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Páginas do Facebook ilusórias

26.09.16

Acho sempre curiosas as páginas patrocinadas que derivam de causas públicas. Soam-me sempre a estranho.

 

Hoje destaco três:

- "Porto honesto e transparente"

O título é sugestivo, mas há tempos apareceu-me "patrocinado". Quem vai gastar dinheiro numa página de ética?

O timing não podia ser mais oportuno: precisamente nos dias em que os media encontraram uma notícia polémica sobre o presidente Rui Moreira. Abri a página e lá estava uma série de posts e notícias contra o presidente. Como está bom de ver o "honesto" e "transparente" era um golpe de publicidade da oposição, disfarçado de uma página de correção moral. Hoje fui consultar a página para o post e ... surprise: foi retirada.

ddd.png

- "Infraestruturas e Obras"

O título é vago. Será de uma empresa? Será de fotografia? Será de arquitectura?

Não. É da Câmara Municipal de Gaia ...

Pelos vistos, pode não haver dinheiro para pagar o passivo, mas há dinheiro para pagar ao Facebook a publicidade à obra feita pelo atual presidente da Câmara.

 

- "Truques da imprensa portuguesa"

O nome também é interessante e a página revela alguma falta de isenção e apanhados dos jornais e televisões portuguesas. Mas analisando o conteúdo, verifico que o tema da página é (quase) sempre o mesmo: atacar os críticos do Governo. Até chegou a propor um boicote à CMTV...

Vendem isenção, mas isenção tem pouca.

 

P.S.: Não sou eleitor nem em Gaia nem no Porto

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publicado às 21:02


10 comentários

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De HD a 26.09.2016 às 21:41

Ui ui ui...que post delicado! :)
Vê lá se não começas a ser alvo de censuras...
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De O ultimo fecha a porta a 26.09.2016 às 21:45

Às tantas, é melhor ter cuidado :)
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De HD a 26.09.2016 às 21:49

Estou mesmo a falar a sério...
Não serias o primeiro! :)
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De Andy Bloig a 27.09.2016 às 00:30

Quando foi a história "da ministra proibir a FAP de ir ajudar os bombeiros", nasceram muitos grupos a dar "provas" de que tinham visto aviões Hércules que tinham sido proibidos de ir apagar fogos. Quando descobriram que as fotos eram de 1993 os grupos desapareceram sem deixar rasto, tudo durante uma noite.
Quando foi a história da "retirada da isenção do IUC aos deficientes" nasceram vários grupos, alguns chegando a surgir nas mensagens de "interesse" do FB, por terem mais de 1 milhão de gostos em poucas horas. Quando a coisa acalmou, aqueles posts muito ofensivos, cheios de provas, desapareceram mais depressa do que tinham aparecido.
Com o IMI, aconteceu com o Jornal de Negócios, que foi pago por alguém para colocar uma notícia com contas falsificadas (tenho dúvidas que algum profissional cometesse uma falha daquelas), que se propagou pelos meios de comunicação social, como sendo verdadeiro. Quando corrigiram os dados e as informações, o cabeçalho ficou o mesmo, sendo que o texto explicava... que o título era mentira. Só que só percebia isso quem lesse o texto todo, que era longo.

Agora é preciso ler uma notícia e ir pesquisar outras fontes. Se possível, chegar à fonte original de onde é proveniente a notícia. Em muitas dessas situações, descobres o que tens aí nesses 3. É tudo muito bonito com outros objectivos, muitos deles pagos por fora.
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De O ultimo fecha a porta a 27.09.2016 às 22:18

Obrigado pelos teus exemplos. Efetivamente há muitas páginas e notícias implementadas por agências de comunicação que vendem uma coisa e que não realidade são outras. Isso já para não falar nos "clicks baits" que são os caças clicks da imprensa e páginas patrocinadas. O melhor, é como dizes, pesquisar várias fontes para não emitir juízos errados (ainda me lembro da informação bastante pertinente que me deste aqui no blog sobre o impostos dos imoveis e o fim do imposto de selo existente :) ).
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De Andy Bloig a 27.09.2016 às 23:00

Foram uns tempos malucos. No IUC nem valia a pena dizer aos críticos para irem ler o Diário da República, tal como no IMI encarreiram pelos 20% como foi o exemplo que passou por todos os meios de comunicação social... engraçado é que quando se emendam essas notícias, as pessoas já não se dão ao trabalho de as ler e a ideia inicial fica. E o Facebook é o caminho para espalhar essas coisas, porque demasiada gente acredita que o que lá aparece é verdade. (O que me ri com a manifestação que estavam a organizar por causa do IUC, já com mais de 1000 pessoas a confirmar que estariam presentes, depois da hora do almoço todo o grupo desapareceu sem deixar rasto.)
E já andam a preparar as autárquicas... aqui no meu concelho, já encontrei meia dúzia de grupos de contestação, criados por membros da oposição que andam à pesca para ganharem fama e visibilidade. Até já cá trouxeram a CMTV para falar da recolha de lixo ter sido reduzida. E quem foi o porta-voz? O vereador de um partido da oposição, esquecendo-se de referir essa parte aos jornalistas, surgindo como um cidadão preocupado com a falta de zelo da autarquia.(A câmara faz a mesma propaganda mostrando os projectos para os próximos anos...)

Esse do imposto de selo é normal a maioria das pessoas não saber dele. Diga-se que alguém que tem uma casa com um valor patrimonial acima de 1 milhão de euros... não é ninguém da classe média. Até um deputado do PSD, que votou no orçamento de 2014, não sabia que essa alínea tinha sido aprovada com o voto dele.
E há outra coisa que os meios de comunicação não tem dito como causa da contestação ao IMI: no orçamento deste ano, os fundos imobiliários ou planos poupança, que tem imobiliário, perderam os 50% de isenção no IMI. Ora BCP, CGD, BPI e Novo Banco, são quase 150 milhões de euros que terão de pagar a mais do que no ano passado.
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De O ultimo fecha a porta a 27.09.2016 às 23:08

Se aparecer "patrocinado" como o caso que referi no Porto, é bem possível que seja da oposição. Quem vai pagar ao Facebook para divulgar uma página de bom-samaritano?

Em relação ao IMI dos fundos, mesmo que seja para fins empresariais também deixar de estar isento? Os bancos e as grandes empresas têm muitos fundos desse género.
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De Andy Bloig a 27.09.2016 às 23:14

Esse continuam. A norma que foi revogada foi a que entrou em 2013, por causa da Troika, que incidia sobre o IMT e o IMI de fundos de investimento imobiliário, fundos de pensões e fundos de poupança-reforma. Até 2012 eram isentos a 100%. A troika queria que passassem a pagar, o governo ficou-se pela metade. Agora a norma foi revogada, tem de pagar tudo.

Os outros continuam isentos. (Há uns meses atrás, emitiram notas de cobrança para que as pessoas e empresas provassem o estatuto de que estavam a beneficiar... foi isso que deu para falarem da Igreja, pois muitas das propriedades não tinham um benefício concedido ao abrigo de um dos artigos da isenção.)
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De Kruzes Kanhoto a 27.09.2016 às 22:41

Gastar o dinheiro dos outros é muito fácil. Nomeadamente quando se trata do dinheiro publico, normalmente proveniente de impostos mas que mesmo entre a populaça é considerado como não sendo de ninguém. Não existe a cultura do rigor nem se percebe que é dinheiro que saiu dos nossos bolsos!
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De O ultimo fecha a porta a 27.09.2016 às 22:43

O site da despesa publica ajuda a desmascarar algumas dessas despesas, mas é pouco divulgado (deve haver outros interesses), mas acredito que muita coisa não passe por lá. Pouquinho a pouquinho, se gasta muito.

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