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Este domingo fui até Cortegaça, concelho de Ovar, onde estive com alguns amigos.
Desde o confinamento que ainda não tinha passada as "fronteiras" do concelho, apesar de ser mesmo aqui ao lado.
O tema foi naturalmente o covid e a cerca sanitária ao concelho. Um conceito inédito e desconhecido de todos nós. O povo em casa com as fronteiras terrestres fechadas. Nem o comboio parava e sair de casa só para passear o cão, compras e trabalho.
Três meses depois, as feridas estão abertas, ainda demasiado.
Pelo que percebi mais do que o efeito das paragens de produção e medo de perder o emprego, há o estigma. Uma espécie de rótulo que ficou associada à cidade e às suas gentes que leva a receio de tudo o que está associado à cidade e em situações mais extremas à discriminação.
Em geral, admirou-se a coragem de Salvador Malheiro ao desafiar as ordens do Governo e em isolar o seu município. Os prós da complexa operação superou os contras que vão perdurar no tempo. Defender a saúde pública "contra" o estigma e paragem económica do concelho.
Vai-se vivendo um dia de cada vez, lamentando-se o medo de tudo o que está associado a Ovar.
O tempo dá miopia, para o bem e para o mal.
PS I: Esta semana, achei patética a discussão entre este presidente da Câmara e Fernando Medina.
Bem como acho altamente censurável os ovarenses (e contribuintes) pagarem o Lexus alugado pela Câmara por 2.000 €/mês. Uma coisa (reação perante o covid) não desculpabiliza a outra. Já que se fala em abusos, porque não haver limites no valor de aquisição dos carros por organismos públicos?
PS II: Não senti medo nenhum e usei, claro, máscara e novo normal distanciamento de 2 metros.
PS III: Quem quiser e gostar de dar caminhadas, a mata de Maceda tem uma ciclovia, intervalada por passadiços que unem os longos quilómetros entre Esmoriz e o Furadouro.
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