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O Outono é aquela estação da queda da folha, em que nos começamos a aconchegar nas roupas mais quentes, começamos a ligar as lareiras e ficar mais caseiros.
Nos últimos anos, importamos duas tradições de fora: uma foi comemorar o Halloween a 31 de Outubro. Outra foi a black friday - uma tábua de salvação para muitos empregos e lojas.
Este será um Outono diferente. Com medo, ansiedade, restrições e mais digital.
Porém, na rua continua a ser aquela estação da queda da folha, em que nos começamos a aconchegar nas roupas mais quentes, começamos a ligar as lareiras e a ficar mais caseiros.
Hoje foi o funeral do familiar que foi infetado pelo covid.
Soube-se que hoje que teoricamente estaria recuperado. QUando recebemos a notícia achavamos que era do vírus, pois tinha sido detetado e estava assintomático. Nos dois testes da última semana, tinha dado negativo. Com 94 anos, pode não ter falecido da doença, mas da cura. Não entra para a estatística. Cá em casa apenas a minha mãe foi ao funeral.
Esta semana ouvi na Comercial (parabéns à rádio pela aposta em música nova e portuguesa), a nova da Ana Bacalhau. Chama-se "Memória".
Impossível não escutar a letra:
Já não durmo e o tempo aos poucos começa a roubar-me a vida
Tanta porta para entrar e eu quero encontrar a saída
Sinto que eu própria já não me reconheço
E quando escrevo a história, às vezes não me lembro quem era, como era
Somos só memória à espera de não ser esquecida
Chorei no meu ombro ao espelho só pra me confortar No reflexo vejo o medo por pensar em falhar
Eu sou só um corpo que curou todas as suas feridas Mas dentro da minha cabeça tenho a alma destruída
Porque eu sinto que eu própria já não me reconheço
E quando escrevo a história, às vezes não me lembro De quem era, como era
Uma letra curta mas carregada. Numa altura em que se fala de depressão, saúde mental e medo quanto ao futuro, está aqui um texto no qual algumas pessoas se podem rever. Não sou médico nem psicólogo, mas pela informação que tenho, o importante é pedir ajuda.
Btw, alguém chamou a atenção que numa revista ao lado da fotografia do ator falecido, estava uma promoção a uma faca. Fui ao Sapo Jornais e é verdade. É uma revista da Cofina...
Não sei se conhecem a Estrada Nacional da Azambuja.
Fui lá há uns anos em trabalho. Desde a saída do Carregado na A1 e passando-se o shopping Campera, são largos quilómetros de entrepostos logísticos de um lado e do outro com as grandes cadeias de supermercados identificadas.
Comentei com o meu interlocutor na altura que nunca tinha visto tanta concentração de armazéns numa equipa estrada.
Ele alertou que em casa de acidente naquela estrada, toda a zona sul do país ficava sem abastecimento. Hoje ainda me lembro desse comentário que partilho.
E agora, com 100 casos de COVID detetados numa empresa aviária naquela estrada?
Estão a soar os alarmes ...
Lá diz o povo que não se deve ter os ovos todos debaixo da mesma galinha, ou neste caso, ter os entrepostos logísticos todos na mesma estrada.
[Este post vai atrasado, mas só hoje o escrevo]
Há dias na nossa vida que nós não esquecemos. O 11 de Setembro de 2001 é um deles. Não é algo pessoal e talvez seja dos acontecimentos internacionais, que não envolvam o nosso dia-a-dia, a nossa família, amigos ou país que conseguimos facilmente recordar.
Eu tinha 13 anos. Estava em casa dos meus avós. A notícia tinha invadido a tarde televisiva. A surpresa, o choque, a novidade e o ataque à potência. Pela primeira vez, o termo "terrorismo" entrou no meu vocabulário.
Na 4ª feira, passaram dois documentários no canal História. Em ambos se notou como os EUA (e o mundo) não estavam preparados. A resposta foi descoordenada, confusa e onde ninguém sabia o que fazer e como reagir.
18 anos passaram. O mundo mudou. A luta de religiões, a guerra, a ameaça constante, a divulgação das atrocidades árabes contra os "infiéis" e contra as "mulheres" chegaram ao de cima. Estaremos mais seguros?
A autarquia de Santa Comba Dão pretende construir um museu para o Estado Novo e Salazar.
Fala-se da liberdade, do Interior e quando se quer fazer museu, cai o carmo e a trindade?
Faz sentido esconder um período da nossa história?
Não deverá haver liberdade para se criar um museu do Estado Novo? Ninguém é obrigado a ir e até que ponto será fazer propaganda à Extrema Direita? Haverá algum receio de ressuscitar esqueletos?
Ou só queremos museus para os grandes feitos dos portugueses?
Se até Cristiano Ronaldo tem um museu ...
Não vejo que seja um local de romaria, mas sim um local de estudo como outro qualquer museu. E se for de saudosos, qual é o problema? Mais vale estar num museu do que numa qualquer rede social ou cave a servir sabe-se lá para que fins?
Sobre ser em Santa Comba Dão, é a localidade que faz sentido.
A Páscoa significa tradição.
Além das amêndoas, costuma-se cobrir a entrada com flores e abrir a porta ao compasso. Beija-se a cruz e repete-se o "Aleluia".
Desde que o meu avô morreu, que a minha avó nunca mais abriu a porta.
Porém, manteve-se o costume de visitar a madrinha, levar o ramo e trazer o ramo.
Nisso tenho mais sorte que a minha irmã. Diz o padrinho dela que a partir do momento que começasse a trabalhar acabasse a notinha. E assim foi.
Nisso, a minha madrinha diz que dá o folar ao afilhado até morrer, desde que receba a sua visita.
Esete ano assim foi mais uma vez.
Ainda hoje peguei nele para fazer a minha caminhada.
Já tinha falado dele aqui e um MP4 especial.
Comprei-o em 2009, com o meu primeiro salário, quando fiz um estágio de Verão remunerado. Tem 10 anos e descobri-o à pouco tempo perdido. Funciona impecavelmente e as faixas dessa altura continuam intemporais: Red Hot Chili Pepers, Franz Ferdinand (lembro-me logo da queima), U2, Coldplay.
Não um "Revenge of 09's", mas dá-me prazer ouvir aquelas músicas naquele MP4 específico. É estranho.
Também vos acontece com algum objecto?
A Teresa convidou-me para um guest post e tendo o seu blog no nome “memória” porque não falar delas, recuando à infância.
Fui criado pelos meus avós no campo.
Quando lá dormia, a rotina matinal era dar as “sopas” ao cão – café, leite e pão. Um pequeno almoço muito reforçado, que de pequeno não tinha nada.
Depois, dar o pasto ...
(Acreditem que este foi dos textos biográficos que mais gostei de escrever desde que tenho o blog)
Tinha 10 anos quando foi a Expo 98 e fui pela escola primária.
Tenho uma vaga ideia, mas há coisas que vinte anos depois me ficam na memória:
- o Gil
A mascote da exposição. Lembro-me da professora nos mandar desenhar o boneco. Ainda deve estar lá por casa.
- os vulcões de água
Ainda existem. A magia de cores e o conceito de explosão de água deixaram-me deliciado na altura e ainda hoje!
- O oceanário
Uma das melhores heranças da Expo. Lembro-me de lá ter ido e foi espetacular. A professora fez a associação do livro "A menina do mar" de Sophia Mello Breyner que tinhamos estudado e os animais no aquário.
Eu, que visitei neste mês de Fevereiro o de Barcelona, digo-vos que o de Lisboa vale mil vezes mais a pena.
- A envolvência na escola
Só se falava da Exposição na escola.
Hoje, vemos um espaço completamente aproveitado, uma zona revitalizada, sendo que para isso contribuiu a construção e sobretudo utilização da estação do Oriente e do shopping Vasco da Gama. Claro que houve erros (e despedício), mas quando vemos as cidades olímpicas dos países que recebem os Jogos que se tornam fantasmas, a Expo 98 foi muito bem aproveitada.
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