Os prémios do Novo Banco (2021)
Texto publicado a 12 de Maio de 2020
A 14 de Maio de 2021, a opinião é a mesma.
Somos tão céleres a entrar a despiques nas redes sociais pela Cristina Ferreira, a entrar em manifestações por causas racistas dos Estados Unidos, mas tão passivos com a realidade nacional. Mesmo que nos saia do bolso
Os prémios do Novo Banco (2020)
Os prémios de desempenho atribuídos pelas empresas servem para premiar os funcionários mais competentes. Seja pelo atingimento de metas individuais ou pelas metas da empresas (geralmente vendas e resultados).
No caso do Novo Banco foram 2 Milhões a Administradores o que levanta indignação pelo facto de:
- o Banco estar a ser intervencionado com dinheiros públicos,
- estar semi privatizado (Lone Star),
- o atual contexto de privação de fontes de rendimentos de muita gente,
- o próprio banco ter prejuízos de 1.058 milhões de Euros (!!! - um poço sem fundo).
Mesmo com este montante a ser pago em 2022 e mediante certas condições - alguém acredito que eles não serão pagos?
Se os subsídios públicos já estavam contratualizados, a mim causa-me desconforto a dimensão dos prémios para a realidade portuguesa. Se pode haver mérito na execução de objetivos comerciais e métricas económico-financeiras, é imoral quando tantos portugueses estão em lay-off, desemprego e com corte de vencimentos, dar 2 Milhões de Euros de prémios com dinheiro dos impostos. Não sei quanto vai caber a cada um (entre executivos, não executivos e afins), mas pouco não será.
Parece um tacho onde todos comem e ganham, com o povo português a pagar. Não seria solidário pela Administração abdicar de parte desses prémios? Não diria da totalidade porque é justo que recebam pelos objetivos atingidos, mas valores razoáveis e morais.
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5 comentários
De Andy Bloig a 14.05.2021 às 16:22
Não acho que o pagamento dos prémios seja algo estranho, caberia era os próprios gestores removerem-se dos premiados, ao ver a empresa apresentar resultados negativos, mesmo que a área deles tenha resultados positivos, sendo que mais de 4000 trabalhadores do grupo foram dispensados, nos últimos anos.
O problema do NB foi a separação "banco bom" e "banco mau". O governo da altura deixou créditos (muitos já estavam em incumprimento) no NB, para evitar que se descobrissem certas ligações, nada claras, entre política, advocacia, consultadoria e entidades reconhecidas. Daí que as provisões e as incobráveis são um peso grande, que a gestão privada enfiou tudo,ao estilo do que o governo 2011-2015, fez com os empréstimos da troika, ao despejá-los, assim como 4 emissões de dívida pública, sindicada, nas contas de 2010 e 2011, ficando 2012-2013-2014-2015 sem emissões de dívida pública, só existindo pagamentos, com uma descida do valor total, apesar de existir uma pequena subida, em relação ao PIB. A Lone Star está a usar a mesma forma de gestão, limpando o balanço e despejando todas as incobráveis, para poderem remover provisões e darem lucros, em 2022, para poderem vender o banco, com lucro. Ao mesmo tempo, não gastam dinheiro em processos judiciais que podem demorar décadas a ser resolvidos.
Talvez um dia exista coragem, na parte legislativa, para que as empresas tenham de ter reservas de capitalização e não se afundarem, sejam pequenas ou grandes, conforme dá jeito na apresentação dos resultados anuais.
De João Silva a 16.05.2021 às 11:32
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