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Leituras: Eliete de Dulce Maria Cardoso

14.02.23

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Por mero acaso, comentei uma foto do Jogos de Raiva do Rodrigo Guedes Carvalho, onde referia que era um dos melhores livros que tinha lido ultimamente e que retratava a sociedade portuguesa da década de 20 dos anos 2000.

Sugeriram-me este livro, como sendo também marcante.

 

Não conhecia a autora, mas identifico-me mais quando são narrativas em Portugal, com a nossa cultura. A simplicidade da história cativa.

A personagem principal, Eliete, é uma mulher com 40 anos com uma vida rotineira, agente mobiliária em Cascais, com as filhas crescidas, um marido caseiro que gasta de caçar pokemons e um perfil do Facebook onde se entretem.

Escreve sem pudores da inveja que tem das melhores vendedoras da sua agência, escreve sem pudores que aparenta uma família feliz nas redes sociais para marcar pontos na agenda social e descreve sem pudores que vai ao Tinder engatar homens casados para contornar a rotina da sua vida sexual com sexual.

Ao introduzir estes temas tão contemporâneos, ou melhor anos 2015-2019 com personagens tão banais, que facilmente identificamos alguém conhecido, torna o livro muito curioso.

No livro, houve outra coisa que me tocou: relação entre avó e neta. Vemos o desprezo da mãe da personagem que abandona a sua mãe com Alzeimer, a dificuldade da neta em cuidar e trazer a sua avó para casa e o dilema de lhe escolher um "bom" lar.

Se acho o livro brilhante. não acho. Se cria suspense, também não. Se é excitante, não, mas é uma escrita simples, portuguesa e um retrato da influência das redes sociais na vida das pessoas comuns.

 

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publicado às 22:13

A casa dos espíritos de Isabel Allende

31.08.22

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Estas férias li "A casa dos espíritos" de Isabel Allende e que ótima escolha.

Já tinha este livro há vários anos aqui em casa, ainda do tempo em que as revistas/jornais distribuíam livros como brindes. Este é de 2008 e faz parte da Biblioteca Sábado. Ao fim de catorze anos, li-o e só me arrependo de não o ter lido antes.

Lançado em 1982, conta a evolução social de uma família abastada do Chile. A personagem principal é um latifundiário e relata os tempos feudais, a implementação do comunismo e respetiva ditadura de esquerda. Isabel Allende escreve pelo olho das diferentes personagens desde homens, mulheres, agricultores e jovens revolucionários.

As vinganças pessoais na ditadura, a violência doméstica transversal a todas as classes sociais e o movimento socialista nos campos são alguns dos temas abordados.

Surpreendeu-me ter sido escrito ainda nos anos 80 e por uma mulher. Sem dúvida, uma excelente obra que me prendeu na última semana.

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publicado às 17:15

Último olhar de Miguel Sousa Tavares

16.08.22

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Este foi o primeiro livro que li de Miguel Sousa Tavares: Último olhar.

Um livro contemporâneo, de leitura fácil que (já) cria histórias com o covid.

Desenvolve e descreve o relato de um sobrevivente à Guerra Civil espanhola, o que passou num campo de concentração nazi, mas que não resiste ao covid, sendo infectado no lar de idosos onde vive. Envolve também uma jovem médica, que insatisfeita com o seu casamento monótono, trai o marido com outro médico italiano, que conheceu num congresso.

 

A leitura é rolante, interessante, mas achei demasiado previsível e repleta de clichés dos livros de hoje em dia. 

Já há muitos livros no mercado a relatar o horror nazi nos campos de concentração e este é mais um, claro, que acaba em bem. Em vez de ser judeu, é comunista em Espanha. Por outro lado, e outro clichê previsível é o erotismo descrito a uma massagem tantrica com algumas páginas dedicadas ao tema. A novidade é a introdução do tema covid na narrativa.

Gostei, mas esperava mais criatividade de MST. 

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publicado às 15:53

A pérola

27.07.22

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Em adolescente li o livro " A Pérola" numa das férias de Verão.

Escrito por John Steinbeck, em 1947, faz parte do Plano Nacional de Leitura. Um livro curto, de leitura fácil, conta a história de uma família humilde que se dedicava à apanha de pérolas no mar para sobreviver. Até ao dia em que apanhou uma pérola tão grande e valiosa que ninguém a queria comprar. A inveja e malvadez dos outros tornaram a sua vida num Inferno.

 

Lembrei-me desta história já com alguns anos ao ver as notícias de Cristiano Ronaldo. Quando era jovem e potente, todos o queriam mas poucos podia pagar-lhe. Hoje, com 37 anos, poucos o querem e pode ver-se em apuros para arranjar clube. Já vários clubes/treinadores o rejeitaram explicitamente em público. E não é só pelo salário ou condições ... não estou a ver Rúben Amorim ou Sérgio Conceição a "perder" o balneário porcausa da estrela.

 

A vida dá muitas voltas...

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publicado às 21:50

Leitura

23.02.22

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A Fundação Gulbenkian divulgou um estudo em que refere que 61% dos portugueses não leu um livro impresso em 2020 (ano da pandemia).

Não sei quão rigorosa é a amostra, mas não me surpreende a conclusão.

 

As razões podem ser várias, sendo uma delas seguramente o encerramento das bibliotecas públicas. Sou um defensor e utilizador deste equipamento público pois é um meio de ler livros de forma gratuita . Por incrível que pareço em pelo 2022, há ainda concelhos sem bibliotecas (Alzejur, Marvão, Terras de Bouro, Vila Viçosa e Calheta). Já aqui critiquei que na altura de alívio das restrições, a Biblioteca de Espinho mantinha-se encerrada ao sábado de manhã, horário que o comum trabalhador tem tempo para lá ir.

 

Por outro lado, há alguma falta de cultura de leitura, o contexto familiar e as dificuldades económicas. Um livro numa loja ronda os 15 € que se lê e depois vai para a estante ganhar pó (para esta desculpa, respondo com as bibliotecas).

 

A falta de leitura tem consequências no pensamento crítico e na capacidade de intervenção pública e cívica. Ajuda-nos não só escrever melhor, a enriquecer o nosso vocabulário, a nossa ortografia e a aumentar o nosso conhecimento. Isto numa era em que por tudo e por nada escrevemos nas redes sociais. Penso fazer falta pensar mais além, longe do curto prazo e numa perspectiva futura.

O último livro que li já faz algum tempo, foi nas férias e de Valter Hugo Mãe. Não sou o melhor exemplo e faço a minha mea culpa.

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publicado às 16:44

Leitura de Verão: A Máquina de fazer espanhois

23.07.21

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Nestes dias, li "A máquina de fazer espanhois" de Valter Hugo Mãe.

 

Aluguei este livro na biblioteca após uma sugestão da Andreia: um autor português com uma história portuguesa. O que me cativou? O protagonista ser um idoso enviado pela família para o lar após ter ficado viúvo.

 

O lar chama-se Casa Feliz Idade e toda a ação é relatada a partir da visão de um idoso "despachado" pela filha. Desde o dia em que chega, a negação inicial, o sentimento de abandono, de perda, de vitimização e as novas amizades que as pessoas são forçadas a ter. A história mostra que até para ser idoso é preciso ter sorte no lar que a família escolhe (e paga), nos auxiliares que se encontra e na ganância de quem o gere.

 

Assim, as personagens são os residentes do lar e as relações humanas que é possível construir na reta final da nossa vida, bem como as diferentes perspetivas dos utentes. Desde os que vêm como umas férias com os serviços de cuidado, os que vêm abandonados e os que são forçados.

Adicionalmente, é feito um exercício muito interessante de memória da personagem principal, quando pensando nas decisões mais importantes da sua vida, recorda o momento em que denunciou um dissidente à PIDE durante o Estado Novo. 

 

Houve uma coisa que chamou a atenção neste livro: não haver travessões para diálogos nem letras maiúsculas no inicio das frases.  

Não é comum, nem comercial e muito menos cinematográfico a escolha destas personagens e estes sítios tão esquecidos para uma história. Acaba por ser um livro de leitura portuguesa, forte mas bonita, sem traumas e que nos dá uma perspetiva que na correria do nosso dia a dia nem nos apercebemos. Só por isso já valeu a pena.

 

Review da Andreia aqui.

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publicado às 17:01

Leituras do Último: O monge que vendeu o seu Ferrari

13.03.21

O Monge que vendeu o seu ferrari.PNG

Foi o primeiro livro do género (auto-ajuda/inspiracional) que li.

O Monge que vendeu o seu Ferrari de Robin Sharma.

 

O nome do livro deixa antever o que nos espera: uma história e um conjunto de conselhos e instruções para relativizar a nossa vida e o stress do nosso dia-a-dia. Depois de ler, há coisas que fazem todom o sentido e que nos só pensamos nelas quando as lemos.

 

Com o stress do dia a dia, quantas vezes não valorizamos as pequenas coisas e temos dificuldade em nos concentrar, em pensar em nós e naquilo que faz realmente falta?

Porém, vou ser muito honesto, apesar da reflexão e auto-ajuda dada, não me disse mais muito.

A grande conclusão que tirei é que livros deste género só fazem sentido quando precisamos deles ou estamos numa situação emocional que o justifique.

E vocês que experiências têm com livros de auto ajuda? Leram por ler? Ou apenas quando fez "sentido"?

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publicado às 18:44

Leituras do Último: O triunfo dos porcos de George Orwell

06.01.21

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Descobri este livro na estante da sala do meu pai na noite da passagem de ano.

Esta história é uma fábula onde os animais personificam os atores políticos da ascenção ao poder da extrema esquerda. Dado o contexto histórico, a associação é direta à implementação do comunismo na Rússia durante a primeira metade do século XX. 

 

A história passa-se numa quinta onde um porco inspirador tem o pensamento teórico do Rebelião: uma revolução em nome de uma quinta com mais liberdade, igualdade, qualidade de vida e felicidade. A ideia é todos os animais se juntarem e expulsarem os humanos exploradores, castradores e capitalistas.

 

Do pensamento, passa-se à ação depois da morte do porco mentor. Todos os animais atuam em conjunto sendo o processo liderado pelos porcos que se assumem como as personagens mais cultas, inteligentes e dinamizadoras do processo de Rebelião.

 

Com o tempo, os porcos tomam o poder, gerando-se uma disputa a dois. O argumento de que é preciso um líder forte  leva a alianças estratégicas acabando por ganhar um deles, o Napoleão. A partir daí, começam os abusos de poder, as manipulações de comunicação, leis feitas à medida e os porcos a enriquecer e os outros animais escravos e submissos. Enquanto os primeiros se alimentam bem e têm boas condições de vida, são cortadas as rações aos outros animais, lembrando-se de que com os humanos capitalistas era e seria pior.  Quem ousa trair ou criticar o líder porco, é assassinado pelos cães ao serviço do mesmo.

 

A ilusão prometida de felicidade e liberdade é substituída pela ganância do poder, manipulação e a teoria da conspiração dos opositores. Enquanto os "porcos" estão intocáveis, os outros animais definham manipulados, infelizes e impotentes. 

Existe inclusivamente a personagem do cavalo. Um animal forte, trabalhador e leal que quando fraqueja é abatido.

 

A moral da história é clara: não há sistemas perfeitos e os vícios do poder político são transversais à extrema esquerda e à extrema direita.

Em conclusão, é um belíssima história que usando animais ajuda a compreender o que foi o Comunismo na Rússia do século passado e de como na hora da verdade os vícios são todos. Fiquei a saber entretanto que este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura

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publicado às 18:15

Leituras do Último: O tatuador de Auschwitz

15.05.20

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Depois de má experiência com Um oficial de Malta, a minha irmã comprou este livro e arrisquei lê-lo.

Falar e ler de Auschwitz e dos horrores do Nazismo não é das coisas que mais me interessam. Um período negro da nossa história, muito negro e muito maldoso. Já tinha lido elogios no blog da nossa querida blogger Marta Elle.

 

Li o livro numa tarde, tal forma cativante, bem escrito, um retrato de uma história real, mas sem ferir o leitor. Fala dos sentimentos, angústias, modo de funcionamento e do que cada um fazia para viver mais um dia no campo de concentração. Admirei isso na escrita de Heather Morris.

 

Nestes tempos de confinamento, em que a nossa liberdade está confinada a uma casa leva-nos a conhecer outras realidades e faz-nos pensar: podíamos estar bem piores.

Um bom livro e dos melhores que já li. Dá sempre vontade de ler a página a seguir, conhecer o detalhe seguinte.

 

Esta é a história assombrosa do tatuador de Auschwitz e da mulher que conquistou o seu coração - um dos episódios mais extraordinários e inesquecíveis do Holocausto.

Em 1942, Lale Sokolov chega a Auschwitz-Birkenau. Ali é incumbido da tarefa de tatuar os prisioneiros marcados para sobreviver - gravando uma sequência de números no braço de outras vítimas como ele - com uma tinta indelével. Era assim o processo de criação daquele que veio a tornar -se um dos símbolos mais poderosos do Holocausto.
À espera na fila pela sua vez de ser tatuada, aterrorizada e a tremer, encontra-se Gita. Para Lale, um sedutor, foi amor à primeira vista. Ele está determinado não só a lutar pela sua própria sobrevivência mas também pela desta jovem.

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publicado às 21:09

Leituras do Último: Um oficial em Malta

08.05.20

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Sou daquelas pessoas que não gosta de começar um livro sem acabar o anterior.

 

Um oficial em Malta de Mark Mills é daqueles livros cuja sinopse é interessante. Cativa. Mas quando se começa a ler, a coisa não puxa. Não há mistério, não há interesse, a história nem aquece nem arrefece. As páginas sucedem-se, com muito texto acessório e sem cativar. Não gostei da escrita nem da criatividade do autor.

 

Corre o Verão de 1942. Para os habitantes de Malta, sujeitos a bombardeamentos diários, os Britânicos representam a última linha de defesa contra os Nazis. Max Chadwick, o oficial de informação, tem como função assegurar que os Malteses recebem notícias que fortalecem a sua relação com os Britânicos.
Quando lhe apresentam provas de haver um oficial britânico a assassinar mulheres maltesas, Max tem, melhor do que ninguém, noção das consequências desastrosas que tal revelação acarretaria. Enquanto a violência dos ataques à ilha cresce de dia para dia, Max embarca numa investigação, à revelia de ordens superiores, às escondidas dos amigos e da mulher que ama.
Max sente-se, contudo, dividido entre princípios morais e o dever patriótico durante os seus esforços para descobrir o assassino… uma personagem esquiva, sempre um passo à frente do seu perseguidor.

Têm aqui outro feedback oposto do meu

Tinha tudo para ser uma história boa, mas não é. Não tornarei a ler este autor.

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publicado às 20:47


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