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Foi com horror, estupefação e muito alerta que vi o que aconteceu no Brasil, depois do que já se tinha sucedido no Capitólio nos Estados Unidos.
Um grupo de selvagens, com a cumplicidade de alguns polícias, atacaram as instituições democráticas por não aceitaram a derrota eleitoral.
Um sinal muito preocupante e claríssimo do perigo que é levar a extrema direita ao poder (e depois retirá-la).
São pela democracia para ganharem o poder, com um discurso contra os políticos, a corrupção, pelos valores. Mas depois... são isto, quando o povo percebe realmente quem eles são e os afasta democraticamente. Foi assim com Trump nos EUA, agora assim no Brasil.
Deixo mais dois comentários:
- com a crise de credibilidade do governo de António Costa, já vi um amigo a postar uma foto de Salazar a pedir o regresso da ditadura para acabar com a corrução e "mama" - expressão que o próprio usou - como se essa solução onde nada é escrutinadoe não há liberdade de imprensa não piore ainda mais o cenário.
- é comum ver polícias difundir posts do Chega nas redes sociais. Estão no seu direito, mas noto um descontentamento e uma carência de atenção por parte do poder político na sua proteção. Têm razão nalgumas situações, na minha opinião. Hoje vimos no Brasil polícia a tirar selfies com os criminosos. Que sirva de muito aula para o nosso país e para o choradinho dos sindicatos.
Como cidadão português, achei que era mentira a notícia porque é muito grave.
Mas não, é mesmo verdade. A própria Ana Catarina Mendes, dirigente do partido poder, num misto de arrogância e ressabianço, confirmou.
Os partidos do poder, PS e PSD, negociaram às escondidas e no auge da pandimeia uma nova lei autárquica que dificulta a candidatura de movimentos independentes. Resumidamente:
- O movimento independente não pode usar a mesma sigla e nome à Câmara e às Juntas de Freguesia
- A recolha de assinaturas multiplica-se pelos órgãos de poder (podendo até superior às necessárias para formar um partido)
- Não se pode usar o termo "coligação" nem "partido".
- Retira acesso a subvenções públicas
Estas alterações são um atentado para a democracia e nunca foram pensadas no eleitores. Parecem até ser feitas à medida para impedir Rui Moreira de se candiatar À CM Porto. Felizmente, este tem placo e poder para contestar esta aberração democrática. Vemos um PS e PSD egoístas, cegos pelo poder e sobretudo ressabiados por Rui Moreira ter recusado e prescindido do apoio dos seus partidos. Olha a ver se quando é dos eu interesse, se não se alinham.
Em vez de andarmos tão procupados com a Cristina Ferreira, em criticar Donald Trump e tão atentos ao Chega, devemos olhar para estes atentados democráticos e umbiguistas. São estas leis que afastam os cidadãos da vida ativa e põem em perigo a sociedade.
Já o disse e repito: como cidadão continuo muito preocupado com o projeto para o país que o PSD, partido da Oposição, nos apresenta. Ideias cada vez mais perigosas - esta é só mais uma.
Ontem e hoje têm sido dias alucinantes com o vírus. Parece o cenário de um filme. Já muito se escreveu e escreverá sobre isso. Realço 3 notícias que têm passado despercebidas:
- Cunha no Governo
O FamilyGate não pára e com o povo distraídos, toca lá arranjar tachos.
Foi por nomeação direta, como tantos outros, e é filho do ex-ministro Pedro Silva Pereira, eterno amigo de Sócrates.
O país não avança enquanto houver estas cunhas!! O povo distancia-se dos partidos e naturalmente há abstenção.
Não adianta campanhas de apelo ao voto, lamentos hipócritas no dia das eleições, quando há estas vergonhas!
- Últimas girafas brancas abatidas por caçadores furtivos
A maldade humana não dá tréguas. Aqui Aconteceu numa reserva no Quénia.
- Violência doméstica e cães de criação
Um homem agrediu a sua mulher durante anos, matou e enterrou no seu quintal cães de criação quando estes já não "produziam". Foi detido e saiu em liberdade. O crime é a violência doméstica. Mais uma vez, age-se com medidas brandas e nada dissuasoras. Não adianta eleger "violência " como palavra do ano se depois não se faz nada.
Quanto aos cães de criação, já é a segunda notícia que recebemos de maus tratos a animais neste "negócio". Há semanas chegaram notícias horrendas de Espanha de criadores que cortavam as cordas vocais de cães para não ladrarem. Agora, deteta-se um criador que abandonou e matou este tipo de cães. Não sei se é crime, mas moralmente está errado. Quantos casos destes há? Quão insensível pode ser o ser humano?
A violência não pára com o vírus. Pelo contrário, com as pessoas a desesperar dentro de casa, tem tendência a aumentar. O que vão as autoridades fazer? Deter e libertar a seguir os agressores?
Hoje é o dia da Mulher.
Um dia que deve servir de reflexão para o caminho que a sociedade portuguesa, europeia e mundial quer seguir.
Haver dias dedicados e oferecer rosas não chega. De todo. Há um longo caminho a percorrer. Alguns passos felizmente já estão a ser dados.
Se olharmos para os cargos mais influentes em Portugal, vemos poucas mulheres. É melhor que nada, mas não chega.
Nas empresas, as mulheres que lideram grandes empresas, estão lá por descendência familiar, nomeadamente Cláudia Azevedo e Paula Amorim. Mérito ou dinastia?
Na Banca nem uma mulher presidente.
Nos accionistas, Isabel dos Santos e a dona do Santander mais uma vez ascenderam pela família.
Isabel Vaz, Manuela Medeiros e Manuela Tavares de Sousa são algumas exceções.
Nas chefias há poucas mulheres, mas aí sou sincero, o perfil de liderança depende muito da pessoa. Já teve reportes femininos muito complicados e prefiro a liderança masculina. É mais simples e objetiva.
Na política, o melhor que houve foram 3 dirigentes partidárias mulheres nos últimos 10/20/30 anos: Manuela Ferreira Leite, Catarina Martins e Assunção Cristas. Apenas uma resiste.
Primeira Ministra nenhuma recentemente, Presidente da República nenhuma e apenas uma na AR: Assunção Esteves.
Uma ministra, a dos incêndios, disse que se sentiu discriminada quando foi criticada por chorar num funeral e o seu sucessor homem tem feito trinta por uma linha e assobia-se para o lado.
Na Justiça, Maria José Morgado, Joana Marques Vidal e Lucília Gago tentam se impôr.
Porém juízes e juízas com acórdãos ridículos como o de Neto de Moura e a discriminação da juíza que tratou carrilho por "Doutor" e a vítima mulher por "Bárbara" envergonham-nos enquanto sociedade.
No Desporto, estamos a anos-luz de uma sociedade igualitária. Uma outra atleta se destaca a nível individual (Telma Monteiro, Vanessa Fernandes), mas nos desportos coletivos só agora e apenas o futebol começa a dar os primeiros passos. Mesmo assim, o FC Porto nem essa modalidade abraça.
Na vertente amadora, onde participo, quem anda à mais tempo e as organizações das provas destaca que hoje há muito mais mulheres a correr e a participar em corridas. Ótimo!
No mundo milionário da televisão, Cristina Ferreira tem feito a diferença. Muito porque as revistas cor de rosa, também dirigidas por mulheres como na Cofina, lhe dão projeção e polémicas.
No entanto, ainda esta semana, uma jovem youtubber foi humilhada pelo namorado num vídeo em que participou voluntariamente para se vender a uns likes.
Já defendi mais as quotas que defendo agora.
O que temos visto são escolhas de mulheres para fazer número. Algumas seleções são apenas para cumprir a lei, mas que não chateiem. Escolhe-se a sogra (como na presidência atual do CDS), a mulheres da família (como no PS de Barcelos) e a primeira que aparecer mesmo que não conheça nem perceba nada do programa que representa (como no PAN Setúbal e que foi eleita deputada).
Defendi as quotas como um mal necessário para trazer mais a mulher para os cargos relevantes. Mas o lado negativo desta opção está-se a evidenciar cada vez mais. Li este artigo de opinião e hoje concordo com a conclusão: "a presença quantitativa de mulheres em listas não é, por si só, sinónimo de coisa nenhuma. Na escolha para cargos de responsabilidade, fica à vista a falta de preocupação com o perfil ético e o rigor demonstrado no percurso político. Ou para isso também é preciso criar quotas?"
Deixa-me triste estas escolhas e as sobretudo as mulheres que se prestam a este papel!
Defendo a igualdade entre homens e mulheres. Hoje, o caminho a percorrer já encurtou mas tem muitas pedras, muitas colocadas pelas mulheres que se prestam a papeis.
Felizmente nunca precisei de chamar o INEM.
Esta semana, assisti o INEM a fazer o seu ato de contrição público, a reconhecer falhas e erros, anunciando aos quatro ventos contraordenações e processos disciplinares.
Olhando para a vítima, quem foi? Um ilustre português, cuja filha é ex-política e comentadora no canal de TV Cabo mais visto no país!!
A questão que coloco é: se fosse um anónimo vítima da negligência do INEM haveria o mesmo cuidado e anúncio?
Será que falhas humanas não existem todos os dias sem culpados porque a vítima foi o "Zé" ou a "Maria" e não o "Doutor"?
Lembrei-me deste vídeo...
A Cervejaria Galiza no Porto está a passar dificuldades de tesouraria. Os seus funcionários estão heroicamente a segurar o barco. Além das gorjetas, vai lá meio mundo posar para fotografia, sobretudo da política.
A Helsar é uma fábrica de calçado de S. João da Madeira que fechou portas esta semana sem pagar aos seus funcionários e nem sequer lhes dar carta para o subsídio de desemprego. O pior do patronado representado nesta descrição. Sem gorjetas e com frio, estão a fazer vigília à porta da fábrica para tentar ainda receber alguma coisa que possam ter direito. Agarrados a nada. Ninguém lhes foi dar um abraço nem uma selfie para fotografia até agora.
Ao olhar para esta foto, são tantos conflitos de interesse e a falta de idoneidade que nem sei o que pensar...
A política não é uma monarquia nem uma dinastia. É uma arte nobre de definir o destino de um povo e de gerir a melhor a alocação dos impostos, que idoneidade e meritocracia deveriam ser o mais importante. Mas com tantas linhas e relações é quase impossível.
Quando houve a manifestação anti-Troika se não estou em erro, num sábado em 15/Set/2012, imensa gente aderiu. Muitos deslocaram-se à Avenida dos Aliados e mostraram o seu desencanto. Tudo calmo, ordeiro e com uma razão para ali estar.
Se alguma coisa mudou, não. Mas também não houve anarquismo.
Em França, nas últimas semanas, houve manifestações violentas, num ambiente anárquico e selvagem e o poder político cedeu. Um precedente grave, mas havia uma medida concreta a justificar a revolta da população.
Em Portugal, começaram logo a surgir as montagens e comparações. Quem elaborou os gráficos, mostrou o que se convém. Comparam-se salários, preços de combustíveis (cuja escolha da foto não é clara: data da foto, o tipo de gasolineiras escolhidas - a BP/Galp tem preços muito superiores às marcas de supermercado...), mas não se compara o resto. As notícias, em busca do click bait, escolhem títulos incendiários e desenquadrados.
Para 6ª feira, dia 21, vai-se contestar alguma medida concreta? Vai-se pedir a demissão de alguém?
A resposta é não.
Vai-se protestar por protestar.
Sem um fim, sem um objetivo e uma manifestação só faz sentido se houver razão de ser. Não é o caso.
Portugal tem muitos problemas, mas será que quem vai para a frente com o colete vestido quer de facto uma Justiça mais célere? Uma Saúde mais universal e com melhor capacidade de resposta? Ou quer apenas dar porrada e pregar rasteiras à polícia como alguns selvagem e anarquistas em França?
Não sei o que se pretende ao certo com este manifesto, as reais intenções de quem o organiza? Sei que na 6ª feira vou trabalhar e me vou ver lixado para fazer as viagens.
Nos últimos dias fomos confrontados com arrogância de poder político: um caso à direita, outro caso à esquerda.
Não há inocentes e o silêncio dos outros partidos parece justificar um certo encobrimento. Isto porque quando se zangam as comadres, descobrem-se a verdades.
Uma deputada pinta as unhas no Parlamento.
Terá sido num intervalo?
Não sabemos, há silêncio. No mínimo um pedido de desculpa. Não houve.
A mesma pessoa que defende a democracia, é a mesma que ataca a Imprensa livre.
Sendo paga por nós, contribuintes, e estando na casa do povo, a atitude não pode ser de arrogância nem é legítima, sequer.
Uma deputada entra com password alheia e regista presdenças indevidamente
Se fosse um funcionário a fazer isso numa empresa dela, será que não ficava ofendida?
Até podia não saber que estava a dar presença com o login, mas isso não justifica nem legitima a atitude arrogante da deputada. Chamar ao povo que a elegeu e lhe paga o salário, "virgem ofendida" é arrogante e ilegítimo.
Pior, ouvir Salvador Malheiro a criticar a Imprensa, depois da denúncia num jornal das carrinhas e afins nas eleições do seu partido, é de rir e Rui Ruo a falar alemão com a Imprensa.
E assim, vai a democracia portuguesa. Parece que estão a convidar os Bolsonaros e partidos populistas a chegarem-se à frente. É que só esta semana deram-lhe dois motivos fortes para envergonhar o parlamento português.
A Etiópia fez história, ao nomear a única mulher presidente em África actualmente.
Já aqui tinha elogiado o princípio de paz que este país tinha assinado com a Eritreia.
Agora, chegam-nos mais boas notícias.
Além da eleição de Sahle-Work Zewde para o cargo de presidente (com o "patrocínio" da ONU), sabemos que metade do governo eleito em Abril é composto por mulheres e ainda que está a promover o exercício de oposição partidário democrática.
E assim a Etiópia é notícia por ótimas razões.
Estamos a falar de um país paupérrimo, onde a guerra, os egos, os fundamentalismos religiosos e políticos são um dos principais entraves ao desenvolvimento.
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