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Pela primeira vez vou escrever sobre este tema que é bastante pessoal.
A minha avó vive com os meus pais. Já tem uma idade avançada e com o tempo os problemas de saúde começam a aparecer. Na Páscoa, apareceu-lhe uma infeção urinária causada por uma reação negativa do seu organismo à troca de um medicamento. Começou com diarreia e falta de apetite e terminou com uma infeção, com uma longa noite no Hospital de Gaia onde demorou 9 horas para ser atendida. Teve o azar de ter pulseira verde. A minha mãe acompanhou-a e ficou as 9 horas na sala de espera sem dormir (ao mesmo tempo, uma outra senhora desistiu às 02h da manhã com o seu pai, porque tinha de trabalhar no dia seguinte e o senhor foi doente para casa). Pior que isso, foi reparar no desprezo e arrogância do pessoal médico/auxiliar que até desvia o olhar para não encarar os utentes. Pode haver gente para atender e estarem atolados de trabaljho, mas não custa nada sorrir, ser eeducado, simpático, responder às pessoas quando lhe perguntam a situação...
A infeção tirou-lhe o andar e tornou a minha avó 100% dependente. Se em Junho, já conseguia ir pelo próprio pé, com as escaras agora apareceu uma erispela. Mais uma contrariedade e novamente uma situação de 100% de dependência física. Foram muitas as noites mal dormidas nas últimas semanas, com preocupação e mau estar noturno da minha avó.
A minha mãe está em pré reforma e felizmente tem tempo para cuidar da minha avó. A casa tem condições e não lhe falta nada. A própria segurança social dá incentivos financeiros aos cuidadores (com milhenta burocracia associada) e o SNS disponibiliza enfermeiro ao domicilio.
É claro que queremos o melhor para os nossos e ficamos incomodados quando os vemos com dores ou mal. Se por um lado o amor e carinho familiar prevalecem, por outro preocupa-me o desgaste físico e emocional da cuidadora, a minha mãe.
Acho que só quem passa por isto é que dá valor à exaustão que provoca.
Apesar de inconsciente, os mais velhos tendem a descarregar a sua frustração de dor e de dependência nos que lhe são próximos, seja com birras, com palavras ofensivas ou com um dramatismo para ter a atenção. Por muito amor que haja, a saúde mental sai afetada e chega-se a um ponto em que é muito dificil manter o equilibrio.
Mais um ano chega ao fim.
2023 foi um ano positivo.
Primeiro que tudo saúde. Apesar de só faltar um dia para acabar o ano, não tive nenhum problema. Consultas de rotina, tudo normal.
Inscrevi-me na natação em Fevereiro, mas ganhei peso. Desde Setembro, retomei um pouco a corrida (30 min e apenas uma vez por semana) e comecei a frequentar a aula de circuito no ginásio que é mais cardio vascular. Felizmente, voltei ao meu peso normal. Não sou grande corredor, mas gosto desse exercício e sobretudo do lado social que a corrida proporciona. Cumpri também o que prometi: deixei de me inscrever em corridas. Consegui poupar aí.
No lado profissional, fui mais um ano normal. Continuei a trabalhar e a aprender no novo software de "Power BI"..
Consegui fazer duas viagens, que é algo que valorizo: fui à Turquia e à Madeira. Com pesquisa, planeamento financeiro e antecedência, consegui opções económicas.
No resto, foi mais do mesmo. Como diria alguém, nunca pior.
Os últimos anos pares têm sido terríveis. Em 2020, o covid, em 2022 a guerra na Ucrânia.
Não resisto em falar de política e lançar uma alfinetada. Então, houve uma denúncia anónima por alegada fraude do candidato da oposição às eleições? Lembrei-me que o presidente da câmara da altura foi corrido por Montenegro do partido, depois do mais um escândalo de corrupção na construção civil da cidade. Será que ... zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades?
Enquanto isso, a educação e a saúde degradam-se a cada dia. Quem tem dinheiro, recorre aos serviços privados, também cada vez mais entupidos. Quem não tem, fica doente ou sujeita-se a horas de espera em hospitais. Lembro-me que o curso de medicina é dos quem tem média mais alta em Portugal que nos anos 2010, Passos Coelho recomendou a enfermeiros e outros licenciados para emigrarem. Quem não o fizesse, apelidou de piegas. Dez anos depois, temos a fatura para pagar. Ou melhor, pagam os mais pobres que têm menos opções.
Estes dias fui dar o meu habitual passeio natalício à cidade do Porto. Não gostei do que vi.
Uma cidade completamente do avesso. Obras por todo o lado, muita pobreza nas principais ruas e muitos imigrantes. Custumo ir todos os anos mas nunca vi a cidade assim. Descaraterizada. Já começam a ser raras as lojas onde se encontram portugueses na caixas. O sotaque toma conta da região e do país. Será que não estamos a cair no exagero?
Passei pela Cedofeita e vi uma rua cheia de lojas fechadas e triste (nem de propósito, o JN fez notícia sobre isso. JN cujos jornalistas não receberam o seu salário este mês num passa-culpas vergonhoso).
As luzes continuam a piscar como habitual.
- Há duas semanas, fiquei supreendido quando ao vestir umas calças, reparei que já me estavam apertadas.
O descuido da dieta e do exercício durante as férias já se fez notar. Nem foi preciso ir à balança...
Por isso, nestes dias, foi o regresso às corridas, ao ginásio e à dieta. As refeições da "asneira" ficaram restritas às refeições sociais.
Notei bem, no ritmo da corrida, quão destreinado fiquei. Mesmo nas pequenas distâncias, muito lento e com vontade de parar. A máquina já está a olear e tem-me valido correr em grupo, senão a desmotivação seria ainda maior.
Por falar em grupos de corrida 3ª feira, véspera de feriado, fui a um em Gaia e passamos ao rio Douro:
- Continuo chocado com a diferença de preços entre a grande distribuição e o pequeno comércio de rua.
Hoje no Continente 4 kiwis custavam 3 €. Na frutaria da minha rua comprei 8 a 2,23 €.
- Na Ucrância, continuo chocado com as atrocidades russas que se ouvem à medida que vão abandonando as cidades ucranianas que ocupavam. Relatos demoníacos que podem sair impunes.
- No Irão, um eco internacional anormal da repressão e da polícia da "moralidade". A morte da ativista iraninana e (a falta de) resultados da autópsia vêm mostrar ao Mundo, se dúvidas houvesse, dos maus tratos e restrições que as mulheres sofrem nalguns países. De retaliação, o Irão, membro da OPEP, já cortou a sua produção de petróleo (apoiado pelos restantes países com medo do efeito contágio), fazendo disparar os preços. As nossas gasolineiras já o aumentaram esta semana.
- No Brasil, o voto envergonhado na extrema direita levou a uma segunda volta. A grande questão dos brasileiros não sei se é votar no melhor candidato ou no menos mau.
Neste último ano, comecei a correr mais por força do isolamento social do teletrabalho, do encerramento do ginásio e por ser uma atividade outdoor.
Há umas semanas, comecei a sentir que o meu pé ficava dormente ao fim de algum tempo de corrida. Paro, relaxo o pé e continuo. Não fico com dores subsequentes nem pós treino. Estranhei ser apenas passado aprox 8 meses de ter aumentado o ritmo.
Fui ao ortopedista, mandou-me fazer uma ressonância magnética ao pé (valeu-me o s€guro de saúde) e diagnosticou-me o síndrome tubo társcico porque tenho um tornozelo mais largo que outro. Veio com um discurso alarmista para parar com tudo o que implicasse mexer o pé e que a solução era a ... cirúrgia.
Em casa, assustado, ao comentar com a minha mãe, ela disse-me que desde criança que tenho essa caraterística e que nunca deu problemas. Ainda reclamou comigo por ter ido ao médico por isso.
Há duas semanas, procurei uma segunda opinião médica. Outro médico ao ver exatamente a mesma ressonância e o mesmo pé, diz que não concorda com o anterior. Que não acha provável ser o tubo társico porque o meu relevo é mais acima que o tubo társico. Ficou de pedir uma opinião a um colega.
Conclusão: acho que fiz bem em ouvir uma segunda opinião e não sendo consensual não mexe em nada. Diminui-se o ritmo, a cadência e a distância para evitar problemas.
Li o título deste artigo da revista sábado e logo me prendeu a atenção. Abri o link e logo me identifiquei porque me está a acontecer exatamente a mesma coisa.
Há seis anos atrás, por razões profissionais, tive de sair de casa dos pais. Passei a ir apenas ao fim de semana. Em Março de 2020, com a imposição do teletrabalho obrigatório, a solução foi inevitável: voltar para casa dos meus pais. O sótão virou escritório e por aqui tenho estado no último ano.
Durante este tempo continuei a pagar a renda e as despesas fixas do apartamento alugado
.
Voltar para casa dos pais impôs-se pela incerteza e porque não havia necessidade de estar sozinho nem isolado numa outra cidade longe dos meus. Como tudo na vida, uma mudança implica adaptações.
As coisas boas de ter mesa, cama e roupa lavada, constataram com a rigidez dos horários e a redução da autonomia. Para mim não foi um problema, mas neste desconfinamento progressivo já tinha saudades da minha rotina, poder fazer as minhas compras e as minhas refeições, preparar a marmita, ir ao fast food de vez em quando e jantar às horas que me apetece.
Até os nossos animais de companhia sentem porque já nos deixam de ver tão amiúde como há umas semanas atrás.
Posto isto, não sei como vai ser o futuro, se será um misto de trabalho presencial ou virtual, se não. Vivemos tempos de muito incerteza. Até lá, vou alternando umas semanas lá, outras nos pais.
Esta semana, primeira de Junho, foi o regresso ao trabalho e a casa, depois de dois meses e meio nos pais perante um desconfinamento "inédito".
A minha empresa está a fazer turnos quinzenais e já tinha saudades do escritório e da rotina. Boa ou má, é a nossa rotina.
Estas primeiras horas, tem sido de adaptação às máscaras, aos desinfetatntes e aos acrílicos.
Em casa, não foi fácil trazer a roupa. A que ficou foi a de Inverno e já não me lembrava do que havia e do que não havia.
Ao abrir a porta, a primeira coisa que reparei foram as horas. Os relógios ainda estavam pela hora de Inverno.
Abri as torneiras, o gás e as janelas para arejar e fui ver a dispensa e verificar se havia alguma estragada e a data de validade. Felizmente pouco se estragou. Alguns medicamentos de reserva também expiraram.
Fui ao supermercado e voltei às marmitas. Tinha saudades das minhas experiências, dos meus cozinhados e por isso ontem fiz perú à Brás. Sem batatas, mas com ovo, curgete, alho francês e cogumelos.
Nas compras, continuei com os hábitos ecológicos: levei saco de casa para as compras, para os legumes e para o pão. Até de fazer a minha reciclagem tinha saudades,
Quem me segue no Instagram já reparou que volta e meia partilho a foto da cadela dos meus pais. Nunca tinha falado dela no blog.
Este é o meu post positivo de hoje.
Nestas dias, ela deve ter estranhado ver-me tanto tempo consecutivo em vez de ser só ao fim de semana. Não sabemos a sua história, uma vez que foi adotada a uma associação. Não sabemos se se perdeu ou se foi abandonada, mas vinha com sinais de maus tratos como tantos outros.
Adoro cães e concordo com quem diz que aquilo que nos dão, é muito mais do aquilo que nós podemos dar e é bem verdade. O seu amor é genuíno e a sua receção ao fim de semana é do mais calorosa e beijoqueira que há.
Os cães são animais solitários, fazem e precisem de companhia. Por essa razão, não tenho nenhum em casa. Prefiro em casa dos meus pais onde tem a minha avó a fazer companhia uma à outra.
Nestes dias, servem muitas vezes de desculpa para sairmos à rua, com o pretexto de os passear. Não percebo algumas fotografias chocantes que volta e meia nos chegam de maus tratos.
Devido ao isolamento, existem cada vez mais opções online para comprar ração para cães como a Telecão. Quem frequenta estas lojas, já sabe que existe ração para cães de raça pequena, grande ou outras necessidades.
A minha engordou um pouco desde que veio cá para casa. O veterinário sugeriu a ração light. É um pouco mais cara mas um saco de 3kg dura bastante tempo.
Nestes dias de chuva, mete-se na manta dela e ninguém a vê, mas a companhia está lá.
Esta semana foi passada meia no hospital , mas ontem, para acabar a semana, consegui fazer uma corrida com o grupo habitual.
No início da semana o meu pai foi operado à coluna. Uma operação delicada mas sem grandes riscos.
Porém, o probelma foi que a cirurgia começou atrasada 1 hora e a anterior demorou mais 30 minutos. Em conclusão começou 1,5 horas atrasada mas ninguém avisou. A minha mãe, e todos nós no trabalho, começamos a ficar preocupados. A custo lá obteve a informação do atraso. Acho que foi das tardes mais dificeis de trabalhar, com o coração apertado e com a ansiedade se tudo ia correr bem.
Felizmente correu e na 4ª feira já teve alta. A recuperação vai ser longa e gradual. O pai não é muito disciplinado com os medicamentos, tendo um pouco de aversão com os "químicos para o organismo". Porém, vamos vigiá-lo para se porte bem e siga as instruções do médico.
Não dava para médico nem enfermeiro. Não gosto nada de hospitais, até o cheiro me incomoda
E a minha semana foi isto, entre trabalho e hospital.Ontem que bem que me soube espairecer a cabeça e estar na galhofa com o grupo de corrida.
PS I: Continua o drama com os refugiados sírios, envolvendo Grécia (entenda-se União Europeia) e a Turquia. Lamento o sofrimento dos inocente que não têm culpa das maldades dos seus líderes. E é cada vez mais um "drama".
PS II: Sobre o vírus, continua a sua expansão e as medidas redobradas de cuidado. Acho que tudo se quer no momento certo.
PS III: Um treinador de futebol foi valorizado em 10 M €, no mesmo dia que o Fisco andou a analisar crimes de fraude e evasão fiscal nas comrpas e vendas milionárias de jogadores de futebol. Parece-me um valor astronómico. Alguém o pagará.
Um dos bancos que perdoou (ou quer perdoar) créditos malparados ao Sporting, está a sugar dinheiros públicos na sua recapitalização.
PS IV: Amanhã é o dia da Mulher. Que sirva de reflexão para o caminho que a sociedade portuguesa, europeia e mundial quer seguir. Haver dias dedicados e oferecer rosas não chega. De todo. Há um longo caminho a percorrer. Alguns passos felizmente já estão a ser dados.
... Vem sempre ao de cima.
Hoje fiquei fo****. Soube que uma ex-colega do departamento andou a minar o meu ex-chefe sobre mim.
Ela pode dizer o que quiser, mas um bom manager tem de ser idóneo e pensar pela própria cabeça.
A parte boa: já saíram os dois da empresa.
A Páscoa significa tradição.
Além das amêndoas, costuma-se cobrir a entrada com flores e abrir a porta ao compasso. Beija-se a cruz e repete-se o "Aleluia".
Desde que o meu avô morreu, que a minha avó nunca mais abriu a porta.
Porém, manteve-se o costume de visitar a madrinha, levar o ramo e trazer o ramo.
Nisso tenho mais sorte que a minha irmã. Diz o padrinho dela que a partir do momento que começasse a trabalhar acabasse a notinha. E assim foi.
Nisso, a minha madrinha diz que dá o folar ao afilhado até morrer, desde que receba a sua visita.
Esete ano assim foi mais uma vez.
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