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Esta semana, andei a pesquisar, com 8 meses e meio de antecedência alguns hotéis para dar um giro no nosso país no fim de Agosto, quando tenho férias.
Fico chocado com os preços pedido pelos nossos hotéis e com esta antecedência.
Os nossos hoteleiros andam loucos, com preços absurdos para o bolso do português comum. Na pandemia souberam apelar ao turismo interno, mas se já no ano passado me queixei, este ano queixo-me outra vez (e estamos em Janeiro).
Procurei inclusivamente fora do Algarve.
Se esta ganância significasse melhores salários para os funcionários, ainda havia uma razão, mas nem isso...
PS: A Vodafone anunciou por email que vai aumentar os tarifários em 7,8%. Será que vai aumentar os salários dos funcionários nesse montante igualmente? Seria bom...
Foi com horror, estupefação e muito alerta que vi o que aconteceu no Brasil, depois do que já se tinha sucedido no Capitólio nos Estados Unidos.
Um grupo de selvagens, com a cumplicidade de alguns polícias, atacaram as instituições democráticas por não aceitaram a derrota eleitoral.
Um sinal muito preocupante e claríssimo do perigo que é levar a extrema direita ao poder (e depois retirá-la).
São pela democracia para ganharem o poder, com um discurso contra os políticos, a corrupção, pelos valores. Mas depois... são isto, quando o povo percebe realmente quem eles são e os afasta democraticamente. Foi assim com Trump nos EUA, agora assim no Brasil.
Deixo mais dois comentários:
- com a crise de credibilidade do governo de António Costa, já vi um amigo a postar uma foto de Salazar a pedir o regresso da ditadura para acabar com a corrução e "mama" - expressão que o próprio usou - como se essa solução onde nada é escrutinadoe não há liberdade de imprensa não piore ainda mais o cenário.
- é comum ver polícias difundir posts do Chega nas redes sociais. Estão no seu direito, mas noto um descontentamento e uma carência de atenção por parte do poder político na sua proteção. Têm razão nalgumas situações, na minha opinião. Hoje vimos no Brasil polícia a tirar selfies com os criminosos. Que sirva de muito aula para o nosso país e para o choradinho dos sindicatos.
Durante o Mundial, foi divulgado um vídeo intimo de um jogador português nas redes sociais.
O jogador em causa tem 21 anos. Já é adulto, informado e sabe dos riscos que têm esse tipo de filmagens. Cometeu um erro de imprudência, mas nenhum crime. A receptora, mal intencionada, aproveitou-se do apogeu do jogador e partilhou a sua intimidade nas redes sociais. Uma partilha certamente não consentida. A situação foi abafada e bem. Mas há quem goste de mexer no podre e alimentar-se dele, tal com os abutres.
Nas minhas stories do Facebook, apareceu-me esta story patrocinada (ou seja o anunciante "CM TV" pagou ao Facebook):
Um grupo de media cotada na Bolsa portuguesa, a pagar para promover uma "notícia" que fere a vida privada de uma pessoa, ainda por cima figura pública.
Se isto nem sequer devia ser notícia, nem partilhado, muito menos ser "patrocinado".
É obsceno este aproveitamento, quer do jornal, quer da rede social.
Há limites do bom senso!
- Há duas semanas, fiquei supreendido quando ao vestir umas calças, reparei que já me estavam apertadas.
O descuido da dieta e do exercício durante as férias já se fez notar. Nem foi preciso ir à balança...
Por isso, nestes dias, foi o regresso às corridas, ao ginásio e à dieta. As refeições da "asneira" ficaram restritas às refeições sociais.
Notei bem, no ritmo da corrida, quão destreinado fiquei. Mesmo nas pequenas distâncias, muito lento e com vontade de parar. A máquina já está a olear e tem-me valido correr em grupo, senão a desmotivação seria ainda maior.
Por falar em grupos de corrida 3ª feira, véspera de feriado, fui a um em Gaia e passamos ao rio Douro:
- Continuo chocado com a diferença de preços entre a grande distribuição e o pequeno comércio de rua.
Hoje no Continente 4 kiwis custavam 3 €. Na frutaria da minha rua comprei 8 a 2,23 €.
- Na Ucrância, continuo chocado com as atrocidades russas que se ouvem à medida que vão abandonando as cidades ucranianas que ocupavam. Relatos demoníacos que podem sair impunes.
- No Irão, um eco internacional anormal da repressão e da polícia da "moralidade". A morte da ativista iraninana e (a falta de) resultados da autópsia vêm mostrar ao Mundo, se dúvidas houvesse, dos maus tratos e restrições que as mulheres sofrem nalguns países. De retaliação, o Irão, membro da OPEP, já cortou a sua produção de petróleo (apoiado pelos restantes países com medo do efeito contágio), fazendo disparar os preços. As nossas gasolineiras já o aumentaram esta semana.
- No Brasil, o voto envergonhado na extrema direita levou a uma segunda volta. A grande questão dos brasileiros não sei se é votar no melhor candidato ou no menos mau.
Enquanto se decretou o luto nacional pela morte da Raínha de Inglaterra, foram tornadas públicas imagens chocantes de uma idosa coberta de formiga, mal tratada e mal cuidada por uma Santa Casa em Boliqueime.
Uma pessoa de raízes humildes, que não é a Elizabete II. Uma vergonha, indignidade que nos faz chocar e pensar como é possível?
E se um dia a nossa família nos abandonar, não tivermos quem cuide de nós e acabarmos no estado que esta senhora acabou.
Qualquer ser humano tem direito à assistência e à dignidade.
Uns dias mais tarde vieram acusações gravíssimas à mesma Santa Casa. Crimes de negligência não desmentidos. Davam comida fora de prazo aos utentes, trocavam rótulos dos alimentos provocando doenças digestivas constantes, espancamentos constantes e outros crimes de maus tratos. Como é possível? Que pessoas são estas? Que punição exemplar deve dar a Justiça? Sim espero que haja julgamento? Uma Santa Casa dos horrores!
Isto revolta-me imenso, bem como a hipocrisia do nosso Presidente da República que vai a correr para Londres e não cuida dos seus.
Para terminar o meu desabafo, reparei que quem ousou dar a cara a uma televisão a denunciar um caso foi um ... brasileiro. Já não é a primeira vez que vemos isto. O silêncio cúmplice, as funcionárias agressivas e violentas e o assobiar para o lado são repugnáveis.
Este ano, tive que tirar férias em Agosto.
Apesar do bom tempo, a confusão e os preços levam-me a evitar este mês. Para fazer o "off" e porque gosto/valorizo passear, optei por ficar em Portugal dado os problemas nos aeroportos.
Fiquei horrorizado com os preços que a nossa hotelaria está a praticar. A maioria dos hotéis na terceira semana de Agosto pedia mais de 200 € por noite só com pequeno almoço. Num hotel, uma noite que em Julho/21 custava 72 €, este ano em Agosto custava 207 €. O hotel é o mesmo e os custos por hospede são (quase) os mesmos. Até nos apartamentos que vi no OLX, os preços dispararam face ao ano anterior.
Mesmo no Interior, os valores rondam os do Algarve. Oiço os empresários contentes com a ocupação e receitas. Como potencial cliente, fico triste. Sendo o salário mínimo português de 700 €, 200 € só para dormir uma noite é absurdo. A isto, temos de juntar combustível, portagens e as refeições, no mínimo.
Que tipo de turismo queremos em Portugal?
Quando foi a pandemia, os empresários apelaram aos portugueses para passar férias em Portugal. O povo acedeu e os hotéis do Interior registaram taxas de ocupação nunca ocupadas antes.
Os preços praticados em 2022, com famoso aumento do "preço por estadia" arrisca tornar o país exclusivo para estrangeiros e para ricos. O português de classe baixa e de classe média é escorraçado. É tão seletivo que quando há problemas (covid, incêndios, ...) lá vêm chorar e pedir a mão aos nacionais.
Se estes preços elevadíssimos significassem melhores salários e melhores condições de trabalho, ainda havia uma distribuição de riqueza. Mas não, este fica concentrado nos empresários e nos donos/gerentes das cadeias. E atenção que a qualidade geral dos nossos hotéis são das melhores da Europa. Se acho que se deve pagar a qualidade? sim acho, mas não acho os preços praticados justos nem adequados.
Ao sermos enxotados, o que nos resta? Ajustar/reduzir datas, pesquisar as melhores opções, ir de férias para o estrangeiro porque fica mais barato (mesmo com "TI") ou alugar estadias não declaradas onde reina a fraude e as burlas.
O nosso país tem uma particularidade curiosa: tal como a localização geográfica, somos sempre os últimos, seja nos rankings, seja a ter a crise do covid, seja nos escândalos sexuais da Igreja Católica.
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Crimes muito graves de pedofilia e abusos sexuais são frequentemente denunciados. As vítimas são pessoas frágeis e os padres que denunciam os casos, além de verem os crimes abafados, ainda são perseguidos.Agora, que os casos chegaram às televisões, a estrutura abala e são denunciadas mais situações. É sempre assim em tudo na vida: anda tudo em silêncio e quando surge uma queixa, surgem logo várias de uma vez-
Não se pode com isto fazer generalizações que todos os padres são pedófilos. São temas delicados, sobretudo para as vítimas. São temas onde o poder é abalado e bem se viu como "arrumaram" quem fez denúncias. A verdade deve ser apurada, investigada e punir quem cometeu crime e quem foi cúmplice, seja com silêncio, seja na execução.
Esta semana precisei de me deslocar a um serviço na cidade. Um calor abrasador e com o estacionamento todo pago nas ruas principais, tive de estacionar um pouco mais afastado.
Uma rua que outrora tinha árvores, que além da questão ambiental, faziam sombra, deram lugar a uma ciclovia. Asfalto e cimento.
Em 2020, quando ainda estávamos atordoados pela pandemia, a Câmara cometeu um arboricídio. Comentei o seguinte:
Para fazer a obra de "regime" e inaugurá-la a tempo das eleições autárquicas, a Câmara decidiu abater todas as árvores da Rua 19, o já chamado "arboricídio" em nome de uma ciclovia. A notícia do Público é desgastante: "árvores colidem com ciclovia e Câmada manda arrancá-las". Levou-me refletir: se queremos cidades mais verdes, qual o custo em termos de segurança, localização e sacrifícios que é preciso fazer para ter as ciclovias? Até que ponto a sua localização é exequível para as pessoas circularem em segurança? Até que ponto faz sentido "plantar" no meio da cidade e do caos do trânsito ciclovias de poucos metros? Já morreu pelo menos uma pessoa? Em Espinho, custou a vida a dezenas de árvores saudáveis.
Nas eleições, o partido que tomou esta decisão foi corrido da Câmara. Não sou arquiteto paisagista, mas sinto duas coisas: i) aversão à presença de árvores nas novas empreitadas públicas; ii) a aversão dos políticos que aprovam a ausência de verde.
Nestes dias de calor, senti falta dessa sombra. Uma ciclovia parece valer mais que sombra e oxigénio.
Ontem, em zapping cruzei-me com um programa da RTP que estava numa cidade a fazer um direto de um parque municipal. Relva (seca devido ao calor) e sem árvores. Um parque que mais parecia um descampado.
Vejo muitas virgens ofendidas a teclar com o faitdiver do momento: uma cantora que pegou na bandeira de Espanha no Rock in Rio. Muitas das partilhas das redes sociais são de pessoas que não viram o momento. Limitam-se a gerar e comentar seguindo as indicações extremistas e depreciativas de site de fake news.
Enquanto isto, em Melilla, aqui ao lado, aconteceu um massacre neste fim de semana.
37 mortos (oficiais), elevada violência, maus tratos e um massacre sobre muitos migrantes que tentaram passar a fronteira entre continentes, vítima de mafiosos que prometem o que não podem cumprir. Tiram o pouco que esta gente tem.
Curiosa, a empatia que as pessoas têm pelos refugiados ucranianos (vítimas de uma guerra que não pediram, muitos deles com formação superior e capital) e a falta dela pelos refugiados magrebinos (pobres e vítimas de extorsão).
Crimes destes não podem ser ignorados.
P.S.: Sobre o crime da pequena Jéssica, mais uma vez parece haver falhas do Estado. Claro que não se adivinha o futuro, porém é de uma crueldade muito chocante. Um horror.
Não tenho falado muito da guerra por duas razões: i) já satura o tema e ii) é consensual o condenação e a simpatia coletiva pela condenação da Rússia e heroísmo do povo ucraniano.
Porém, não consigo resistir a manifestar o choque a práticas medievais e crueis como a violação de crianças e até bebés. Parece um ódio cego onde qualquer atrocidade, mesmo a mais macabra, é cometida. Que futuros adultos serão estas crianças?
Ver corpos de pessoas comuns com as mãos atadas, mortas e o corpo cheio de nódoas negras é de uma crueldade atroz. Pessoas sem comida, sem água, a comer cães para matar a fome? Não percebo quem possa achar isto uma desnazificação. Não percebo como há um partido político português que concorda com esta atitude.
Admiro a resistência do povo ucraniano que luta como pode, que chora os seus mortes de uma guerra que não pediu, do próprio presidente ucraniano que luta pelo seu país com as armas que tem. Uma delas está-se a revelar muito poderosa: a comunicação. Está a conseguir a atenções do mundo, está a conseguir ser ouvido. E vai a todos os países, mesmo até aos pouco influentes como é o nosso. Essa empatia coletiva e passadeira vermelha nos parlamentos europeus está-se a dar visibilidade e heroísmo.
Já se fala que Putin a segui vai invadir a Moldávia Fica a sensação que Putin está cego pelo poder e tem de ser parado. Pode-se confirmar aquilo que os ucranianos argumentam: a loucura da Rússia não vai ficar por aqui.
O Covid demorou dois anos, quanto tempo demorará esta guerra? Quando aceitará a Rússia a derrota? Será que a vai aceitar?
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