Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nos debates televisivos, cada candidato tem direito a falar 15 minutos. São 3 temas o que dá 5 minutos para cada tema.
São esses 5 minutos que cada um tem para expor todas as suas ideias para o país e ainda debater com o adversário político.
Depois temos comentadores televisivos em 3 canais a falar dos debates durante horas.
Ou seja, há mais tempo de comentário do que de debate.
Com canais a transmitir 24 horas por dia em loop, porque não fazer debates alargados e deixar os candidatos explicarem a suas ideias com tempo e livremente?
Não sei quanto a vocês, mas estes debates pouco ou nada esclarecem.
Este Governo parece uma loucura. Cada tiro cada melro. A cada dia que passa, uma nova polémica, sempre à volta do mesmo.
Discute-se muitas vezes a legalidade das ações, quando se devia discutir ética e falta de vergonha.
Olhando à volta, vemos os partidos da oposição com os mesmos problemas e ocupados com férias no México. Efetivamente parece que falta uma luz.
Não adianta vir pedir votos no dias das eleições quando vemos políticos arrogantes, envolvidos em corrupção e clientelismo, prontos a servirem-se dos fundos públicos para fins privados.
Na sombra, vai crescendo à boleia da falta de confiança e esperança, as extremas. A história já nos mostrou os seus perigos e como acaba. É uma solução ainda pior.
O livros "A quinta dos animais"/"Triunfo dos porcos" de George Orwell é a parábola perfeita para os riscos que os salvadores da pátria podem trazer.
Foi com horror, estupefação e muito alerta que vi o que aconteceu no Brasil, depois do que já se tinha sucedido no Capitólio nos Estados Unidos.
Um grupo de selvagens, com a cumplicidade de alguns polícias, atacaram as instituições democráticas por não aceitaram a derrota eleitoral.
Um sinal muito preocupante e claríssimo do perigo que é levar a extrema direita ao poder (e depois retirá-la).
São pela democracia para ganharem o poder, com um discurso contra os políticos, a corrupção, pelos valores. Mas depois... são isto, quando o povo percebe realmente quem eles são e os afasta democraticamente. Foi assim com Trump nos EUA, agora assim no Brasil.
Deixo mais dois comentários:
- com a crise de credibilidade do governo de António Costa, já vi um amigo a postar uma foto de Salazar a pedir o regresso da ditadura para acabar com a corrução e "mama" - expressão que o próprio usou - como se essa solução onde nada é escrutinadoe não há liberdade de imprensa não piore ainda mais o cenário.
- é comum ver polícias difundir posts do Chega nas redes sociais. Estão no seu direito, mas noto um descontentamento e uma carência de atenção por parte do poder político na sua proteção. Têm razão nalgumas situações, na minha opinião. Hoje vimos no Brasil polícia a tirar selfies com os criminosos. Que sirva de muito aula para o nosso país e para o choradinho dos sindicatos.
Em 2018, escrevi aqui no blog e nos comentários de outros bloggers, que não iria contribuir com um cêntimo em ações de solidariedade para as vitimas dos incêndios que assolaram o país.
Se o fizesse seria ajuda direta a quem conhecesse e com as minhas próprias mãos.
Infelizmente, os meus receios de fraude confirmaram-se.
Foi um dos maiores flagelos nacionais e foi precisamente, por insistência de Marcelo Rebelo de Sousa na sequência dos mesmos, que António Costa substituiu a então ministra da Administração Interna por Eduardo Cabrita. Mais uma herança ...
Na altura, desconfiei se os fundos angariados em concertos, linhas de chamadas de valor acrescentado, isto e aquilo iriam chegar a quem precisava.
4 anos depois e quando as atenções estão todas viradas para a Guerra da Ucrânia, foi divulgada as conclusões de uma auditoria do Tribunal de Contas que nos deve encher a todos de vergonha.
Fraude, lesão do erário público com uma baixa taxa de execução, xico espertismo tuga de aproveitamento de fundo em moradias de 2ª habitação e uma enorme opacidade na aplicação de fundos. Não surpreende e vem mostrar duas coisas: i) fiz bem em não contribuir e ii) porque nos afundamos no rankings de transparência e níveis de corrupção no país.
Ouvi na Antena 1 uma notícia mais desnvolvida, mas na internet encontro apenas esta.
Este mês de Janeiro foi surpreendentemente quente. Já no ano Novo andávamos de manga curta, com muita gente a tomar o primeiro banho do ano porque o tempo assim o convidava.
E essa surpresa é uma má surpresa.
Primeiro porque não respeita a ordem natural do clima, segundo porque está a colocar o país numa situação de seca com imagens atípicas das nossas barragens secas, terceiro porque são já várias disfunções climáticas num espaço muito curto de tempo e quarto porque são os reflexos do aquecimento global (fenómenos extremos climáticos com tendência para ficar mais quente).
Ao longo do tempo está-se a confirmar.
Da parte política, a resposta que nos prometem é encarecer o preço da água. Será que vai reduzir o desperdício? Será que quando uma conduta rebenta e se liga para os serviços municipais estes irão ser mais rápidos na resposta e na reparação? Como sempre, vai afetar os mais pobres e as regiões mais desertificadas.
Por outro lado, estamos a assistir em Ovar a um abate massivo de pinheiros na mata de Maceda. Ainda não percebi o argumento, mas a CM Ovar desresponsabiliza-se. Se Salvador Malheiro tivesse tanta vontade em defender o ambiente como está nas tricas do PSD, talvez já se teria acabado com essa aberração.
Honestamente parece que às vezes em vez de se andar para um país mais verde, tomam-se decisões avulsas e há sempre alguém que ganha com estes atentados. Leio que vai ser para construir um campo de ténis, quando há um enorme complexo às moscas no concelho vizinho de Espinho.
Já muito foi dito e escrito, mas aqui vai a minha visão das eleições.
- Voto antecipado
Uma excelente medida que permite às pessoas votar noutro local e noutra data. Se virmos, não fica assim tão dispendioso e facilita a vida às pessoas. Porém, não percebi porque razão nas autárquicas pode-se votar até às 20h e desta vez não.
- Sondagens
Mais uma vez falharam. Já tinha acontecido na CM Lisboa e agora tudo ao lado. O povo é quem decide. Nota positiva para a abstenção que diminuiu.
- O PS venceu com maioria absoluta.
Por esta não esperava. Creio que mais do que mérito da António Costa, é demérito do PSD. Em geral, acho que foi um prémio pela gestão da pandemia e o medo que se repetisse a coligação dos Açores levaram as pessoas a optar pelo PS. Da extrema esquerda, pouco de novo se esperava a nãos er instabilidade.
- Rui Rio vítima da sua incoerência
A escolha de Suzana Garcia, o apoio à candidata de Freixo de Espada à Cinta, o autoritarismo e sobretudo a coligação dos Açores tornam Rui Rio muito imprevisível. Não saberia o que contar desse candidato. Esse medo fez com que muita gente evitasse votar nele.
- O Chega
O Chega conquistou mais 300.000 votos. É assustador olhar para o currículo e para as polémicas dos deputados eleitos. Um saco de gatos com um em particular. Será que os ribatejanos que votaram e elegeram Pedro Frazão sabem o que ele fez a uma deputada na Assembleia da República? Sobretudo as mulheres?
Descobri ontem no Google: Pedro Frazão colocou um papel com a palavra "Desco[lo]nizar" com o "lo" escondido na porta de uma deputada e ainda partilhou isto nas redes sociais. Porque será que Ventura escolhe este tipo de preconceituosos para estarem consigo? Muitos milhares foram na cantiga do Chega e infelizmente algo me diz que ainda vamos ouvir falar muito destes deputados e não pelas melhores razões. Além disso não podemos esquercer que tem negacionistas e extremistas de direita nas suas fileiras.
- CDU
Já critiquei nas europeias e critico agora. O tempo passa e nada muda. O CDU está velho, imóvel no passado, decadente e sem inovação. Já esperava perdesse pois a população está mais velha e estes eleitores têm mais receio do vírus. Porque não se renova?
- O Livre elegeu Rui Tavares fruto do bom desempenho dos debates. Inês Sousa Real também se mantém no Parlamento. O Bloco leva uma abada fruto da irresponsabilidade do chumbo do orçamento. Então Catarina Martins rejeita o orçamento provocando eleições para na última semana de campanha já abrir a porta ao diálogo. Uma esquizofrenia inacreditável. A Iniciativa Liberal cresceu com bons quadros e que prometem uma nova visão à política.
- Chicão
O Chicão destruiu o partido e agora sai de mansinho. As suas ideias diluíram-se na sua imaturidade e no seu estilo horrível de debate com Ventura e Inês Real. Detestei ver aquela luta de galos. Com António Costa esteve bem, mas o seu valor acrescentado esbateu-se no meio de tanta polémica. Ainda assim, fará falta ao Parlamento.
Se é o fim do CDS - não, não é. Depende das pessoas que o liderem e das suas ideias.
Agora veremos como Costa se comporta com a maioria absoluta e sem debates quinzenais. Cá estaremos para acompanhar.
Já votei hoje.
Esta medida de dar a possibilidade de se votar em dois fins de semana só pecou por tardia na nossa democracia e espero que seja para ficar. Se nas autárquicas é impossível, nas restantes eleições parece-me bastante prático.
Nestas eleições legislativas, não tinha ninguém na minha mesa de voto. Cheguei cerca das 12h, mostrei o cartão de cidadão e deram-me o boletim de voto do meu distrito. A abstenção é um dos maiores riscos da democracia e por isso exerci, exerço e exercerei sempre o meu direito que puder.
Antes, porém fui fazer a minha corrida ao Europarque, Santa Maria da Feira. Aos poucos felizmente estas atividades começam a voltar. Esta semana foi o dia das Fogaças (20 de Janeiro) e estando perto não podia deixar de trazer uma cá para casa.
E para quem não conhece aqui fica a foto da fogaça (espécie de regueifa doce mas com 4 bicos que representam as torres do Castelo da Feira).
Ao correr do Facebook, cruzei-me com uma crónica de um debate do jornal Público. A curiosidade levou-me a clicar nos "203 comentários" e chocou-me o que li.
Insultos gratuitos à forma física de um dos debatentes vindos de perfis sem rosto.
"Popota" e "Miss Pigy" foram os mais simpáticos. Dei por mim na sanita da vergonha humana. E entramos no domínio da liberdade de expressão versus censura.
- Até que ponto o Facebook pode permitir este bullying infantil?
- Até que ponto um jornal prestigiado pode deixar que os comentários ao seu trabalho seja inundado de insultos?
Isto numa semana em que um aluno espancou outra numa escola pública e partilhou nas redes sociais. Logo na semana de regresso às aulas. Para quem sofre deste tipo de agressões, a escola que deveria ser um lugar de aprendizagem torna-se um lugar de opressão. Não é de hoje, mas não melhora e esse é o problema: aceitar isto como normal.
Comparo estes dois casos para assinalar a banalização do insulto e da violência física e moral. As redes sociais devem dar liberdade às pessoas, mas não ser um espaço de normalização de agressões.
Não sei se têm visto dos debates das Legislativas. Eu tenho visto alguns e ainda com pouca amostra há coisas que me têm chamado a atenção:
- Reduzido tempo dos debates
Cada pessoa só fala 12 minutos e 25 minutos não dá para debater nada. Não acho nada esclarecedor o tempo que as pessoas têm para falar, expôr ideias e debater projetos para o país.
- André Ventura e Francisco Rodrigues dos Santos
Não gosto do estilo. Não se impõem ideias pelo grito nem pela interrupção. Parece uma peixeirada e ataques sistemáticos. FRS parece o aprendiz de AV. Não é assim que vão captar votos.
Gostei da postura de Rui Tavares a colocar André Ventura no lugar de um debate moderado e não gostei de João Cotrim a ir para a lama com FRS. Desnecessário.
- Ideias para o país
Nos 12 minutos, pouco ou nada se debate. Lava-se roupa suja. Ontem, dos 12 minutos, 4 foram gastos por Rui Rio a responder à jornalista sobre prisão perpétua. Realmente é isso que preocupa os cidadãos...
- Pontualidade
Agora deu às televisões não cumprirem horários, fazendo assim render as audiências? Uma mau exemplo.
Até agora, ainda não houve nada que mudasse a minha opinião para o sentido de voto nas Legislativas. Já tenho em mente em que vou votar.
Bom 2022!
Desejo-vos muita saúde e estabilidade familiar e profissional! :) Acho o mais importante.
Esta manhã fui com os meus colegas da corrida assistir ao primeiro banho do ano na Praia da Baía, em Espinho. Não mergulhei, limitando-me a molhar os pés.
Não ligo a essas superstições até porque não quero ficar escravo delas. Porém, é sempre um momento do convívio.
Estava menos gente do que em 2020, talvez fruto das restrições, mas houve uma ausência que notei. Precisamente o mesmo político que me chamou a atenção há dois anos, Luís Montenegro, em vésperas de eleições no PSD. Como não sou de intrigas , limito-me a constatar a sua falta.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.