligar o aquecedor tornou-se inevitável. A conta no mês de Fevereiro foi mais elevada que o habitual e contribuí com o excesso no pagamento, claro.

É um facto: se estivesse na empresa não teria esse custo adicional.

E verdade seja dita, tirando esse mês, não é a tomada do portátil nem a luz ao fim do dia que fazem pagar mais.

 

- Direito/dificuldade em desligar

Tornou-se mais difícil. Senti isso mais no Inverno. A falta de rotina e de compromissos por estar tudo confinado, não ajuda.

 

- Por outro lado, há algumas poupança como o transportes (seja passes ou combustíveis). Ao nível de roupa, não tenho comprado nada. Em 2020 comprei duas peças e em 2021 nada. Ando a "romper" roupa velha e calças de fatos de treino.

 

- Uma das raínhas do comentário televisivo e avenças, lançou uma linguagem preconceituosa apelidando de "burguês" quem está em teletrabalho com uma teoria manhosa de pagar (ainda) mais impostos. O teletrabalho, repito, não é uma opção. É obrigação. Quem não cumprir pode ser multado. Se por um lado se poupa nalgumas coisas, gasta-se noutras. 

 

- Por fim, fala na dificuldade de estabelecer relações com os colegas de trabalho. Estamos mais isolados e perdem-se laços.

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publicado às 14:10


32 comentários

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De Andy Bloig a 20.03.2021 às 15:39

É complicado. Se fores ver, as alterações da segurança social demoraram 11 anos a ser definidas. O(s) governo(s) queria(m) de uma forma, sindicatos e patrões queriam de formas diferentes. Mesmo depois de aprovada (em 2009), para entrar em vigor em 2011, existiram alterações, queixas em tribunal, providências cautelares... que chegou a mudança de governo e foi para a gaveta. Misteriosamente, em Maio de 2015, os patrões aceitaram condições que andavam a recusar desde 2005. Os sindicatos não votaram. É essa a legislação actual.
É que para definir os códigos de descontos e como podem ser representados contabilisticamente, exige muitos estudos como não violar alguma das 46933 alíneas. Por outro lado, as entidades patronais podiam resolver isso com muita facilidade... existem ajudas de custo que podem ser usadas, sem necessidade de comprovativos. Só que não dá jeito nenhum, pois a grandíssima maioria das empresas usa para pagar viagens, carros, telemóveis, despesas de familiares e coisas similares, dos corpos dirigentes, apresentar valores superiores iria levar a fiscalizações e lá se iam os 11 automóveis e os 30 telemóveis, além das perguntas sobre "as viagens à Holanda, para 5 pessoas, sendo que só 1 é funcionário"... além de usar esse campo exige o pagamento de IRS e segurança social, por se tornar um "prémio" habitual (outra razão para não o usar).
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De O ultimo fecha a porta a 21.03.2021 às 18:48

é verdade, é complicado sim, fazer prova que o acréscimo de custo veio do teletrabalho e não de outras coisas, além da burocracia. Mais valia definir um complemento salarial não tributado e com valor máximo para esta situação igual para todos os colaboradores. Uma medida idónea e justa para ambos os lados. O último ano foi excecional e demorou-se um ano até se levantar a questão. Já para mudar a lei das candidaturas independentes nas autárquicas houve pressa. Quando há vontade, tudo se acelera.

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