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Ups, falhou a luz!
À volta, tudo a ver o que se passava. Em pleno horário de trabalho, todas as reuniões, produções e tarefas ficaram suspensas. O computador continuou a trabalhar com a bateria. O instinto imediato foi ir ao carro e ligar a rádio. A Antena 1, rádio pública, foi a escolha intuitiva . Fiz um zapping por outras rádios, mas só falavam de Lisboa.A rádio pública tinha repórteres em todo o país. Um excelente trabalho de improviso de todos os profissionais do Grupo RDP.
Às tantas, para desmarcar compromissos, apercebi-me que não havia rede de telemóvel. O almoço foi improvisado e durante a tarde, fui à praia.
O meu velhinho de guerra, já com muitos anos, o MP4 da Sony fez-me companhia (foto da direita). Por acaso estava carregado de bateria e fui ouvindo pela rádio as novidades, ou falta delas.
Muda a cor do Governo, mas a comunicação não melhora. Critiquei o Governo socialista na altura do Covid pela comunicação confusa.
Agora, muda o Partido, mas a comunicação com a população não existia. Chegou-se ao ridículo de o Primeiro Ministro passar informação (segundo a rádio) pelo Twitter, quando ninguém tinha acesso à Internet e muito menos ao Twitter. Nisto, veio a loucura do povo a correr feito doido para os supermercados e postos de abastecimento. Mais uma vez os egoístas a açambarcarem o que podiam (Foto da direita retirada de influencers). Nem com o Primeiro Ministro a assegurar que seriam apenas horas, a inteligência prevaleceu. Hoje, uma cidadã dizia na televisão que ia devolver o que comprou em excesso...
Sem redes sociais, as pessoas tiveram de se socorrer à vida primitiva: ao contacto social físico, à luz das velas, ao amor e ida para a cama "sem televisão" e acho que as pessoas mais velhas do Interior devem-se ter rido do desespero da vida citadina que não conseguiu sobreviver sem eletricidade nem telemóvel durante 12 horas.
Uma locutora de rádio, Catarina Moreira da RFM, partilhou esta semana comentários depreciativos que recebeu pela sua pronúncia.
Não criticaram o conteúdo das suas intervenções, a sua respiração ou dicção, mas sim a sua pronúncia!
Li os comentários da sua publicação e havia muitas pessoas a queixarem-se que já foram discriminadas no trabalho, nos estudos e em entrevistas de emprego pela sua pronúncia.
Conheço cinco pessoas que defendem orgulhosamente a sua pronúncia. Curiosamente quatro mulheres e um homem no panorama mediático: Cristina Ferreira, Isabel Silva, Beatriz Gosta, a Catarina Moreira e o político Rui Rio.
Os quatro são linchados nos comentários das redes sociais e pelas rubricas de humor pela sua pronúncia. São apelidados de "saloios", "parolos", "broeiros" entre outras coisas mais depreciativas apenas e só pela forma como falam. Todos eles tiveram e têm dificuldade em singrar no mundo das elites.
A pronúncia é considerada um ponto fraco e por onde os pseudo-humoristas pegam nas suas caricaturas - a começar pela obsessão de Herman José. Será que ter pronúncia do Norte é razão de piada? Porque se associa a pronúncia do Norte a pessoas menos formadas? E pior, quando se satiriza com pessoas do Norte vêm os palavrões associados. Não, nem toda a gente diz palavrões no Norte.
Estes dias, ouvimos mais um "influencer" a vender a sua alma ao diabo, ao admitir publicamente que tinha atropelado uma pessoa e que fugiu. Confirma com um "a sério!". Num podcast, em troco de uns minutos de fama e um "bota like", assumiu um crime.
Com uma leviandade inexplicável, como se de uma piada ou heroísmo se tratasse.
Foge do país, com medo, e ainda se gaba de ser o rei do marketing pessoal. Das coisas mais "sem noção" que já vi. A Justiça portuguesa que faça o seu trabalho.
É chocante o perfil deste e de muitos outros "pseudo" influencers que se deixam deslumbrar por minutos de fama e sobre qual a mensagem que passam aos seguidores. Se há os que seguem por se identificam nalguma coisa com ele, há também os seguidores sem espírito crítico que idolatram estas figuras.Se dermos uma vista de olhos, por exemplo, nos "afiliados" das marcas de nutrição, reparamos que vemos de tudo. Desde pessoas com conteúdos interessantes a outras onde nos questionamos sobre o valor das páginas.
Nas redes sociais também noto que há opinadores com uma falsa superioridade moral nas respostas que dão. E isso irrita-me. Pessoas inteligentes, que muitas vezes provocam e depois destratam quem ousa discordar delas nos comentários. Uma coisa é receber insultos, outra é mera discordância. Como é sempre mais fácil ler o "tens toda a razão", bloqueiam. Enfim, como dizia alguém "presunção e água benta, cada um toma a que quer". E é mesmo.
De vez em quando surgem temas "virais" .
Agora são os abacaxis do Mercadona, um bom golpe de marketing que fez explodir as redes sociais, esgotar o fruto e afastar os clientes que depois de um dia de trabalho precisam "apenas" de fazer compras ou ir buscar o jantar ao take away.
Dantes havia os folhetos, as "promoções da semana" (que na verdade nem sempre são promoções) e agora há os vídeos do tik tok. Será que agora já não podemos ir de fato de treino às compras, ou pelo sim, pelo não, temos de ir aperaltados não vá chocarmos contra a nossa futura cara metade?
Curiosamente ou não, nos reels "sugeridos" pelo Instagram surgem muitas nutricionistas a publicitar os produtos desse supermercado, apelidando os produtos como os mais saudáveis do mercado e com a quantidade precisa de proteína/calorias que tem ou a anunciar as últimas "novidades".
Não sei quanto a vocês, mas a mim o abacaxi causa aftas, será que o devo comprar e colocar de pernas para o ar?
Mas que raio se lembram-se agora nas redes sociais:
@destacar
@seguidores
@topfans
Se as pessoas fazem um post, o algoritmo já mostra... não faz sentido inundar as notificações com estes tag's na maioria das vezes, coisas que não interessam para nada
Há erros que se cometem. Um deles é ter conta no Twitter, talvez uma das piores redes sociais da atualidade.
Há uns meses, registei-me. Mais uma rede social, mas que me gerou curiosidade pelo fato de alguns políticos a usarem para fazer comunicados.
Chamou-em a atenção de não encontrar conhecidos, nomeadamente aqui da rede sapo. Começaram a aparecer perfis que não tinha subscrito, muitos deles com motivações políticas. Seja porque algum "amigo" o tenha subscrito, feito um "retweet", ou porque o algoritmo o identificou.
Rapidamente percebi quão má é este rede social.
- O insulto faz parte da maioria dos tweets.
Num comentário com uma simples discordância do conteúdo, como também acontece aqui nos blogs, a resposta do autor foi logo: "Oh seu cabr**, só podes ser burro ....".
Confunde-se liberdade de expressão com ofensas.
- Muito extremismo nos perfis
Racismo, xenofobia, misogenia, discriminação sexual é o prato do dia. Além do choque com que fiquei, é a possível inconsciência de começarmos a entrar pelo mesmo caminho seja de ideias, seja pela mesma atitude. A desinformação é constante, a cada 10 posts.
- Perfis sem cara
Ninguém dá a cara, os users têm nomes mascarados levando à desresponsabilização do que é escrito.
- Ineficácia dos "reportes"
É possível reportar tweets seja por spam, incentivo ao ódio, etc. Mas acho que são completamente ineficazes. Todos as vezes que lá vou dou-me ao trabalho de o fazer.
Ficam aqui alguns exemplos que me apareceram hoje no feed, sendo que foi o algoritmo que definiu porque não sigo nenhum destes perfis.
O Twitter é um espaço muito mal frequentado, onde se desaprende e por isso fechei a minha conta.
O tema desta semana foi o preconceito contra o excesso de peso e a ditadura da imagem.
Já por várias vezes critiquei a forma como os media e a publicidade discriminam e perpetuam a obsessão do corpo "perfeito". Por isso estou à vontade para voltar ao tema.
- Maio 2021 - critiquei o texto de uma novela da TVI em que zombava com os "gordos" a troco da gargalhada fácil. A forma acrítica como foi interpretada pelas atrizes e o despudor dos autores em menorizar os outros.
- Abril 2021 - critiquei o cantor Diogo Piçarra por se ter sujeito a um "tratamento" atroz de perda de peso para ... ser capa de uma revista masculina. O ridiculo chegou ao ponto da própria esposa se vir queixar em público da performance sexual do marido dado o seu estado de exaustão física.
- Fevereiro 2023 - critiquei a escolha dos modelos pela marca Salsa e respetiva publicitação do shopping Alameda, bem como o modelo escolhido pelo Fitness Hut na promoção dos seus serviços. A marca de roupa portuguesa por alguém extremamente magro e o ginásio português por alguém demasiado musculado.
Esta semana foi um cronista já reformado, com um discurso preconceituoso e discriminatório a criticar o peso de uma apresentadora (já nem vou pela questão de não ter referido nenhum apresentador masculino). Esta ideia de corpos perfeitos, de que só quem é magro é que é bom não significa nem mais saúde e muito menos mais auto estima. São estes discursos e crónicas que levam a que as pessoas se sintam infelizes, frustradas e distúrbios como a anorexia.
Não posso deixar de criticar ainda duas coisas:
- mesmo depois da visada se ter sentido ofendida, o cronista não pediu desculpa. Mostra falta de humildade, conservadorismo e teimosia. Sou defensor do respeito pelos mais velhos e que idade não significa inutilidade. Ter espaços de opinião para vir com discursos do tempo da "outra senhora", ofender pessoas e nem sequer reconhecer os erros não é bom. Ainda há tempos, houve uma situação semelhante com um discurso machista de José António Saraiva contra a seleção de futebol feminino.
- A perseguição vil, doentia e maldosa do Correio da Manhã durante toda a semana à apresentadora. O mesmo jornal que paga ao Facebook para "patrocinar" notícias invasivas de um jogador de futebol que viu a sua privada e sexual devassada por uma ex-namorada.
Uma falta de respeito enorme pelos outros!
Nos últimos dias cruzei-me com duas stories patrocinadas no Instagram que não gostei e explico porquê.
A primeira era de um shopping que publicitava uma marca de calças ganga portuguesa com loja nas suas instalações. A modelo correspondia a todos os estereótipos: loira, alta muito magra, com o rabo empinado virado para a foto.
A segunda era um do ginásio que convidava o utilizador a juntar-se à "tribo". O modelo de meia idade (vá lá!) correspondia aos estereótipos: morenaço e todo musculado.
Não gostei do facto de ambos os anúncios nos apresentarem, como perfeitos, corpos que não representam o português comum e nem o 100% saudável nem recomendável.
No caso das modelos, visto por muitas jovens o passaporte para a fama e para as novelas, quantas vezes vemos denúncias de pessoas que sofreram bulímia, anorexia e complexos por não atingirem o que consideram corpos perfeitos? Quantas têm uma alimentação pouco saudável para não engordar? Passam por privações alimentares? A marca portuguesa e shopping poderiam ter escolhido alguém mais "comum" e não tão magro.
No caso do ginásio, para atingir os corpos musculados, vemos (por ex. nas redes sociais) muitas pessoas a tomar e a promover empresas de suplementos cuja eficácia e necessidade é muito questionável. A maioria das pessoas que vai para os ginásios não ambiciona ser "musculada" nem o objetivo dos ginásios deveria ser para musculados. Deveria ser antes para atrair mais pessoas para o exercício físico e uma melhor saúde (aliás esse é o argumento para chorarem por apoios e incentivos fiscais - Portugal tem das taxas mais baixas da União Europeia de praticantes de desporto e estes anúncios contribuem precisamente para essa desmotivação).
As empresas são livres de escolherem quem quiserem, bem como eu também sou livre de não me identificar com as mensagens.
2022 talvez tenha sido o ano onde tive mais falta de vontade de escrever no blog.
Poder-me-ia desculpar com a falta de tempo, mas não seria totalmente verdadeiro. Se é verdade que com o levantamento das restrições do covid e regresso à normalidade, o tempo passado no computador foi menos, também houve outro fator para me ter afastado deste espaço.
Tenho notado a existência de algumas pessoas que, ora assinando, ora em anónimo, vêm cá comentar apenas para criticar. Não têm opinião sobre nada, nem acrescentam valor. Não me conhecem de lado nenhum.
Lêem um post, criam uma ideia e volta e meia lançam o seu fel. Palavras como "você põe-se a jeito" ou "você que se diz inteligente " ou "você não é livre de fazer no seu blog o que entender" acabam por tornar um hobby numa guerra suja de comentários de redes sociais.
Chegam ao cúmulo de responder a outros comentários apenas para desvalorizar.
Não quero isso nem preciso deste bullying na minha vida.
Para 2023, quero voltar a escrever com assiduidade, mas vou fazer uma coisa que nunca pensei fazer: moderar os comentários. Podem-me acusar de fraco, de excesso de sensibilidade, mas sendo o "meu" blog, ainda tenho essa possibilidade.
Durante o Mundial, foi divulgado um vídeo intimo de um jogador português nas redes sociais.
O jogador em causa tem 21 anos. Já é adulto, informado e sabe dos riscos que têm esse tipo de filmagens. Cometeu um erro de imprudência, mas nenhum crime. A receptora, mal intencionada, aproveitou-se do apogeu do jogador e partilhou a sua intimidade nas redes sociais. Uma partilha certamente não consentida. A situação foi abafada e bem. Mas há quem goste de mexer no podre e alimentar-se dele, tal com os abutres.
Nas minhas stories do Facebook, apareceu-me esta story patrocinada (ou seja o anunciante "CM TV" pagou ao Facebook):
Um grupo de media cotada na Bolsa portuguesa, a pagar para promover uma "notícia" que fere a vida privada de uma pessoa, ainda por cima figura pública.
Se isto nem sequer devia ser notícia, nem partilhado, muito menos ser "patrocinado".
É obsceno este aproveitamento, quer do jornal, quer da rede social.
Há limites do bom senso!
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