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Descobri este livro na estante da sala do meu pai na noite da passagem de ano.
Esta história é uma fábula onde os animais personificam os atores políticos da ascenção ao poder da extrema esquerda. Dado o contexto histórico, a associação é direta à implementação do comunismo na Rússia durante a primeira metade do século XX.
A história passa-se numa quinta onde um porco inspirador tem o pensamento teórico do Rebelião: uma revolução em nome de uma quinta com mais liberdade, igualdade, qualidade de vida e felicidade. A ideia é todos os animais se juntarem e expulsarem os humanos exploradores, castradores e capitalistas.
Do pensamento, passa-se à ação depois da morte do porco mentor. Todos os animais atuam em conjunto sendo o processo liderado pelos porcos que se assumem como as personagens mais cultas, inteligentes e dinamizadoras do processo de Rebelião.
Com o tempo, os porcos tomam o poder, gerando-se uma disputa a dois. O argumento de que é preciso um líder forte leva a alianças estratégicas acabando por ganhar um deles, o Napoleão. A partir daí, começam os abusos de poder, as manipulações de comunicação, leis feitas à medida e os porcos a enriquecer e os outros animais escravos e submissos. Enquanto os primeiros se alimentam bem e têm boas condições de vida, são cortadas as rações aos outros animais, lembrando-se de que com os humanos capitalistas era e seria pior. Quem ousa trair ou criticar o líder porco, é assassinado pelos cães ao serviço do mesmo.
A ilusão prometida de felicidade e liberdade é substituída pela ganância do poder, manipulação e a teoria da conspiração dos opositores. Enquanto os "porcos" estão intocáveis, os outros animais definham manipulados, infelizes e impotentes.
Existe inclusivamente a personagem do cavalo. Um animal forte, trabalhador e leal que quando fraqueja é abatido.
A moral da história é clara: não há sistemas perfeitos e os vícios do poder político são transversais à extrema esquerda e à extrema direita.
Em conclusão, é um belíssima história que usando animais ajuda a compreender o que foi o Comunismo na Rússia do século passado e de como na hora da verdade os vícios são todos. Fiquei a saber entretanto que este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura
Depois de má experiência com Um oficial de Malta, a minha irmã comprou este livro e arrisquei lê-lo.
Falar e ler de Auschwitz e dos horrores do Nazismo não é das coisas que mais me interessam. Um período negro da nossa história, muito negro e muito maldoso. Já tinha lido elogios no blog da nossa querida blogger Marta Elle.
Li o livro numa tarde, tal forma cativante, bem escrito, um retrato de uma história real, mas sem ferir o leitor. Fala dos sentimentos, angústias, modo de funcionamento e do que cada um fazia para viver mais um dia no campo de concentração. Admirei isso na escrita de Heather Morris.
Nestes tempos de confinamento, em que a nossa liberdade está confinada a uma casa leva-nos a conhecer outras realidades e faz-nos pensar: podíamos estar bem piores.
Um bom livro e dos melhores que já li. Dá sempre vontade de ler a página a seguir, conhecer o detalhe seguinte.
Esta é a história assombrosa do tatuador de Auschwitz e da mulher que conquistou o seu coração - um dos episódios mais extraordinários e inesquecíveis do Holocausto.
Em 1942, Lale Sokolov chega a Auschwitz-Birkenau. Ali é incumbido da tarefa de tatuar os prisioneiros marcados para sobreviver - gravando uma sequência de números no braço de outras vítimas como ele - com uma tinta indelével. Era assim o processo de criação daquele que veio a tornar -se um dos símbolos mais poderosos do Holocausto.
À espera na fila pela sua vez de ser tatuada, aterrorizada e a tremer, encontra-se Gita. Para Lale, um sedutor, foi amor à primeira vista. Ele está determinado não só a lutar pela sua própria sobrevivência mas também pela desta jovem.
Sou daquelas pessoas que não gosta de começar um livro sem acabar o anterior.
Um oficial em Malta de Mark Mills é daqueles livros cuja sinopse é interessante. Cativa. Mas quando se começa a ler, a coisa não puxa. Não há mistério, não há interesse, a história nem aquece nem arrefece. As páginas sucedem-se, com muito texto acessório e sem cativar. Não gostei da escrita nem da criatividade do autor.
Corre o Verão de 1942. Para os habitantes de Malta, sujeitos a bombardeamentos diários, os Britânicos representam a última linha de defesa contra os Nazis. Max Chadwick, o oficial de informação, tem como função assegurar que os Malteses recebem notícias que fortalecem a sua relação com os Britânicos.
Quando lhe apresentam provas de haver um oficial britânico a assassinar mulheres maltesas, Max tem, melhor do que ninguém, noção das consequências desastrosas que tal revelação acarretaria. Enquanto a violência dos ataques à ilha cresce de dia para dia, Max embarca numa investigação, à revelia de ordens superiores, às escondidas dos amigos e da mulher que ama.
Max sente-se, contudo, dividido entre princípios morais e o dever patriótico durante os seus esforços para descobrir o assassino… uma personagem esquiva, sempre um passo à frente do seu perseguidor.
Têm aqui outro feedback oposto do meu
Tinha tudo para ser uma história boa, mas não é. Não tornarei a ler este autor.
Já me coloquei a mim mesmo esta pergunta.
Atualmente estou a ler os contos incoporados nos "Serões da Província" de Júlio Dinis num livro perdido aqui em casa. Ainda é do tempo de solteira da ... minha mãe. Enquanto o lia na praia, dei por mim a pensar: há quanto tempo não compro um ,livro?
A verdade é que já não compro um livro há muito tempo. Nos últimos dois/três anos, os livros que li ou foram emprestados ou aluguei-os na biblioteca. A razão é simples: muitas vezes gastamos 10 a 20 euros num livro e depois de o lermos, deixamo-los na prateleira a ganhar a pó. Não pegamos mais neles! Uns anos mais tarde pomo-nos a pensar o que fazer com eles ...
Oferecer no Natal é sempre uma boa opção. Quantos de nós já releu um livro? Ou é algum que nos marca mesmo muito, ou nunca mais pegamos nele.
Daí que ultimamente alugue na biblioteca municipal. Claro que nos temos que sujeitar às limitações de escolha e aos tempos de devolução, mas a reutilização do livros fica garantida. Além de que é gratuito. Quando ficar muito marcado por algum, há sempre a opção de o comprarmos.
Claro que esta opção levanta questões como a sobrevivência da industria livreira, mas sobre isso respondo com o preço elevado de um livro que mais que paga o autor, o papel e os custos de distribuição.
Pela primeira vez li uma obra de Camilo Castelo Branco: A queda dum anjo.
Quando comecei a ler a obra, chamou-me a atenção o vocabulário de Camilo. Muitas das palavras já não se usam hoje em dia o que constitui um desafio, embora se vá percebendo perfeitamente o significado da frase.
A personagem principal é um deputado que troca Trás os Montes pelo Parlamento em Lisboa. Estamos a falar do final do século XIX, altura de Camilo.
O "anjo" caracteriza-se por ser um acérrimo defensor da moral e bons costumes. Muita retórica, muito blá blá inútil e conservador, como os saudosistas e guardadores da moral e bom costumes gostam. Vai subindo na vida e nas cortes políticas, arranjando uma amante. Uma brasileira, avantajada, o oposto da sua mulher provinciana e campónia. O dilema da personagem coloca-se na sua imagem política e no dinheiro da sua esposa de casamento. Para viver, o "anjo" preciso do sustento da mulher que o envergonharia em Lisboa. A piada do livro é perceber como será a queda do anjo. Camilo fugiu ao cliché das novelas e foi pela via mais ética. O deputado prescindiu e deu o divórcio à mulher traída e ambos seguiram o seu caminho sem ficarem presos ao passado e a vinganças.
Sobre a escrita de Camilo constatei que revela tal e qual a mentalidade portuguesa: ineficiência.
Páginas e páginas "à volta". A acção não avança. 150 páginas a engonhar, para depois nas 100 finais a história ganhar emoção e ter o seu interesse. O português é assim: deixa tudo para a última. É na seleção, é no trabalho, é na pagamento de impostos. Até nas literatura...
Recebi este livro de Sharin Lapena no Natal e é deste género que gosto.
Um crime logo no primeiro capítulo, poucas personagens, um detetive, um polícia e 300 páginas no máximo.
A história é fluida e com revelações ao longo da história que não deixam tudo para o fim (detesto livros que enrolam e enrolam e a história não avança).
A história começa com o rapto de uma criança e envolve uma mãe em depressão pós parto, um pai falido, uma vizinha ninfomaníaca, uma avó conservadora e um avô novo rico. Quem raptou a criança?
Sinopse aqui
Neste dia de Natal, andei a fechar a porta pelo Stone Art Books.
Foi a primeira vez que li um livro de Joanne Harris e quando li a sinopse na contracapa na biblioteca, achei ...
Para continuar a ler aqui
Este livro foi sugerido pela Magda Pais e arrisquei as 437 páginas.
Não me arrependi.
Muito bem escrito, é um reflexo da sociedade portuguesa e quiçá europeia dos finais da segunda década dos anos 2000.
O enredo da história aborda os perfis falsos nas redes sociais, a crítica gratuita (seja de índole sexual, racista, social), a dificuldade em distinguir o verdadeiro de não verdadeiro e as diferentes forma como os caça likes nos pode atingir tomando de exemplo as diferentes personagens da história.
O livro refere também o lado bom das redes:a possibilidade das nossos perfis e comentários nos tornarem conhecidos e tem uma relação deliciosa: a quantificação de quanto os outros gostam de nós com o nº de likes nas nossas publicações.
Assim, este livro do Rodrigo Guedes de Carvalho é uma reflexão sobre a dependência da sociedade atual dos ecrãs e todas os seus defeitos.
Tinha alguma curiosidade em ler este autor português mais contemporâneo. Procurei no Doutor Google e as críticas sobre este "Livro" eram bastante positivas. Li-o e não me arrependi.
A primeira parte da ação "Livro" passa-se numa vila rural portuguesa no Estado Novo e explora a emigração portuguesa no anos 60 e 70. O estereótipo do português pedreiro e da portuguesa empregada de limpeza, pouco instruídos e com novo-riquismo, estão presentes na trama.
As personagens só são apresentadas pelo primeiro nome, refletindo a simplicidade e generalização social das mesmas.
O rapaz chama-se Ilidio e a moça Adelaide e vivem um namoro de adolescência, mas presos pelo preconceito e timidez próprio do regime. Ambos, sem futuro sorridente na ruralidade, são obrigados a emigrar para França, onde seguem caminhos diferentes. É feita uma descrição com peripécias da viagem entre ambos os países, sendo dada ênfase ao peso da adaptação ao novo país e que muitos portugueses devem ter sentido.
Depois, vem a segunda parte do livro, já após o 25 de Abril, com uma carga muito mais leve e de leitura mais rápida. As personagens regressam à aldeia, encontram-se, já no usufruto da reforma e do que ganharam.
Fiquei agradavelmente surpreendido com a escrita do autor, fluida, realista e criativa. Com alguns toques de humor, conseguiu retratar uma época qua ainda é familiar com uma história muito interessante e emocionante.
Recomendo.
Foi mera coincidência eu ter lido o livro como contei ontem e o filme ter estreado no mês passado.
Digo-vos, meus ricos 6,50 €. Arrependi-me imenso de ter gasto 2 horas a ver o filme. É uma adaptação desastrosa da história!
As personagens mudam (umas desaparecem) e deixa-mse os pormenores das personagens que ajudam a resolver o mistério para 2º plano realçando-se os "efeitos especiais" . Para se ter uma ideia:
- as primeiras 15 páginas da história, em que Agatha Christie faz uma espécie de introdução à viagem de comboio e que não têm interesse (daí só 15pág. em 200), ocupam nada mais nada menos que 25% do tempo de filme. Ou seja, 25% do filme é palha onde não se narra nada e mostra-se os efeitos especiais.
- no filme até inventam um amor perdido no tempo do detetive Poirrot e nunca Agatha Chistie refere tal facto. Mais uma vez leva-se a ação para o "vendável", o cor de rosa e para o secundário.O que ganhou a história com isso?
- o comboio para devido à neve tal como no livro, mas no filme pára em cima de uma ponte enorme cheia de efeitos especiais. Fica melhor cinematograficamente. No livro, o pormenor que permite saber que há um assassino no comboio é o facto de não haver pagadas na neve...
- No filme há pistolas, violência e luta. No livro não. Poirrot passa de um detetive a um polícia das forças especiais. Vende mais assim. ...
O mistério, os detalhes das personagens e das personalidades são adulterados, tornando-se desinteressantes e confuso.
Lamento ser spoiller, mas o livro é mil vezes melhor.
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