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Para Odemira não houve manifestações

09.05.21

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Sabem aquelas coisas que toda a gente sabe que existem? Onde os direitos fundamentais são violados e se assobia para o lado? Onde se ameaçam os jornalistas que ousam denunciar? 

 

Mais uma "bomba" que estourou a semana passada, mas a surpresa será só para o poder central e local. Refiro-me à escravatura existente nas estufas agrícolas do Sul do país.

 

Assim de repente lembro-me no último ano do abrigo ilegal de cães de Santo Tirso, lembro-me dos maus tratos nos lares,  do (des)ordenamento do território e os incêndios, ... São elefantes na sala para os quais fechamos os olhos seja por inércia, seja por incapacidade, seja pelos poderes instalados, seja por não nos afetar diretamente.

 

No caso dos imigrantes ilegais nas explorações agrícolas, é assustador a passividade das autoridades quando se ouve falar em escravatura, mercado de negreiros e ilegalidade. Onde anda a ACT? E depois do COVID, vai mudar alguma coisa? Andamos sempre tão preocupados em alinhar nas manifestações (sem máscara) por causas antiracismo dos Estados Unidos (critiquei aqui) e depois com o que se passa em Portugal estamos quietinhos que nem uns ratos.

 

Pior, em Lisboa há um ano atrás até se andou a vandalizar estátuas de figuras históricas (critiquei aqui).

Acho a nossa sociedade de uma hipocrisia elevada. Para os maus tratos e mortes negligentes de idosos em lares, com funcionários mal formados, mal educados e negligentes, está tudo bem. Temos cada vez mais acesso à informação, mas somos cada vez mais carneiros atrás de modas.

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publicado às 13:49


16 comentários

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De O ultimo fecha a porta a 09.05.2021 às 16:09

Não toquei no caso do empreendimento porque a questão é complexa e não consigo formar uma opinião pq não tenho o conhecimento completo. Qto ao trabalho ilegal, será que é assim tão raro? Não estou em condições de o escrever... parece ser uma situação tão promíscua de escravatura pelos relatos que leio nomeadamente de Albano Matos.
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De Andy Bloig a 09.05.2021 às 19:39

Não referi o Zmar, o que me referi são as habitações onde aqueles trabalhadores vivem há décadas. São casas que pagam rendas, que ultrapassam 2000 euros mensais, sem recibo, muito menos identificações.
A nível laboral as empresas fazem a chamada "Concessão de mão de obra temporária". Uma empresa cede funcionários para trabalhar noutra e recebe um valor pelo serviço prestado. A maioria daqueles trabalhadores são legalizados com a entrega de um ato único, repetindo a situação enquanto cá estiverem, sendo o serviço jurídico prestado pela mesma empresa de trabalho temporário. É por isso que nas estufas está tudo legal... na ligação dos trabalhadores ás empresas de trabalho temporário é que chegam cá ilegais, passam cá muito tempo até entregarem o ato único, em Dezembro, para se poderem legalizar. É aí que a ACT não consegue agir, pois quando sabe de alguma situação, a empresa de trabalho temporário já não existe.

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