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Mais um ano chega ao fim.
2023 foi um ano positivo.
Primeiro que tudo saúde. Apesar de só faltar um dia para acabar o ano, não tive nenhum problema. Consultas de rotina, tudo normal.
Inscrevi-me na natação em Fevereiro, mas ganhei peso. Desde Setembro, retomei um pouco a corrida (30 min e apenas uma vez por semana) e comecei a frequentar a aula de circuito no ginásio que é mais cardio vascular. Felizmente, voltei ao meu peso normal. Não sou grande corredor, mas gosto desse exercício e sobretudo do lado social que a corrida proporciona. Cumpri também o que prometi: deixei de me inscrever em corridas. Consegui poupar aí.
No lado profissional, fui mais um ano normal. Continuei a trabalhar e a aprender no novo software de "Power BI"..
Consegui fazer duas viagens, que é algo que valorizo: fui à Turquia e à Madeira. Com pesquisa, planeamento financeiro e antecedência, consegui opções económicas.
No resto, foi mais do mesmo. Como diria alguém, nunca pior.
Os últimos anos pares têm sido terríveis. Em 2020, o covid, em 2022 a guerra na Ucrânia.
Não resisto em falar de política e lançar uma alfinetada. Então, houve uma denúncia anónima por alegada fraude do candidato da oposição às eleições? Lembrei-me que o presidente da câmara da altura foi corrido por Montenegro do partido, depois do mais um escândalo de corrupção na construção civil da cidade. Será que ... zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades?
Enquanto isso, a educação e a saúde degradam-se a cada dia. Quem tem dinheiro, recorre aos serviços privados, também cada vez mais entupidos. Quem não tem, fica doente ou sujeita-se a horas de espera em hospitais. Lembro-me que o curso de medicina é dos quem tem média mais alta em Portugal que nos anos 2010, Passos Coelho recomendou a enfermeiros e outros licenciados para emigrarem. Quem não o fizesse, apelidou de piegas. Dez anos depois, temos a fatura para pagar. Ou melhor, pagam os mais pobres que têm menos opções.
Estes dias fui dar o meu habitual passeio natalício à cidade do Porto. Não gostei do que vi.
Uma cidade completamente do avesso. Obras por todo o lado, muita pobreza nas principais ruas e muitos imigrantes. Custumo ir todos os anos mas nunca vi a cidade assim. Descaraterizada. Já começam a ser raras as lojas onde se encontram portugueses na caixas. O sotaque toma conta da região e do país. Será que não estamos a cair no exagero?
Passei pela Cedofeita e vi uma rua cheia de lojas fechadas e triste (nem de propósito, o JN fez notícia sobre isso. JN cujos jornalistas não receberam o seu salário este mês num passa-culpas vergonhoso).
As luzes continuam a piscar como habitual.
Nestes últimos dias, temos assistido a imagens chocantes vindas do Afeganistão.
Em pleno ano de 2021, as gerações mais novas (onde eu me incluo) estão a ser confrontadas com uma realidade que não costumamos ver. As televisões têm dado um amplo destaque à tomada do poder dos Talibãs no país.
Um cenário de desespero e medo de um povo que já sabe o que o espera e que muitos de nós até aqui preferia fazer zapping quando notícias breves chegam de África ou do Oriente. Nestes dias, têm-nos impingido esta realidade com muitas questões éticas e de direito humanos.
Vemos e sabemos de um regime extremista, muito violento, militar, sem sensibilidade e sem humanidade.
Ouvia ontem um relato hediondo e perturbador de uma prática medieval que os Talibãs fizeram aos seus opositores nesta perseguição. Quando lemos as regras para as mulheres e crianças e a "caça às bruxas" perguntamo-nos como é possível em 2021. Que sorte temos estar em Portugal.
Enquanto Joe Binden se acobarda na decisão de Donald Trump (será que dar margens a inimigos sem escrúpulos é ter uma missão concluída?), a China recolhe imagens de calma em Cabul (porque será? ...), vemos uma imagem impensável. Pessoas agarradas à roda de um avião a fugir dos seus novos lideres. Numa tentativa de sobreviver, escolheram a morte menos dolorosa.
É chocante! Houve quem dissesse que viemos melhor da pandemia. Eu só vejo pior!
E há outra coisa: as razões para invadir o Afeganistão estiveram relacionadas com o ataque terrorista do 11 de Setembro e para desmembrar a AlQaeda. A pergunta é: quando será o próximo ataque terrorista? Com Joe Binden não deverá ser, mas daqui a uns anos ...
Aqui na rua, tocou à campainha um drogadito pedir uma esmola à hora do jantar.
O meu pai disse que não, que "os patrões não estavam" e foi o suficiente para nem ele nem a minha avó pregarem olho a noite toda. Acho que quando se fala de saúde mental associada a este isolamento, fala-se desta insegurança, desconfiança e cismas que as pessoas ganham por não terem mais em pensar.
Nestes dias, algumas pessoas andam preocupadas com a sua segurança e dos seus bens: há um medo generalizado dos assaltos.
Três razões:
- Alguma imprensa e discursos de deputados alarmistas (não vou escrever o seu nome).
- Libertação de alguns presos antes do cumprimento da sua pena.
É comum no Natal haver indultos. A questão aqui é o critério/seleção dos presos e o risco para as populações de reincidência dos crimes.
- Receio do futuro do povo português que antecipa miséria, desemprego, falta de dinheiro e este confinamento social torna as pessoas mais ansiosas.
Nos EUA os americanos correram às lojas de armas. Por isso, é tão importante os governos/União Europeia agirem reforçando ou dando apoio às empresas, às famílias e sobretudo aos empregos. Acaba até por ser uma questão de confiança. O receio do povo, o pessimismo e até a falta de dinheiro/emprego e de perspectivas podem dar azo à desordem social. E isso é meio caminho andado para populismos e "salvadores da pátria" e eles andam aí à espreita.
Hoje é o dia da Mulher.
Um dia que deve servir de reflexão para o caminho que a sociedade portuguesa, europeia e mundial quer seguir.
Haver dias dedicados e oferecer rosas não chega. De todo. Há um longo caminho a percorrer. Alguns passos felizmente já estão a ser dados.
Se olharmos para os cargos mais influentes em Portugal, vemos poucas mulheres. É melhor que nada, mas não chega.
Nas empresas, as mulheres que lideram grandes empresas, estão lá por descendência familiar, nomeadamente Cláudia Azevedo e Paula Amorim. Mérito ou dinastia?
Na Banca nem uma mulher presidente.
Nos accionistas, Isabel dos Santos e a dona do Santander mais uma vez ascenderam pela família.
Isabel Vaz, Manuela Medeiros e Manuela Tavares de Sousa são algumas exceções.
Nas chefias há poucas mulheres, mas aí sou sincero, o perfil de liderança depende muito da pessoa. Já teve reportes femininos muito complicados e prefiro a liderança masculina. É mais simples e objetiva.
Na política, o melhor que houve foram 3 dirigentes partidárias mulheres nos últimos 10/20/30 anos: Manuela Ferreira Leite, Catarina Martins e Assunção Cristas. Apenas uma resiste.
Primeira Ministra nenhuma recentemente, Presidente da República nenhuma e apenas uma na AR: Assunção Esteves.
Uma ministra, a dos incêndios, disse que se sentiu discriminada quando foi criticada por chorar num funeral e o seu sucessor homem tem feito trinta por uma linha e assobia-se para o lado.
Na Justiça, Maria José Morgado, Joana Marques Vidal e Lucília Gago tentam se impôr.
Porém juízes e juízas com acórdãos ridículos como o de Neto de Moura e a discriminação da juíza que tratou carrilho por "Doutor" e a vítima mulher por "Bárbara" envergonham-nos enquanto sociedade.
No Desporto, estamos a anos-luz de uma sociedade igualitária. Uma outra atleta se destaca a nível individual (Telma Monteiro, Vanessa Fernandes), mas nos desportos coletivos só agora e apenas o futebol começa a dar os primeiros passos. Mesmo assim, o FC Porto nem essa modalidade abraça.
Na vertente amadora, onde participo, quem anda à mais tempo e as organizações das provas destaca que hoje há muito mais mulheres a correr e a participar em corridas. Ótimo!
No mundo milionário da televisão, Cristina Ferreira tem feito a diferença. Muito porque as revistas cor de rosa, também dirigidas por mulheres como na Cofina, lhe dão projeção e polémicas.
No entanto, ainda esta semana, uma jovem youtubber foi humilhada pelo namorado num vídeo em que participou voluntariamente para se vender a uns likes.
Já defendi mais as quotas que defendo agora.
O que temos visto são escolhas de mulheres para fazer número. Algumas seleções são apenas para cumprir a lei, mas que não chateiem. Escolhe-se a sogra (como na presidência atual do CDS), a mulheres da família (como no PS de Barcelos) e a primeira que aparecer mesmo que não conheça nem perceba nada do programa que representa (como no PAN Setúbal e que foi eleita deputada).
Defendi as quotas como um mal necessário para trazer mais a mulher para os cargos relevantes. Mas o lado negativo desta opção está-se a evidenciar cada vez mais. Li este artigo de opinião e hoje concordo com a conclusão: "a presença quantitativa de mulheres em listas não é, por si só, sinónimo de coisa nenhuma. Na escolha para cargos de responsabilidade, fica à vista a falta de preocupação com o perfil ético e o rigor demonstrado no percurso político. Ou para isso também é preciso criar quotas?"
Deixa-me triste estas escolhas e as sobretudo as mulheres que se prestam a este papel!
Defendo a igualdade entre homens e mulheres. Hoje, o caminho a percorrer já encurtou mas tem muitas pedras, muitas colocadas pelas mulheres que se prestam a papeis.
Rui Pinto é um dos nomes mais controversos das últimas semanas. Depois do football leaks, há o Luanda Leaks.
Não sei quem é culpado nem que é inocente, mas sobre isto o que me apraz dizer é:
- porque está Rui Pinto a fazer o trabalho das autoridades policiais? Porque é que este hacker não confiou na polícia para fazer as suas denúncias?
- Porque razão foram os jornalistas a desencadear o Luanda Leaks e não as autoridades? Porque há tanto medo por afrontar o poder?
Sobre Angola, o que leva a crer é que foi a votade política do presidente João Lourenço que fez desencadear os processos (como alguém já disse: todos desconfiavam mas assobiava-se para o lado, uns por uns motivos, outros por outros). Recordo-me de há uns meses em Portugal se ter andado nas palmas das mãos, com as intervenções dos altos poderes do Estado, com os assuntos "irritantes".
Sobre o futebol, clubes à parte nada aconteceu nem a dirigentes nem a empresários. Nem sequer se sabe se são inocentes ou culpados.
Sobre o processo jogo Duplo, ainda se está ao dia de hoje em julgamentos e adiamentos sucessivos... Soa a uma justiça lenta e medrosa.
- Faz sentido "só" estar o rapaz estar preso (até agora)? Porque não ajuda Rui Pinto a polícia a investigar, não para se defender mas para fazer o trabalho dos outros?
- O rapaz cometeu um erro: fazer chantagem com a Doyen e isso valeu-lhe prisão. Todos os outros andam e passeiam (nem se sabe se são inocentes ou culpados).
- Porque demora tanto a Justiça a investigar, aferir responsabilidades e condenar?
- José Miguel Júdice, comentador/advogado/ etc também visado nos Luanda Leaks, já veio demonstrar cautela no seu discurso. Ao ouvi-lo só me lembrei que quem tem c* tem medo.
- Não se se podemos chamar ao Rui Pinto, o Robin dos Bosques dos tempos modernos, mas que este rapaz tem conseguido abanar as estruturas. Inclusivamente, a inoperância e contradições da Justiça em Portugal.
Veremos os próximos episódios (se os houver)...
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