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Televendas

17.06.23

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Nos últimos domingos tenho acompanhado e comentado com a Sofia um programa de televisão da SIC. Um concurso muito bem estruturado, inteligente, dinâmico e com um casting completamente anormal. Fugiu ao estereótipo imposto pelos reality shows dos últimos anos e às apresentadoras habituais.

 

A minha avó é consumidora de televisão. Com menos mobilidade, passa mais horas no sofá em frente ao ecrã. É fã do Preço Certo e não gosta das crónicas criminais. Por isso opta pela Praça da Alegria. É fã da CMTV. Diz que lhe faz mais companhia que a Júlia Pinheiro ou o Goucha. Não é fã da calcitrim, nem dos 760, mas vibra com o concurso do Vasco Palmeirim. 

Vem isto a propósito de um comunicado recente em que atesta que um dos principais investidores publicitários televisivos em Portugal são as ... televendas. Isso diz muito do que a televisão se está a tornar.

Com o envelhecimento da população, procuram-se as pessoas mais solitárias, mais disponíveis para ir atrás dos anúncios dos aparelhos auditivos do António Sala ou da Lídia Franco, dos sofás ergonómicos e das pantufas. O público mais jovem foge para o streaming, legal ou ilegal. 

O programa referido acima não teve grandes audiências talvez por obrigar o espetador a pensar e a maioria das pessoas não está para isso. Até nas redes sociais, basta um clique num coração ou no polegar para exprimir uma reação.

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publicado às 21:13

Judite

11.02.23

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Este fim de semana, cruzei-me com a entrevista de Judite de Sousa.

Não sou apreciador do tipo de programas em causa. Acho que as pessoas já lá vão com o intuito de chorarem e comoverem os espetadores. São raros os convidados que não falam de mortes de pessoas próximas, numa espécie de interesse comum. O entrevistador quer ter histórias comoventes para captar audiências e o entrevistado presta-se ao papel do coitadinho para ganhar a empatia do público.

Porém, no caso da Judite de Sousa, acho que foi um pouco diferente.

Vi uma mulher frágil, mas bastante consciente da situação em que está. Tão consciente que não escapou a nenhuma polémica falando no programa líder de audiências, escolhendo alvos cirúrgicos nas suas críticas. 

 

Mas vamos ao que interessa.

Não sou pai, não consigo imaginar a dor de perder um filho único de uma pessoa divorciada. Que sentido tem a vida depois disto? Onde se buscam forças para seguir em frente e o que é o seguir em frente? A forma como cada um vê se renova é muito diferente. Há pessoas que fecham a nuvem da dor, outras procuram dar novo sentido à vida. 

Espero que encontre o equílibrio que lhe falta, que saia da solidão, negrume e resignação e que nunca nenhum de nós nunca se encontre nessa situação.

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publicado às 20:41

Leviandades

16.05.21

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Esta semana, dois atos irrefletidos mostraram que estamos a promover uma sociedade cada vez menos inclusiva e estamos piores no pós confinamento.

 

- "Preta" numa notícia da Ag. Lusa

Um jornalista de política que costuma noticiar a extrema direita publicou uma notícia em que numa lista de nomes colocou entre parêntesis o adjetivo "preta" para assinalar que pessoa tinha côr de pele negra. Intencional e racista.

O facto passou despercebido ao editor e a todos os jornais que se limitaram e se limitam a fazer copy paste das notícias de agências para encher páginas e mostrar conteúdos aos anunciantes. Desta vez a preguiça saiu cara (aliás irrita-me os jornais obrigarem a fazer o login num "Nonio" para depois se limitarem, em 90% dos conteúdos, ao copy paste da Lusa - chegamos ao ponto de termos a mesma notícia exatamentr igual em todos jornais). Uma falha grave não foi detetada e levaram todos por tabela. Rolou a cabeça do editor, mas não sei o que aconteceu ao jornalista. O despedimento era o certo numa empresa privada, mas sendo a Agência Lusa...

 

- "Gorda" numa novela

Tanto se quer ter piada, que a graçola se torna em ofensa. Uma personagem ridiculariza e inferioriza as pessoas com excesso de peso, sem qualquer reprovação da contrapersonagem, na circunstância um padre. Representam o "vale tudo" de guionistas e atores que não questionam criticamente o texto apenas para aparecerem na ribalta e captar mais um like ou audiência.

 

Dois exemplos levianos que mostram a sociedade: o preconceito gratuito, o extremismo e repito o que disse no texto da ditadura da imagem do Diogo Piçarra. Neste pós confinamento, estamos a distanciarmo-nos de uma sociedade inclusiva e daquilo que os nossos pais e a escola nos ensina, que é respeitarmos os outros como eles são, a pormo-nos na pele do outro e a não gozar.

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publicado às 13:06

Subversão dos valores da sociedade

06.03.21

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Já falei várias vezes sobre o mesmo tema, mas volto e voltarei a ele porque não vejo melhoria.

Uma notícia chocante (mas que não deve ser exceção): a proprietária de um lar ilegal deixou morrer 2 idosas por maus tratos, profanou o cadáver e ocultou  a morte da família. Sabe-se agora que deixava 4 idosas sozinhas em casa com as luzes apagadas. Isto ocorreu no nosso país.

Quantos mais casos haverá pelo país? Quantos silêncios cúmplices de maus tratos a idosos haverá?

Muitos seguramente. É daquelas coisas de que ninguém se queixa (seja por incapacidade física, medo de represálias  ou porque não há consequências).

 

Depois do flagelo que o COVID deixou a nu, o que mudou na legislação? Quantos proprietários de lares foram julgados? Que punições? Quantas investigações "surpresa" à noite e na hora das refeições fez a Segurança Social? 

 

Choca-me este desrespeito e falta de cuidado pelos mais velhos. Há um claro atropelo em que todos assobiam para o lado. 

Inclusivamente o PR, talvez por não render votos.

 

Ainda sobre este tema, vi por mero acaso no noticiário da TVI. A TVI dedicou o dobro tempo a uma reportagem supérflua ao novo programa da Cristina Ferreira do que a este tema. Secalhar sou eu que estou errado, mas para mim é uma subversão completa dos valores de uma sociedade e revelador do egoísmo e individualismo.

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publicado às 21:13

Série da RTP

17.02.21

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Tenho visto pouca televisão.

Cá em casa, já só vemos a síntese das notícias.

Porém em zapping precisamente a fugir das notícias monotemáticas, cruzei-me com uma série muito interessante na RTP em horário nobre.

Chama-se "Até que a vida nos separe" e está muito bem escrita, desenhada e representada.

Sem as vedetas habituais, passando por várias gerações, tenho gostado de ver e acompanhar. 

Por vezes, valorizamos mais o que é estrangeiro e que estão nas plataformas da moda e nem sequer sabemos o que é feito no país. Parabéns também à RTP pela ousadia em colocar uma série às 9h da noite.

Até que a vida nos separe rtp.PNG

Já agora, estes dias vi um telefilme português também RTP em que o meu feedback é o oposto. A sinopse cativou-me. Chama-se "uma vida toda empatada" e retrata a vida de uma apresentadora de TV que luta para se manter com o seu programa e é objeto de pressão dos seus diretores. Uma história inusitada com base na desgraça alheia acaba por ser a sua tábua de salvação e dar a volta às audiências.

Visto assim, poderia ser interessante ... só que não. Uma história mal encadeada, lenta, sem suspense e pouco "sumo". Até o título parece desenquadrado com o filme. Se a escrita de Mário de Carvalho (autor do livro que deu origem ao filme) for assim, perdi o interesse. Já alguém leu alguma coisa dele?

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publicado às 15:02

As aparências e os fundos usados pelos comentadores de TV

11.12.20

Regressou o confinamento e regressou o campeonato ridículo, bem à moda portuguesa, de ver quem e quais são os livros que os comentadores colocam de fundo nos comentários televisivos.

Este desfile de vaidades, repito, é ridículo. 

 

Não deve ter sido André Ventura quem teve que "corrigir" esse pormenor, alguém acredita que a escolha não é verificada pelos intervenientes. Um elogio público, mais uma vez, a Manuela Ferreira Leite que foi das poucas em no 2º trimestre dispensou este disparate.

Agora, já dá para editar o fundo e escolher um figurativo ou até ocultar o nosso fundo real. Na minha empresa usamos o Microsoft Teams e é muito simples de mudar.

Vi que a economista Susana Peralta já ocultou o fundo do seu escritório. E Susana Peralta deve ser a campeã dos honorários televisivos porque ele está em todas as estações!!! Enfim ...

Aqui ficam os tutoriais.

ZOOM

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TEAMS

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Simples, não? 

Por isso, sugiro aos comentadores ganharem juízo e deixar as aparências!

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publicado às 17:42

O Claudio e o oportunismo

04.10.20

Vou falar do Cláudio França, ou melhor do que falaram dele.

Quem é o Cláudio França? Um pivot de noticiário, de cor negra com rastas, que foi "viral" nas redes sociais. 

Competente? Isento? Isso não interessa nada pelos vistos. Interessa sim o seu penteado.

 

A SIC Notícias, no seu boticário da manhã de fim de semana (muito visto, portanto!) resolveu apresentar o seu primeiro pivot de cor "negra". Houve coragem para colocar em horário nobre? Claro que não!

Não teria nada de anormal se não fosse a chuva de elogios não ao seu talento, mas sim à sua cor. A SIC foi a última estação a fazê-lo. A TVI por exemplo já há muito que tem a pivot Conceição Queiroz e em horários bem mais expressivos em termos de audiências. A RTP tem João Rosário.

 

Ora bem, nesta guerra de audiências que existe nos últimos meses, não sei até que ponto esta discriminação positiva (porque também é discriminação) é mais oportunismo para ser elogiado mais que mérito. 

Mais incrível, é ser a própria SIC a fazer notícia disso. Está aqui o print screen que não deixa mentir. Aqui o link 

 

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E é isto que critico: olha-se para aparência, por o "parecer bem", para pôr as redes sociais a elogiar em vez do mérito e da competência. Mais os próprios elogios são difundidos pela própria estação.

Este post não tem nada a ver com racismo, mas sim com o facto de olharmos para acessório em vez do essencial que tantas vezes reclamamos.

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publicado às 12:08

TVI portuguesa

24.09.20

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Os últimos tempos foram de mexidas na TV portuguesa e é importante falar sobre elas. Por vários motivos: pelo poder que tem, pela influência que tem nosso entretenimento, em particular nos mais velhos e nestes tempos de maior confinamento, e pelo impacto social.

 

Fiquei contente por saber que a TVI passou para accionistas portugueses.

Esta estação foi um mau exemplo do investimento estrangeiro. Enquanto deu dinheiro (dividendos e audiências), havia interesse. Quando perdeu, passou a ser um ativo descartável. Pior, tinha uma direção de informação muito próxima do ex PM José Sócrates e houve polémicas em cima de polémicas, com toda a gravidade que isso significa.

 

A TVI continua em mãos nacionais. Por pessoas interessadas em ter sucesso. Entrou também Cristina Ferreira com uma enorme vontade de levar o barco para a frente. 

 

Admiro Cristina Ferreira. É das poucas mulheres em Portugal bem sucedidas e que não esconde as suas ambições.

 

Desejo-lhe sucesso e condeno a forma execrável como alguns media a diabilizam, escolhendo títulos muito maldosos, ofensivos e colocando nas notícias os comentários depreciativos (serão de perfis verdadeiros?). Um grupo de media em particular faz isso. O mesmo que promoveu André Ventura e que perdeu a TVI para Mário Ferreira. Muito vingativo. Condenável.

A perseguição a Cristina Ferreira deve-se a ressabianço. Alguma inveja também.

 

Os que criticam a sua mudança, sugiro analisar o currículo dos presidentes do Bancos portugueses! Vão ter uma surpresa nos ziguezages entre bancos. Os mesmos que cobram comissões muito similares entre eles...

 

PS: Não vi o "Dia de Cristina", mas vi a estreia do Big Brother e aí a Cristina errou na escolha dos concorrentes. Um vazio de conteúdo a lembrar a Casa dos Segredos. A originalidade da 1ª edição foi por água abaixo.

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publicado às 21:57

Da homofobia ao sensacionalismo

13.05.20

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Hesito em escrever sobre o tema, mas cá vai.

 

Uma frase infeliz, sem ofensa direta, com interpretação dúbia e sensacionalista está a relançar a polémica (mais até que o debate) sobre o preconceito contra a homossexualidade.

Fiz questão de ver o vídeo antes de escrever.

Mais que umas frases fora do contexto, insultos, termos pejorativos e acções violentas não houve no caso dos participantes do programa.

 

Acho que as três situações acima que referi são, sim, as mais críticas. Os caça-likes e sobretudo uma estação ávida por audiências estão a fazer um exagero. A mesma estação em que uma avençada que chamou "paneleirotes" a outros concorrentes e ela por lá continua. Ah, mas nessa altura era líder de audiências. Agora, há que gerar buzz, bater na mesma tecla a semana toda para ver se chove algumas décimas e bolo publicitário.

Não gosto de hipocrisias, nem quero levar este texto para aí, caindo também eu no acessório.

 

Será que uma pessoa que diz que gosta mais de mulheres do que homens tem de ser tão crucificada em praça pública como a caso? Houve discriminação? Houve insulto? Houve rebaixamento?

Lembro-me de um outro blogger que escreveu um sábio texto e que vale a pena ler: LGBTIJKLMNOPQRSTUVWXYZ.... Deixem-me ser Heterossexual.

 

A minha visão: respeito, liberdade e felicidade. Cada um é livre de ter as suas opções e quero é que sejam felizes. Sem violência doméstica. Sem discriminação e sem imposição das nossas escolhas aos outros.

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publicado às 20:05

Telescola

29.04.20

Não conhecia este conceito até o ver em prática na RTP Memória. Para grandes problemas, grandes medidas.

Acho que é daquelas decisões que podem não ser perfeitas, mas são melhores que nada.

 

Vi só um bocadinho numa pausa de trabalho, mas o que vi pareceu-me bem.

Acho mesmo que para quem não é aluno, é uma enorme fonte de cultura geral e raciocínio, gratuita.

Críticas haverá sempre. Os caça likes das redes sociais andam mortinhos por apanhar situações caricatas. É daquelas coisas que rende likes e comentários.

Vi este vídeo hilariante. Alegrou o meu dia xD

PS: Enquanto pesquisava relíquias no Youtube vi vídeos da RTP Madeira do ensino secundário com professoras a explicar Matemática e o Memorial do Convento. Tiro o chapéu a essas professores porque se já é bem complicado na sala de aula, então com um quadro improvisado ainda é pior!

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publicado às 16:54


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