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Com um sábado chuvoso, fiquei por casa e aproveitei para ver as notícias que circulam por aí.
Chamou-me a atenção um excerto de uma opinião política, emitida na SIC Notícias, em que uma comentadora insultava a cultura geral de um líder político nortenho sem qualquer argumento ou suporte. Já vimos o preconceito racial, o preconceito de género e assiste-se agora ao preconceito regional...
A comentadora questionava se o portuense sabia onde era o Saldanha? E eu pergunto será que ela sabe onde fica a Rua das Flores no Porto? Ou sabe a localização da Casa da Música no Porto? Ou sabe o que é a Cabra em Coimbra? Declarações inóspitas que invadem a televisão portuguesa. Sem qualquer valor acrescentado. Fomenta-se polémicas, guerras e mesquinhez sem qualquer necessidade.
Começo a achar cada vez mais que não é quem tem qualidade quem opina, mas sim quem é polémico e tem o factor "c". E podia estar em causa um político, um médico ou outra pessoa qualquer.
Coimbra, uma das grande cidades portuguesas, foi noticia este fim de semana. Razão? Um incêndio. Devido a uma desgraça, a cidade mereceu diretos e alertas de última hora. Mas é só por isto que Coimbra aparece...investimentos, provas e outras notícias que mereçam destaque nos media? Na Lousã, existem imensos trails, atividades de natureza e cascatas lindas que as televisões ignoram.
Sobre a discriminação regional das televisões, já falei várias vezes dela. A maioria dos programas são feitos a partir de Lisboa. As exceções são a Praça da Alegria , dois noticiários da RTP e os programas populares de sábado e domingo à tarde. Mais nada.
Se formos aos canais de TV Cabo, a única exceção é o Porto Canal. E este tem uma programação muito mal orientada. No horário nobre, o canal passa programas de ... vinhos. Que apenas interessam a um nicho muito reduzido. Durante o dia, quando as pessoas trabalham, até tem conteúdos interessantes. Se o Porto Canal tivesse a mesma programação noutros horários, teria bem mais público e influência. O resto das regiões só são notícia quando há tragédias.
Este egoísmo e centralismo lisboeta é afunilador de um país unido. E isso é triste. É desanimador. Faz perder a esperança que as coisas mudem e sejam melhores. Lisboa é capital e o resto é paisagem.
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