Racismo, COVID e populismo
Nos últimos dias, vimos aquilo que já tínhamos presenciado na manifestação dos coletes amarelos em Paris.
Um crime altamente reprovável cometido pela polícia americana descambou em protestos anarquistas, de pilhagens de lojas e agressões sem sentido.
E quando descamba, a causa perde-se. A população fica com medo, a situação descontrola-se e aquilo que condenamos inicialmente abre a porta à defesa de medidas duras para manter a ordem pública.
Aí aparecem os populismos, ou aspirantes a ditadores, a aproveitaram-se da anarquia para implementar as suas medidas de abuso de poder e de carater militares.
O racismo é algo muito grave e que não está ultrapassado, nem na América nem em muitos outros sítios.
No caso dos EUA, a polícia agiu mal. É um facto. Agora será que foi racismo? O falecido tinha cometido um crime que originou a sua detenção... E se as cores fossem as inversas?
Já Trump está a colher aquilo que semeou.
Por cá, hoje umas manifestações anti racistas. Concordo 100% com a causa, mas deixo dois tópicos para reflexão:
i) COVID
Como políticos presentes, a fazer questão de postar nas redes sociais (o motivo: a causa? ou necessidade de mostrar a presença?), as distâncias de segurança não foram respeitadas. Mesmo com os alertas da DGS!
Não haverá irresponsabilidade dos participantes?
ii) Será que existe a mesma mobilidade para temas fraturantes da sociedade portuguesa? Ou somos desmaiado proativos a reagir aos acontecimentos de outros países?
Sobre as descargas poluentes sucessivas nas ribeiras do país e atentados ao meio ambiente, por exemplo, não vejo nem 1% do alarido nem deputados a tirar selfies...
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18 comentários
De Nala a 07.06.2020 às 09:53
Em primeiro lugar condeno o ato em si mas assumo-o como violência policial e não como racismo puro e duro. Toda a gente fala de racismo mas alguém perguntou ao polícia porque é que ele fez aquilo. E se a situação ocorre-se com um branco, um asiático ou uma pessoa às bolinhas será que tinha o mesmo efeito? Uma coisa é certa o crime seria exatamente o mesmo!
E porque raio nos focamos tanto na palavra racismo e não condenamos o ato em si? Parece-me um efeito de buzz de redes sociais que sinceramente vai cair no esquecimento em dois tempos: uma resposta efeméra para um problema que existe sempre e que continuará a existir. Assim como outros tal como tão bem enumeraste.
Depois condeno igualmente a violência como resposta: alguém que vai pilhar, queimar, bater está lá por tudo menos pela memória do falecido. E é revoltante como se desculpa isso pela eterna condescendência de serem os "desgraçados da sociedade". Será que esse pensamento não é igualmente desonesto e respeitoso? Eu aceito tudo porque me sinto superior? Por muito do que tenho visto parece-me bem que sim.
Fizeste uma comparação entre o que aconteceu nos EUA e em França. Tenho a dizer-te que se respeitei os coletes amarelos ao inicio eu, e a maioria das pessoas que se levantam de manhã para trabalhar e pagar contas, os achamos detestáveis. Aquilo foi uma vergonha e, à conta de pessoas tão pacificas, perdi o direito de ir à cidade ao fim de semana, vi queimar carros, trotinetes elétricas e afins sem uma única razão válida sem ser fazer mal por mal.
E sabes qual foi o resultado disso e o que causou o apoio da comunicação social? Violências, roubos, carros queimados e agora aqueles que "aceitavam" a violência já torcem a orelha porque se perdeu a mão nisto tudo...
Enfim. Problemas são problemas mas tenho a impressão que metade dos que "gritam" o fazem sem consciência nenhuma e apenas para serem cool e bem vistos nas redes sociais...
Desculpa lá o testamento Último mas este assunto anda a rebolar-me na cabeça já há dias...
Bom Domingo!
De Nala a 07.06.2020 às 09:56
De O ultimo fecha a porta a 07.06.2020 às 12:23
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