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Nesta crise em que grande parte da economia parou, conseguimos perceber a multiplicidade de setores económicos que existem e que são afetados. Nesta crise tudo parou inesperadamente, menos as obrigações salariais.
Paragens na produção também as há no Verão em que muitas empresas aproveitam para as manutenções anuais. Porém conseguem orçamentar, planeando a paragem, os custos e as vendas.
Muitos negócios têm de se reinventar e diria modernizar.
O "online", a reconversão da estrutura produtiva em máscaras (no caso do têxtil) e a aposta na flexibilidade e na logística parecem ser soluções. Porém para uma economia dependente das exportações, vai ter que haver ajustamento para a procura interna e de novos materiais.
Vemos muitas lojas a aderir ao comércio online, muitas delas às três pancadas, com o setor dos transportes e comércio a somarem queixas de atrasos e encomendas canceladas devido ao aumento do serviço e falta de suporte informático.
Vou falar da hotelaria e restauração.
Nos últimos anos, passar uma noite num hotel português tem sido um desafio devido aos preços elevadíssimos. Os alojamentos locais que nasceram como cogumelos, vão sofrer também menos procura. Quem não quiser esperar, vai pôr para arrendamento e espera-se a preços mais justos.
Nos últimos anos, almoçar/jantar num restaurante numa zona mais turística (ex. baixa do Porto) é um roubo. Pela quantidade e qualidade da comida, os preços estão inflacionados. Se a isto somarmos o facto de que os turistas não pedem faturas com NIF, as margens nalguns estabelecimentos têm sido brutais.
Agora, sem turistas e com esta pausa inesperada, vai haver dificuldades, sim, mas também vai ser uma oportunidade para os nossos empresários descerem à "Terra" e praticarem preços mais razoáveis e compatíveis com o nível de vida dos portugueses.
A União Europeia continua a revelar alguma falta de solidariedade, mas ainda nem todos perceberam que temos de estar juntos. As economias estão interligadas e uma paragem sem precedentes, exige medidas sem precedentes. A Alemanha da Sra Markle está a ser a grande impulsionadora deste novo pacote que poderá chegar.
Mas atenção, mais importante que os zeros que as empresas vão receber, é mais importante o escrutínio da sua aplicação, não vá ser destinado à empresa de consultoria do amigo. A prioridade devem ser os salários, até porque se estes faltarem virá a pobreza, miséria, assaltos e desordem social.
PS: Hoje de manhã, quando fui à horta da minha avó, fui à pastelaria lá ao pé comprar um pão de Deus (que diga-se custa 0,70€ e grande muito bom),, estavam à venda nas antigas mesas de serviço artigos de mercearia. É assim que os espaços têm que se reinventar. As pessoas vão comprar pão e levam algo que lhes falta e a pastelaria fatura mais alguma coisa.
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