Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Quem me conhece, sabe que gosto de passear. Poupo durante o ano para poder turistar, procurando promoções ou marcando com antecedência para ter preços melhores. Ao contrário de anos anteriores, quis algo mais tranquilo. Menos cultural e mais "papo para o ar" (também faz falta!) Este ano, tirei em férias em Julho e optei por ir para fora.
Duas razões para isso: a primeira é que nos últimos anos fiquei em Portugal e os preços estão cada vez mais exorbitantes. A nossa hotelaria está com o seu umbigo virado para para os turistas estrangeiros com preços absurdos para o que oferece (um quarto e pequeno almoço). A obcessão em aumentar a receita por quarto escorraça os portugueses para outras paragens.
Vendo as opções de alugar apartamento ou hostel, a situação não melhora. Preços igualmente exorbitantes, com a agravante de termos o trabalho de andar com a roupa de cama às costas, de nem sempre a higiene estar assegurada entre inquilinos e correr o risco de ser burlado.
À estadia, tem de se somar a deslocação (gasóleo e portagens no mínimo), as refeições (e aí depende das escolhas de cada um, mas é sempre um custo elevado), isto e aquilo.
Fica mais barato ir para o estrangeiro do que ficar em Portugal.
Ou se tem sorte de arranjar pechinchas ou promoções, ou para o português de média baixa classe, é impossível.
Para concluir, hoje ao ler esta notícia do Observador (na verdade é um re-post da Lusa) que nos diz que o Algarve, é a região do país com salários mais baixos leva-me a duas questões: i) será uma questão de média com rendimentos elevados no Verão e muito baixos no Inverno; ii) serão mesmo os baixos salários da hotelaria e restauração mesmo com os preços absurdos que praticam?
Há um ano - Agosto de 2022 - escrevi a minha opinião sobre o que achava do evento.
Um ano depois, mantenho a minha opinião. Será bom para o país, deixará uma boa herança em termos de infraestruturas e reabilitação da Zona Norte de Lisboa, mas a opacidade dos contratos públicos característica do nosso país constitui uma neblina.
Hoje, o JN na edição impressa, traz um estudo sobre os jovens. Curiosamente ou não, incluo-me na maioria das respostas.
Sobre o evento em si, não vou participar, nem me interessa particularmente, embora reconheça a sua importância para o país.
Em termos de problemas que enfrentamos, é unânime a instabilidade financeira e a habitação, embora achemos que Portugal é um bom país viver (só 17% acha que não). Como alguém diz, pobres mas felizes. Um país calmo, seguro, bom clima onde se vai vivendo. Metade dos inquiridos considera a possibilidade de emigrar e a importância das contribuições para a Segurança Social.
Em termos de participação cívica, também me incluo na maioria - não estou partidarizado e muito menos sindicalizado.
Sobre temas fraturantes, mostramo-nos liberais e progressistas: concordância com o aborto e casamento do mesmo sexo (pelo menos nesta sondagem).
Sobre hábitos, o Instagram detonou o Facebook do top das redes sociais (também tenho feito esta mudança progressiva) e o twitter é residual (confesso que é uma rede social que me assusta sempre que lá entro pela agressividade e insultos gratuitos que por lá se escrevem). As redes sociais ocupam 75% do tempos nos ecrãs e ... 65% diz que recicla. Não sei se é bem assim esta parte, mas vamos acreditar que sim.
Sobre os abusos da Igreja, como já fui comentando noutros blogs, deixo as minhas impressões:
- Portugal, como sempre em toda a História, parte com atraso na denúncia. Já se fazem investigações noutros países há muitos anos, mas por cá nem por isso. Porém mais vale tarde do que nunca.
- Creio que deverão haver muitos mais casos de abusos que os 4.000 denunciados. Seja por medo, inércia ou falta de provas, muitos preferem não denunciar. Acredito também que muitos dos agressores também já não devam estar entre nós.
- Espero que a lei civil seja aplicada. Cometeu-se um crime, a lei penal deve ser aplicada. Seja contra padres, diretores, colegas de quarto, o que for. A palavra "perdão" por ser uma das narrativas pregadas pela Igreja, faz-me confusão. Há crime, há castigo, senão passamos a uma anarquia justifica pelo "perdão".
- Como era esperado neste processo, há falta de transparência. Dioceses que não responderam, responsáveis com arrogância a desvalorizar o sucedido, enfim, o pior do ser humano e de quem parece ter medo ou o rabo preso.
- No meio destas denúncias, há outra coisa a ter em conta: as queixas com falsidades para ajustes de contas pessoais
- Por fim termino com o casamentos dos padres. Nunca percebi porque os padres não podem casar, ter filhos e uma vida "normal". Será que não torna o fruto proíbido mais apetecido?
Nos últimos dias/tempos, temos sido surpreendidos pelas condições desumanas que a imigração descontrolada no país está a provocar.
Denúncias gravíssimas de escravatura, em pleno 2023, num país da União Europeia, seja nos campos alentejanos (e o que motivou o espancamento do cidadão moldavo em Beja), seja nas lojas dos grandes centros urbanos, seja na construção civil. Ainda hoje, lemos que imigrantes pagam 100 Euros para dormir num ... barraco no Algarve. Os alojamentos locais dão lugar a habitação permanente de dezenas de pessoas são condições de vida, de salubridade e sem futuro. Por sua vez os senhorios, cobram o lugar do colchão a peso de ouro.
Esta semana ouvi uma reportagem em Vila Nova e Mil Fontes, onde as pessoas locais se queixavam da invasão, ameaças, violência e perda de identidade da localidade. Este choque de culturas leva os extremos e a que os discursos xenófobos peguem rastilho.
Todos sabem que há máfias associadas a este tráfego de seres humanos, na base da ilegalidade e violência. Porém, parece resultar porque aumenta de dia para dia.
No meio de tudo isto, ainda leio as ideias peregrinas de querer mudar o hino, de querer o nome das ruas, de querer retirar os brasões dos espaços públicos portugueses. É um tema que merece uma reflexão. Até que ponto, não estamos a querer ocultar a história, o esforço e vida de todos que lutaram pelo pelo país e a querer retirar-lhe o orgulho.
Com tantos problemas, faz-me ainda confusão estas almas que se ocupam com estes temas.
Será que os dinos de santiago e as Beatrizes Gomes Dias do nosso país não têm mais nada de útil para fazer? É que são estes discursos que alimentam a xenofobia e os Chegas e sem qualquer necessidade.
Acabo de entrar no Sapo Blogs e aparece-me uma anúncio de uma empresa de telecomunicações a pedir donativos com o slogan "Não esquecemos os direitos humanos". Se fosse só o dinheiro a fazê-los respeitar...
Diariamente nos chegam relatos de maus tratos a idosos em lares "de horrores", cada vez mais e sem punição à altura.
Diariamente nos chegam relatos de escravatura nos campos alentejanos, com a hipocrisia total das entidades competentes que fazem de conta que nada se passa (inclusivé o Presidente da rRpública)
Diariamente nos chegam relatos da Ucrânia de atrocidades, miséria de valores e ética e crimes de guerra, sem que nada possamos fazer.
Diariamente nos chegam imagens do Catar onde as minorias não são respeitadas nem à liberdade sexual.
Diariamente nos chegam relatos do Irão (extensíveis a outros países onde não há protestos), onde as mulheres são desrespeitadas em toda a sua natureza.
Diariamente nos chegam mensagens e comentários nas redes sociais insultuosos, racistas e maldosos.
Diariamente nos chegam experiências de pessoas em horas em fila de espera nos hospitais portugueses, só para serem vistas por um médico.
Preferia trocar esse peditório, por uma melhoria dos valores que regem algumas partes da sociedade. Porém, estou consciente que este desabafo não passa de um exercício platónico. E se todos o fizéssemos, não viveríamos melhor?
Tive curiosidade e fui ouvir o podcast do Miguel Milhão.
Não pela sua opinião em relação ao aborto. Honestamente acho que ele é livre de ter a sua opinião, tal como eu tenho a minha. Achei exagerada a atitude de algumas pessoas quebraram acordos comerciais só porque o homem é a favor do aborto.
O que me levou então a querer ouvi-lo?
O facto de ter uma das mais bem sucedidas e internacionais empresas portuguesas com marca própria. Tive curiosidade em ouvir o que tinha para dizer porque admiro o crescimento da Prozis.
O resultado foi uma enorme desilusão.
A começar pelo nome brejeiro do podcast (ou monólogo). Que necessidade há em colocar palavrões no título?
Ao ouvi-lo parecia que estava a ouvir o tradicional patrão português: erros gramaticais, palavrões, sem contraditório e aquela desvalorização do que é português. Quando diz que não precisa de Portugal e que nos EUA é que é bom, para mim é arrogância.
A Prozis esteve sediada na Zona Franca da Madeira com um regime fiscal muito benéfico (não percebo como cumpriu os requisitos). Com sorte ainda tem elevados benefícios fiscais (Sifides, interioridade, primeiro emprego) e ao ter as suas fábricas cá ainda paga salários mais baixos do que se fosse na América. Além disso, tem pouca concorrência no país. Não gosto destas pessoas que quando sobem mais um pouco, desvalorizam o que a sustenta e as levou ao sucesso.
Engraçado que quando vamos ao Portal da Queixa, lemos que há clientes que se queixam de censura das reviews que fazem no site quando são críticas. Faz sentido com esta liderança.
Depois questiono-me como será reportar, ser liderado e reportar a uma pessoa assim? Discutir decisões com ela, propor alterações, ...
Fico triste com estes novos lideres. Uma geração com produtos diferenciados, com redes sociais, um manancial de informação, mas cuja mentalidade permanece nos anos 70.
Não sou cliente da Prozis, admiro o crescimento da empresa, mas fico triste com esta mentalidade tacanha.
Não tenho falado muito da guerra por duas razões: i) já satura o tema e ii) é consensual o condenação e a simpatia coletiva pela condenação da Rússia e heroísmo do povo ucraniano.
Porém, não consigo resistir a manifestar o choque a práticas medievais e crueis como a violação de crianças e até bebés. Parece um ódio cego onde qualquer atrocidade, mesmo a mais macabra, é cometida. Que futuros adultos serão estas crianças?
Ver corpos de pessoas comuns com as mãos atadas, mortas e o corpo cheio de nódoas negras é de uma crueldade atroz. Pessoas sem comida, sem água, a comer cães para matar a fome? Não percebo quem possa achar isto uma desnazificação. Não percebo como há um partido político português que concorda com esta atitude.
Admiro a resistência do povo ucraniano que luta como pode, que chora os seus mortes de uma guerra que não pediu, do próprio presidente ucraniano que luta pelo seu país com as armas que tem. Uma delas está-se a revelar muito poderosa: a comunicação. Está a conseguir a atenções do mundo, está a conseguir ser ouvido. E vai a todos os países, mesmo até aos pouco influentes como é o nosso. Essa empatia coletiva e passadeira vermelha nos parlamentos europeus está-se a dar visibilidade e heroísmo.
Já se fala que Putin a segui vai invadir a Moldávia Fica a sensação que Putin está cego pelo poder e tem de ser parado. Pode-se confirmar aquilo que os ucranianos argumentam: a loucura da Rússia não vai ficar por aqui.
O Covid demorou dois anos, quanto tempo demorará esta guerra? Quando aceitará a Rússia a derrota? Será que a vai aceitar?
Se há tema controverso é o do assédio.
Esta semana, vi que um professor foi expulso da FEP devido a acusações de xenofobia, assédio, .... Conheci-o, foi professor, não tenho nenhuma história para contar, mas surpreendeu-me algumas acusações. Os exemplos dados pareceram-me mais graçolas sem piada do que propriamente assédio e quem conhece os corredores universitários sabe que há jogos de poder. E nesses jogos, uma gota transforma-se num oceano com gente ressabiada se for para ajustar contas do passado. Sobretudo quando este foi candidato a alguns órgãos de faculdade afrontando alguns catedráticos.
Já agora, gostava de saber se os mesmos alunos de jornalismo que se queixaram, também fizeram queixa à ERC pelo programa da TVI pelo programa "Roast" com graçolas racistas ainda piores... Ah, a TVI é futura empregadora desses mesmos queixosos...
E leva-me a perguntar o que é o assédio?
Diz o dicionário "perseguir com insistência, molestar, importunar" . Um dos posts com mais visitas no meu blog é um onde reflito se olhar para uma pessoa do sexo oposto é assédio. A resposta é sempre subjetiva e é sempre, depende! Depende se importuna ou não.
Se queremos levar o assunto a sério, não podemos banalizar e não podemos dizer que um homem olhar para as formas de uma rapariga é assédio só porque sim. Ou vice versa. Depende de como a outra pessoa vê se olhar e quão intruso pode ser.
Na Faculdade de Direito de Lisboa, denúncias foram feitas, umas mais graves que outras. As pessoas têm o direito de se sentir importunadas com mensagens privadas de professores com segundas intenções. Bem como têm o direito de se sentir assediadas quando há insinuações sexuais de um professor para aprovar uma aluna.
Até porque há um desequilibro de poder: o professor avalia os alunos e pode reprová-los. Quanto aos arquivamentos de processos, não me surpreende muito por uma razão: há interesses entre professores na obtenção de apoios a eleições e promoções na carreira.
Há largos meses para cá que vou a pé ao ginásio, pois fica perto de casa. Na 5ª feira, no regresso, dei a ouvir uma conversa de uma senhora ao telefone. Qualquer coisa como isto:
- Tu és agressivo para mim de manhã... Tu empurras-me ... Não quero outro homem assim na minha vida, já bastou o outro ... Tu de manhã és a-g-r-e-s-s-i-v-o.
Segui caminho. Quando achamos que a nossa vida está má, há realidades piores. A violência doméstica tem de ser erradicada. Apesar dos péssimos exemplos que alguns juízes e juízas dão e promovem, ela tem de ser erradicada. Por falar nisso, já tinha alertado o JB no Sardinhas - os relatos de tráfico de mulheres e jovens na Ucrânia para fins sexuais e lenocínio iriam chegar muito mais breve do que aquilo que pensamos.
Um dos maiores flagelos da nossa sociedade e que me choca é a violência doméstica. Esta violência pode ser de marido para esposa, esposa para marido, para com idosos, crianças ou nos casais homossexuais. Pode ser física, verbal ou psicológica.
Semanalmente chegam-nos relatos de mulheres mortas nas mãos de maridos violentos.
Está estudado que a violência doméstica atinge todas as idades (com a agravante de ser cada vez mais precoce entre os casais) e todos os estratos sociais.
Na semana passada, uma notícia prendeu a minha atenção. O ex-ministro foi condenado por violência sobre a sua mulher, uma conhecida apresentadora de TV.
Este foi um dos casos mais chocantes do atraso intelectual que ainda existe em Portugal até entre juízes, quando uma juíza que tratou o agressor por "Doutor" e a agredida pelo nome próprio "Bárbara". Em tempos também tivemos o juíz Neto de Moura com disparates num acórdão, validadas também uma colega juíza.
Também esta semana um conhecido assessor de imprensa do futebol nortenho foi detido por violência doméstica (não física) ficando com medidas de coação.
A violência deve ser combatida (e provada, porque há pessoas capazes de tudo) e não deve cair no esquecimento.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.